Resenha #335: "Jailbreak" (2023) - Nervosa

Salve Headbangers! Deixando de lado toda e qualquer especulação que a Nervosa sofreu aos longo dos anos, pelo motivo de estar na batalha há muito tempo e sofrendo baixas na formação (algo comum de acontecer em várias bandas), a Nervosa soube a cada trabalho pegar o espírito do seu interior e o expor da forma que esperamos, com agressividade e técnica, e esses elementos estão aqui nesse, que já me arrisco em dizer, um dos melhores álbuns da banda.
Formada em 2010, vale relembrar a discografia até aqui para entender onde "Jailbreak" se encaixa, "Victim Of Yourself" (2014) foi a estreia que já foi responsável pela banda somar um bom número de seguidores, aqui as fronteiras do thrash e death já eram bagunçadas, elementos esses que só se desenvolveram mais em "Agony" (2016) e um dos melhores momentos da discografia da banda, o poderoso "Downfall Of Mankind", de 2018.
A separação veio e como sempre é bom reforçar, não perdemos uma banda e sim ganhamos duas já que a Crypta se formou e já lançou dois ótimos discos, ambos com resenha aqui no site. Nesse interim, a Nervosa se reformula e lança em 2021 "Perpetual Chaos", um trabalho que mostrava o lado mais thrash visceral da banda com uma formação muito boa, porém tivemos outra alteração e o resultado dessa nova era encontramos em "Jailbreak".
Nesse trabalho fica mais evidente a proposta da Nervosa como banda, o thrash metal se confunde com velocidade, mas não é apenas isso, ele tem uma faceta de poder e de agressividade, basta olhar bandas como Demolition Hammer que nem sempre são tão velozes, mas sempre trazem um massacre com grande demonstração de poder, isso se comprova já na faixa que abre o trabalho e foi responsável por revelar que Prika iria assumir dupla função na banda, Endless Ambition é uma das minhas favoritas do álbum, agressiva com ótimo trabalho de todas as musicistas e como eu gosto de álbum que não tem intro sem frescuras só porrada na cara, essa faixa é perfeita, e quando vi Nervosa ao vivo, pensei, acredito que Prika achou uma grande parceria musical, na época no baixo com Helena Kotina já chamava atenção e nas guitarras agora temos gêmeas e rápidas isso e ótimo!
Suffocare é thrash/death muito bem feito, com as guitarras indo para o thrash e os vocais de Prika mais ligados ao death e aqui ela confirma que sua escolha nos vocais foi assertiva e aí que me pergunto, porque não antes? Ungrateful poderia ter sido um dos singles a serem lançados antes, o refrão dela é pegado e ao vivo deve ser uma daquelas que a plateia vai cantar com o pulso erguido.
Seed of Death foi um segundo single, confesso que de primeira não gostei da música achei ela muito Arch Enemy, mas essa impressão se dissolve quando você ouve ela no álbum, pois ela está entre dois petardos e por isso que a sua base melódica faz sentido e a parte leve dura pouco e logo temos uma tempestade de riffs e um belo solo. A faixa título tem uma pegada de heavy metal tradicional e achei a voz da Prika bem marcante e claro, um destaque para a máquina que atende pelo nome de Michaela Naydenova.
A trinca de sons que vem a seguir são uma declaração onde a Nervosa diz, "somos a Nervosa death/thrash metal e nada pode nos parar!" E por mais que você nunca tenha dado uma chance para banda, não tem como não curtir Sacrifice, Behind the Wall e Kill or Die, outra faixa rápida e bruta.
When the Truth is a Lie tem a presença do mestre Gary Holt, acredito que só isso já é possível para dizer a importância desse trabalho. Percebi uma veia meio punk, principalmente nos vocais mais rasgados, falando em vocais temos Lena Scissorhands na faixa Superstition Failed, eu particularmente gosto desses feats, pois trazem uma personalidade para o som. O trabalho finaliza com dois sons, Elements of Sin e Nail the Coffin e que prazeroso dizer que temos um trabalho extremo que demonstra maturidade e perseverança e acima de tudo, talento e garra, mais um capítulo na vitoriosa saga da Nervosa.
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TRACKLIST:
1) Endless Ambition
2) Suffocare
3) Ungrateful
4) Seed of Death
5) Jailbreak
6) Sacrifice
7) Behind the Wall
8) Kill or Die
9) When the Truth Is a Lie
10) Superstition Failed
11) Gates to the Fall
12) Elements of Sin
13) Nail the Coffin
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FORMAÇÃO:
Prika Amaral - guitarras e vocais;
Helena Kotina - guitarras;
Hel Pyre - baixo;
Michaela Naydenova - bateria.