Resenha #332: "The Holographic Principle" (2016) - Epica

Salve Headbangers! O Metal Sinfônico é um estilo que consegue o equilíbrio de ser adorado por muitos ao mesmo tempo que detém um grande número de detratores, nesse estilo precisa estar de muita má vontade para não assumir que o Epica é atualmente a banda mais relevante desse cenário, superando o Nightwish que sem dúvida foi o responsável por tornar o estilo tão popular!
Não tendo que provar mais nada para ninguém, o Epica lançou em seu sétimo trabalho um estudo acerca do 'Princípio Holográfico' e se você ouvir o álbum na íntegra, acompanhando as letras, irá entender um pouco da dinâmica desse pensamento filosófico, mas de maneira resumida, ele levanta a questão do Universo holográfico e ao contrário do que "Matrix" deixou implantado no nosso inconsciente, Universo holográfico não seria necessariamente que estamos em um simulação de computador, mas na verdade que pode existir outras dimensões que não conseguimos interagir, mas elas são responsáveis pela forma que a matéria visível é perceptível por nós. Claro que isso é só uma pequena demonstração do tratado do que o princípio holográfico indica, mas voltemos ao álbum!
Inicialmente preciso dizer eu não gosto de vocais operísticos, por isso me afastei demais de muitos trabalhos do Epica, mas esse tinha uma promessa especial de ter as guitarras mais pesadas, então fui ouvir a discografia e realmente não podemos negar, o trabalho de guitarras está muito bem apresentado, mas nem de longe algo realmente extremo, porém o mais importante, esse trabalho tem as qualidades que fizeram o Epica ser gigante.
A abertura com Eidola faz aquele clima de trilha sonora de filme, os corais já aparecem aqui, por um minuto pensei... Lá vem, mas por sorte essa impressão logo se dissipa com Edge of the Blade, os vocais de Simone Simons são mais próximos do pop do que lírico e o andamento da música é perfeito para prender o ouvinte, funcionou comigo!
A Phantasmic Parade mostra a versatilidade de Simone e realmente ela é a frontwoman da banda e as composições rondam em torno dela e com todos os motivos para isso, pois as formas como ela consegue fazer o som oscilar dentro da sua proposta me faz confirmar que se não tivéssemos uma vocalista com o talento de Simons o Epica não teria tanto status e nisso me refiro a milhares de clones da banda que morreram pelo caminho.
Universal death Squad e Divide And Conquer se destacam pela mão pesada de Ariën van Weesenbeek, baterista que já teve passagem pelo God Dethorned e Aborted ao vivo, e claro, Mark Jasen que sempre declarou em entrevistas que é o elo mais extremo da sonoridade dos holandeses. Por isso que, se fosse escolher apenas uma música desse trabalho, minha escolha óbvia seria The Cosmic Algorithm que acena para o passado da banda e é a mais porrada ao mesmo tempo que complexa, para quem está apresentado ao trabalho do Ayreon vai perceber muitas similaridades.
Ao longo da audição confesso que o trabalho me perdeu em alguns momentos, pois temos uma audição de uma hora e meia e algumas passagens achei meio prolongadas de propósito, mas acredito que o fato de não ser um ouvinte frequente me faz ter essa impressão, mas a beleza e, é claro, técnica, está ali como em Dancing in a Hurricane e na balada Once upon a Nightmare e eu elogiar uma balada, fala muito sobre ela ser fora da curva.
Minha redação ao final diz que temos aqueles trabalhos de excelência muito acima da média que podem fazer a alegria dos ouvintes usuais e até trazer novos para o macro universo do Epica.
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TRACKLIST:
1) Eidola
2) Edge of the Blade
3) A Phantasmic Parade
4) Universal Death Squad
5) Divide and Conquer
6) Beyond the Matrix
7) Once upon a Nightmare
8) The Cosmic Algorithm
9) Ascension (Dream State Armageddon)
10) Dancing in a Hurricane
11) Tear Down Your Walls
12) The Holographic Principle (A Profound Understanding of Reality)
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FORMAÇÃO:
Mark Jansen - vocais;
Coen Janssen - teclados e piano;
Simone Simons - vocais;
Ariën van Weesenbeek - bateria e vocais;
Isaac Delahaye - guitarras;
Rob van der Loo - baixo.