Resenha #329: "Isolamento: Do Silêncio à Poesia" (2020) - Ode Insone

Salve Headbangers! Se tem algo que nos orgulha na nossa jornada de quase nove anos fazendo parte da mídia metal, foram nossos festivais online em um período muito obscuro, onde a pandemia era uma realidade e o cenário artístico musical, mais do que nunca ficou carente de atenção, e nós conseguimos reunir em duas edições grandes nomes do nosso underground que entregaram performances com muita garra e um leque muito grande de sentimentos e indo para as raias mais emocionais que o Ode Insone nos mostrou uma das suas grandes faixas, Sem Despedida, que relata a dor de perder alguém próximo e devido as medidas sanitárias da época, não poder ser feito um velório, ou seja, sem a despedida.
E esse tema foi a inspiração, ou melhor dizendo, a forma de expressão que a banda paraibana Ode Insone nos entregou seu terceiro álbum de estúdio, "Isolamento: Do Silêncio à Poesia", e como o nome já diz, poesia em forma de um death doom sublime!
Formada por Lucas Souza e Mad Ferreira nas guitarras, George Alexandria na bateria, Diego Nóbrega no baixo, Tiago Monteiro  e  Venore nas vozes. O lançamento físico do álbum ficou por conta da Eclipsys Lunarys Productions e todo o cuidado da banda com a produção fez com que tenhamos uma obra de excelente beleza muito antes de ouvir o álbum e a medida que ele começa, somos levados a adentrar mais a obra.
Sem Despedida, a já citada faixa abre o álbum com sua introdução e melodias profundas, uma marca que se expande ao longo do trabalho, o vocal aqui é meio sussurrado e o contra ponto dos vocais femininos com os guturais, responsáveis pela densidade da obra. A alternância entre as vozes é algo que a banda mantém e é outro ponto de destaque em um cenário que é saturado por bandas de talento muito inferior do que é mostrado aqui.
L’arte della Tristezza #1 já me ganha pelo seu título, mas além disso, ela tem um ar carregado mais voltado para o doom metal e essa minha impressão se confirma em L’arte della tristezza #2 que mergulha ainda mais na escuridão, trazendo algo do funeral doom e do DSBM de maneira dicotômica, eu não poderia estar mais feliz com esses sons.
Citei poesia no parágrafo anterior e realmente, a faixa Do Silêncio à Poesia além de fazer jus ao seu nome e aqui eu quero destacar o fato de que a Ode Insone conseguiu não cair na armadilha de muitas bandas desse estilo que é abrir mão do peso, ou seja, quando precisa eles vão muito a fundo no som extremo, como em O que é Ser Humano? e quando tem que usar a melodia são também bem assertivos como em O Monstro no Espelho.
Para encerrar essa resenha, não posso deixar de citar Casulo onde a vocalista Venore entrega uma interpretação arrepiante e quando entram as linhas de guitarra, temos uma verdadeira demonstração de todos os sentimentos que apenas o doom metal pode nos despertar.
________________________________-
TRACKLIST:
1) Sem Despedida
2) L'arte della tristezza #1
3) Do Silêncio à Poesia
4) Casulo
5) L'arte della tristezza #2
6) Efêmero
7) O Monstro no Espelho
8) O Que É Ser Humano?
______________________-
FORMAÇÃO:
George Alexandria - bateria;
Mad Ferreira - guitarras;
Lucas Souza - guitarras;
Tiago Monteiro - vocais;
Diêgo Nóbrega - baixo;
Venore - vocais.