Resenha #265: "Too Mean To Die" (2021) - Accept

    Salve Headbangers! Desde que passou pela sua restruturação na formação com a saída do carismático vocalista Udo, o Accept vem numa escala de lançar excelentes trabalhos como "Blood of The Nation" (2010) e "Blind Ride" (2014), e agora nesse novo registro será que eles acertaram a mão mais uma vez ou começaram a se repetir, vamos debater isso nessa resenha.


    Tempos pandêmicos e tempos de mudanças marcaram a jornada desse que é o décimo sexto álbum da discografia do Accept, o baixista Peter Baltes tinha saído, sendo substituído por Martin Motnik do Uli Jon Roth, aproveitando essas mudanças na banda eles decidiram chamar mais um guitarrista, no caso Phillip Shouse, dessa forma, o Accept passava a ser um sexteto.
    Fato é que existe sim uma sensação de já ouvi isso, é inegável até mesmo para a voz de Mark Tornillo que não cabe mais a alcunha de 'novo vocal do Accept', mas olhando em retrospectiva isso não chega a ser uma grande novidade na carreira da banda, pois eles têm aquela sonoridade que é marcante, porém com algo novo para mostrar, criando assim um trabalho consistente, na verdade, é até difícil falar em um álbum fora da curva, por isso vamos ao registro em si.
    Zombie Apocalypse abre o trabalho com os dois pés na cara, um heavy metal tradicional com os vocais bem ácidos e as guitarras bem na linha "Painkiller" (1990) do Judas Priest, note que essa faixa de abertura mostra que o Accept não se afastou do som que costuma fazer, ao mesmo tempo vem anexando mais agressividade as suas passagens.
    Too Mean to Die batiza o álbum e foi uma ótima escolha dar o nome dessa faixa para o trabalho porque ela é realmente uma das faixas que mais se aproxima do que a banda fez até hoje, e sim, isso é um mérito, está ai o AC/DC que não me deixa mentir e falando nos australianos, temos aqui uma grande influência deles em Not My Problem, que é como se fosse a banda dizendo - "não gostou do que a gente está fazendo, então não é um problema meu...", bem direta para dizer o mínimo.


    Overnight Sensation é total oitentista, aqui nós lembramos de agradecer a todos que fizeram a banda continuar e ainda mais a quem foi que olhou para Mark Tornillo e disse que essa voz aí encaixa perfeitamente no que a gente quer fazer e prova disso vem na balada movida a voz trabalhada em Jack Daniels The Best is Yet to Come.
    Outro ponto que sempre foi presente nas obras do Accept é a musica clássica, então se você gosta dessa influência vai se fartar com Symphony of Pain e a instrumental Samson and Delilah que vem mostrando o Accept olhando para o passado, porém ciente que está em uma das melhores fases da sua carreira, primoroso registro.

TRACKLIST:
1) Zombie Apocalypse 
2) Too Mean to Die
3) Overnight Sensation
4) No Ones Master
5) The Undertaker
6) Sucks to Be You
7) Symphony of Pain
8) The Best Is Yet to Come
9) How Do We Sleep
10) Not My Problem
11) Samson and Delilah

FORMAÇÃO:
Mark Tornillo - vocal;
Wolf Hoffmann - guitarra;
Uwe Lulis - guitarra;
Philip Shouse - guitarra;
Martin Motnik - baixo;
Christopher Williams - bateria.