Resenha #243: “Antichrist Reborn" (2022) - The Troops of Doom

    Salve Headbangers! O hype pode ser uma faca de dois gumes, se por um lado ele é responsável por nos fazer criar um grande leque de expectativas para um trabalho, por outro, ele pode gerar grandes decepções. Pois bem, The Troops of Doom desde o primeiro single que lançaram eu já tinha a convicção que seria uma obra acima da média, pois iria trazer verdadeiras lendas no que tange o metal extremo e por isso mesmo que a união dos músicos Jairo “Tormentor” Guedz nas guitarras, Alex Kaffer no vocal e no baixo,  Marcelo Vasco na guitarra e Alexandre Oliveira na bateria, conseguiram uma sequência impressionante de trabalhos de extrema qualidade  “The Rise Of Heresy” (2020), seguido por “The Absence of Light” em 2021, e a tríplice coroa se completa com  “Antichrist Reborn”.


    Pegando todos os acertos dos trabalhos anteriores e mostrando que o Sepultura antigo é uma referência, mas que a banda não se limita a isso, cada música fica mais evidente como eles estão aptos a levar adiante um legado. 
    Dethroned Messiah é uma abertura que apresenta uma grande fusão entre o death e o thrash metal, um encontro entre Celtic Frost com Vader e um destaque aqui já na primeira faixa e que vai seguir por todo o trabalho, os solos de guitarra são matadores, daqueles que você fica impressionado toda a vez que escuta. Far From your God mostra que o Slayer foi uma das maiores escolas do metal extremo, e não tem jeito, um som com essa velocidade fatalmente irá despertar circles pits insanos. 
    Altar of Delusion, e Deserters from Paradise, são momentos em que o death metal toma a frente se tornando as passagens mais agressivas do trabalho, eu gosto muito da forma como o The Troops of Doom conseguiu unir o melhor de dois mundos, uma sonoridade oitentista com o peso e a modernidade que temos nas produções atuais, porém sem se tornar plástico, tudo aqui pulsa forte no seu peito durante a audição e é exatamente isso que a gente espera. 
    Na audição desse trabalho imaginei que estamos diante de um trabalho que pode ser dividido em lado A e lado B e a divisão vem com Grief , um interlúdio instrumental que logo cede espaço para duas violências em forma de música Pray into the Abyss e The Rebellion, e a já citada Deserters from Paradise. 


    Apocalypse MMXXII é fatalmente uma trilha sonora para os dias negros que passamos, um interlúdio para recuperar o folego e só ressalta a agressividade da faixa título, e ter a honra de batizar tal trabalho coube a essa excelente passagem de puro metal extremo no sentido mais agressivo que o estilo nos resguarda.
    O trabalho vai chegando ao final, mas não sem antes revelar algumas surpresas, A Queda é uma letra fantástica e tem como convidado João Gordo que sempre quando se envolve com bandas mais extremas, o resultado é superpositivo e aqui não foi diferente! E Preacher’s Paradox, uma faixa mais longa e intrincada mostrando tanto a ode da banda contra as formas de doutrinas, como também o em relação ao cenário nacional.

TRACKLIST:
1) Dethroned Messiah
2) Far From Your God
3) Altar of Delusion
4) Grief
5) Pray Into The Abyss
6) The Rebellion
7) Deserters From Paradise
8) Apocalypse MMXXII
9) A Queda (feat. João Gordo)
10) Preacher’s Paradox

FORMAÇÃO:
Jairo “Tormentor” Guedz - guitarrista;
Alex Kaffer - vocal e baixo;
Marcelo Vasco - guitarra;
Alexandre Oliveira - bateria.