Álbuns Marcantes #41: "Mob Rules" (1981) - Black Sabbath

    Embora seja talvez mais conhecida por ser a capa do álbum de 1981 do Black Sabbath, "Mob Rules", esta pintura, de Greg Hildebrandt, não foi originalmente criada com essa intenção. Originalmente intitulada “Sonho 1: Crucificadores”, esta pintura de 1974 era de uma série de pinturas de sonhos e tem uma origem pouco conhecida, mas muito importante para Greg.
 

    
 Em 1963, Greg e seu irmão, Tim, começaram a trabalhar para a Igreja Católica sob o calor e a orientação do bispo Fulton J. Sheen, um homem por quem Greg ainda tem grande amor, admiração e respeito. Por 6 anos os dois irmãos trabalharam para a igreja fazendo documentários sobre a fome no mundo. No meio desse período de seis anos, o bispo Sheen foi transferido para uma diocese diferente fora de sua localização original em Manhattan. Em 1969, aqueles que substituíram o bispo fecharam os projetos em que Greg e Tim estavam trabalhando, encerrando assim seu envolvimento com a igreja e iniciando o fim da conexão de Greg com a fé católica.
 
    Depois de 6 anos fazendo esses filmes sobre a fome no mundo, tomei consciência da hipocrisia da igreja institucional e das mentiras que me contaram e com as quais cresci naquela organização – e o encobrimento das atrocidades cometidas em nome de Cristo. Desse conflito surgiu uma série de sonhos horríveis que tive durante os próximos dois anos, que é o momento imediatamente após minha saída da religião. Esses sonhos não vieram de meus sentimentos sobre deixar a fé católica. Eles vieram das atrocidades perpetradas pela igreja – e em nome da religião como um todo – e da escuridão da humanidade disfarçada de cristianismo– Greg Hildebrandt.

    “Dream 1: Crucifiers” foi originalmente publicado em 1978 no livro 'The Art of the Brothers Hildebrandt', publicado pela Ballantine Books. Greg licenciou os direitos do Black Sabbath para uso desta imagem exclusivamente para a capa e publicidade do álbum após um pedido de seu empresário em 1980. Desde seu lançamento, esta imagem foi usada muitas vezes pelo Black Sabbath para merchandising, apesar do fato de que Greg nunca lhes deu permissão. Pois, vamos à obra:
    Turn Up The Night que abre o disco, tem o mesmo impacto da melodia da fantástica que nos dá estímulo para continuar a audição dessa obra prima, Neon Knights. E isto significa dizer que ela é ótima e abre muito bem o trabalho. A produção do álbum ficou por conta de Martin Birch e, ele bem sabia o que estava a fazer.
 

 
    Em seguida, Voodoo, a música com riff hard poderosíssimo, troteada e cantada por Dio de modo a anunciar os rituais religiosos presentes em muitas nações mundiais, e, claro, fazer também, alusão às pessoas que deixam de serem elas mesmas, sendo praticamente fantoches de outras.
    The Sign of The Southern Cross traz um trabalho de violão inicial sublime, encaixado na voz de Dio que, aqui tem uma de suas melhores performances, e de repente, ganha ritmo, ganha marcha, ganha passo após passo, o peso cadenciado que a transforma numa das melhores canções da magnífica trilha sonora do Black Sabbath.
    A apoteótica The Mob Rules da sequência ao disco, com um riff espetacular e um trabalho de bateria e baixo primordiais. A voz de Dio, encaixada de forma absoluta e mostrando que ele cantava qualquer estilo de música de qualquer maneira, grave, aguda, ruidosa, falseteada, entre tantas formas, mas todas elas, de forma incomparável!
    Country Girl continua a saga com um riff muito apropriado, um dos melhores da primeira época em que Dio pisou na terra sagrada do Black Sabbath. A antepenúltima faixa chama-se Slipping Away, um hard bem estilo Led Zeppellin, com riff e bateria muito, muito similares mesmo (eu disse: similares) a algo que Plant e seus amigos já fizeram, mas, claro, com o toque diferenciado de uma banda única, como era e ainda é o Black Sabbath.
    Então a melhor faixa de toda esta segunda fase da banda (sim, agora todos vão me crucificar por isto, pois muitos falarão em Heaven and Hell, Neon Knights, Children of the Sea ou Mob Rules), chamada Falling on the Edge of the World. Desde o início, com o harmonioso e melódico teclado de Geoff Nicholls, até a introdução da voz celestial de Ronnie James Dio! Considero esse álbum uma verdadeira aula de heavy metal!!!