Resenha #225: "Alea Jacta Est" (1994) - Dorsal Atlântica

Salve headbangers!
    Goste você ou não, o Dorsal Atlântica é uma banda que pode se orgulhar de lançar verdadeiros marcos para o metal nacional e sem medo algum me relação a como as críticas vão olhar para eles, simplesmente Carlos Vândalo levanta a cabeça e manda um grande foda-se! Por isso mesmo decidi resenhar esse que é na minha opinião, um dos melhores discos não só da Dorsal como do metal nacional como um todo, o poderoso "Alea Jacta Est" (sei que é polêmica essa opinião, mas vamos lá!).
 

    Antes de falar da parte sonora que é um dos grandes destaques, quero também salientar a temática desse álbum que vai narrar a saga de Black Angel que seria uma reencarnação de Jesus só que preto e assim como ocorre na mitologia cristã ele se envolve com uma sociedade corrompida que acaba o crucificando. Somente a mente inquieta e brilhante do mestre Carlos Lopes poderia gerar algo assim.
    Como começar um trabalho assim tão forte? A resposta é com um dos sons mais agressivos de toda sua discografia, então Thy Kindgom Come. Quem acompanhou o lançamento desse álbum deve ter marcado na memória o seu polêmico clipe que foi cortado da TV por mostrar cenas de prostituição, sim, os tempos eram outros, mas os problemas ainda estão aí explícitos! Note que a sequência com Give People A Chance tem ares de dividir e conquistar só que a banda vinha em uma levada muito mais técnica e pesada como na faixa R..I.P. (Racismo, Ignorância, Preconceito).
    Straitgate é aquele que está na lista de riffs mais marcantes da história do metal nacional. A levada aqui abre mão da velocidade para criar uma aura mais densa, e essa é uma característica ao longo do trabalho, essas variações entre momentos mais rápidos que mostram o flerte com o hardcore com outras mais inovadoras para o estilo em si.
 
 

    Uma levada alucinada puxa Raise The Dead que no meio tem uma parte que remete à um discurso bem direto e depois volta para o peso. Seria quase um prelúdio do que viria na cena metal nos próximos anos com o avanço do new metal e não tem nenhuma hipérbole em falar que o Dorsal flertava com outros estilos nesse trabalho, basta conferir Virtual Reality (com blast beats vindos diretos do black Metal) e Summary Condemnation um ode ao punk metal.
    O trabalho ainda tem muitos outros destaques como em Human Reights, outra letra cada vez mais atual e Black Messiah outra indispensável na história da banda, mas o maior mérito desse trabalho é que a cada audição você encontrará novos detalhes, novas informações o que faz dele um álbum atemporal.

TRACKLIST:
1) Thy Kingdom Come
2) Give People a Chance
3) RIP (Racism, Ignorance, Prejudice)
4) Straitgate
5) Raise the Dead
6) Human Rights
7) Virtual Reality
8) Last Act
9) Black Messiah
10) Loyal Legion of the Admirers
11) Life Goes On (Vidcom Experience)
12) Take Time
13) Summary Condemnation
14) Tribute to Gauguin
 
 FORMAÇÃO:
Guga - bateria;
Carlos Lopes
- guitarras e vocal;
Cláudio Lopes
- baixo.