Papo Underground #08: "A Experiência do Primeiro Contato com o Rock/Metal"

Salve, Salve Homo Metalis!
Nosso Papo Underground de hoje, começa com uma pergunta: Você ainda lembra qual foi seu primeiro contato com o rock, ou metal?
 


Que o rock ou o metal está presente na humanidade há quase um século é certo, e que nomes como Elvis Presley, Kurt Cobain, Ramones, Scorpions, Rolling Stones, Iron Maiden, Sepultura, Queen, Metallica, entre outros, são do conhecimento de todos, pois mesmo quem não curte um bom e velho rock n’roll os conhecem, e quem gosta do estilo, curte ou tem ao menos um respeito pelo trabalho que foi feito pelos mesmos em prol deste estilo que tanto gostamos.

O primeiro contato ou os contatos iniciais com o rock/metal, ao meu ver, podem ser algo determinante para o indivíduo desenvolver ou não o gosto por esse estilo musical, e é quase regra que esse contato aconteça na fase de adolescência, quando você está em um período mais que conturbado de sua vida, num mar de descobertas, você se vê como um ser em meio a uma sociedade que começa lhe cobrar e impor inúmeras coisas, é o período em que você está se formando como pessoa, e às vezes você quer captar tudo aquilo que está à sua volta, e assim como um passe de mágica, quer se transformar naquilo que tanto lhe é cobrado, ou simplesmente você se revolta, liga o foda-se e viva a rebeldia!
 

 
É aí que a história começa a ser interessante, pois com toda essa energia da adolescência, por todo aquele questionamento/dúvidas, você procura se encontrar para ver em qual turma da escola que você se encaixa. Predomina aquela vontade de mostrar ao mundo que você existe, que quer ter voz ativa, você quer ser dono do seu próprio nariz e uma certa agressividade e rebeldia existe. Ahhhhh mano, que saudades dos tempos de outrora! É em todo esse contexto que quase sempre tem alguém um pouco mais velho, um primo(a), vizinho (a), amigo de escola, namorado(a) de alguém da sua família, um parente de outra cidade, que escuta o bom e velho rock and roll, e é certo que essa pessoa vai te apresentar uma banda, um som, que possivelmente você vai se identificar de cara, pois  só rock/metal tem a mistura de sentimentos de revolta e agressividade, e emanam essa energia em forma de som.
 
Claro que em um primeiro contato você pode não gostar da banda que lhe for apresentada, mas posteriormente pode aparecer outra indicação que lhe agrada, mas há aquela velha frase: - "Rock é só uma fase!" Pois bem, realmente se o rock/metal não lhe tocar como algo de identificação, de paixão, amor, sim, será só uma fase, e digo mais, vai durar enquanto sua rebeldia durar, basta apenas encontrar uma outra turma que lhe acolha, e você mudará de gosto, mas também não vou lhe culpar, não vou lhe chamar de poser, falso, ou coisa parecida, muito pelo contrário você apenas estava tentando se encontrar, e espero que assim tenha o feito. Mas se você é daqueles que a partir desse primeiro contato já correu procurar mais bandas, mais músicas e entender o que era aquilo tudo chamado rock, bem vindo ao clube, a continuação do nosso papo será com muita identificação.

Mas e aí, voltando lá à pergunta inicial e já te respondendo... O meu primeiro contato com o rock/metal, foi em uma manhã de terça-feira, de janeiro de 1999, não consigo me recordar exatamente à data, mas foi através da Mix FM, rádio de São Paulo, que ouvi a música The Unforgiven do Metallica, mano do hell, quando eu ouvi esse som que se mesclava entre a calmaria e o nervosismo quase que ao mesmo tempo, eu fiquei paralisado ouvindo, e corri atrás de uma caneta para anotar o nome da música e da banda, pois ele fez com que eu, um garoto de 9 anos, me identificasse demais. Sabendo qual a banda e o nome da música, saí procurando algo a mais, tipo CD's, camisetas, assisti um clip na antiga MTV, essas coisas!
 
O segundo contato foi por meio de um vizinho, amigo da família que era um cara bem eclético, mas ao ver meu interesse por rock, certo dia me falou que teria uns materiais para me mostrar, e é aí que me chega o cara com uma caixa de vinis, dos quais me lembro bem, do Black Sabbath – "Paranoid", AC/DC- "Who Made Who", Deep Purple – "Burn" e Kiss - "Destroyer". Passei um bom tempo com a vitrola dele e essa caixa de vinis, mas na época eu achava maior caretice ouvir vinil, em pleno anos 1999, já virando o milênio, pow meu avó era quem ouvia vinil, mal sabia aquele pobre garoto a merda que ele tava fazendo, desperdiçando aquelas preciosidades!
 

 
E aí, para fechar de vez minha relação com o rock/metal, alguns meses depois eu estava assistindo o antigo canal de TV já descrito aqui antes, quando me deparo com um especial, onde iria passar Korn (é muitos vão dizer pow cara que decaída hein?), mas vamos voltar ao contexto histórico: eu era apenas um garoto com 9 anos, que até então não tinha noção do que era rock/metal e que tinha se apaixonado pela música do Metallica e queria conhecer mais de tudo aquilo, cara aí eu vejo Jonathan Davis com Dreads, um Kilt, coturno e aquela música enérgica da banda (que só mais tarde eu iria descobrir que era o new metal, estilo que no ano seguinte iria virar a febre do rock 00’s), cara eu fiquei tipo: - "Porra isso existe e é Rock, até então eu não sabia diferenciar nada de nada entre os estilos, para mim tudo isso se resumia a rock, e assim se deu início ao meu contato com o rock/ metal.

Ao pensar nesse tema, eu queria saber como foi esse contato para outras pessoas também, e aí fui perguntar para outros membros da equipe do Underground Extremo como tinha ocorrido esse momento de início suas vidas metálicas e obtive os depoimentos de dois, dos três pilares que dão sustentabilidade ao U.E, e que foram os responsáveis por hoje sermos essa equipe:

O nosso braço direito, Maykon Kjellin, conheceu o rock através de viagens de carro com o pai, onde no rádio sempre tocava bandas clássicas do rock nacional como Charlie Brown Jr, Paralamas do Sucesso, Engenheiros do Hawaí, Legião Urbana... Com o passar do tempo conheceu Guns n’ Roses, Nirvana, Scorpions (sendo essa última a que ele se refere como paixão a primeira ouvida, seu ápice musical). Na época de escola nas turminhas, naquele auge do new metal, conheceu Linkin Park, Slipknot e Korn, e daí em diante como ele mesmo se referiu, “só evoliu” e hoje as suas figurinhas carimbadas são Scorpions, Iron Maiden, Black Sabbath e Foo Fighters.

Já para nosso mestre mor, Harley Caires, por volta dos seus 8 a 10 anos conheceu o Kiss, em uma reportagem do Fantástico e de cara ficou fissurado naquilo que via, aquela banda, a música e aquele espetáculo pirotécnico mesclando música com circo, toda aquela maquiagem (é tanto que em outro momento foi difícil até aceitar a banda sem maquiagem). Depois ele conheceu o AC/DC e pirou no Angus Young com chifrinho na capa do "Highway to Hell". Aos 12 anos ele descobre o Sepultura, na época entre o "Beneath to Remains" e "Arise" e aí os sofás de casa que sofriam com a imitação de Igor Cavalera. Através da versão de Orgasmatron, foi pesquisar e conheceu a original do Motörhead e entre programas de rádio e revistas ia conhecendo novos nomes e adentrando cada vez mais no metal! Destaca também que Black Sabbath com a música de mesmo nome, foi um divisor de águas onde se viu na própria presença do mal, com toda aquela atmosfera nefasta que a música proporciona ao ouvi-la, e aí se encontrou de vez no metal extremo!
 

 
Creio que assim como eu e nossos amigos de site, vocês, meus caros leitores, também têm lá sua banda ou música de estimação, por ter sido aquele ponto de ligação entre você e o universo rock/metal. Se você me perguntar se hoje ainda escuto tais bandas acima mencionadas, eu respondo que curto umas, outras escuto com um certo saudosismo mas só. Sendo que pelo Metallica eu tenho um carinho muito especial, para mim, não muito diferente do público em geral, os primeiros álbuns são verdadeiras obras primas e depois do "Black" álbum até o "Hardwired...To Self-Destruct" podemos pegar uma música aqui, outra ali e montar um CD completo com umas 10 ou 15 músicas boas, certo que vou dizer que "Hardwired..." foi um bom álbum, mas não se compara com os primeiros.

E finalizando, afinal já era hora né (rsrsrsrs), é quase certo que ao ler esse texto, você tenha acesso às nossas redes sociais, então vão lá nos comentários e nos relatem como foram suas experiências iniciais com o rock/metal.