Entrevista #54: Goaten

Ter uma banda no underground é uma tarefa árdua, porém muito prazerosa. Alcançando cada conquista com muito talento e garra a Goaten chega agora no seu segundo EP e mantém todas as qualidades que nos fizeram ser fãs demais da banda! Por isso mesmo, trouxemos essa entrevista exclusiva.


1) Salve! Inicialmente obrigado pela entrevista. Desde que assistimos a banda ao vivo, viramos fãs! Gostaria de começar nosso papo com vocês apresentando a banda: quais são os músicos que fazem parte da formação, quando ela começou e queremos saber também se vocês já tinham alguma trajetória musical juntos em outros projetos.
R: Salve! Muito obrigado pelo convite! Lembramos bem do show que conhecemos vocês. Todas as vezes que tocamos em Santa Catarina foram sensacionais e abriram muitas portas para nós. Queremos voltar mais vezes com certeza!
A Goaten foi formada em 2018 por Francis Lima, baixo e voz, Daniel Limas, guitarra, e Rafaah Drinkwine na bateria. Os 3 integrantes já se conheciam e tinham projetos musicais bem antes de iniciar a banda. O Daniel e o Rafael também tocavam juntos em uma banda chamada Velho Bordel.

2) A Goaten faz um heavy metal tradicional, mas ao contrário dos clichês do estilo, vocês abraçam influências do hard rock, assim como de outros também, criando uma sonoridade bem própria. Quais são as principais influências na hora de compor?
R: A sonoridade do grupo é fortemente influenciada pelo heavy metal tradicional e hard rock da década de 80. Além das bandas tradicionais como Judas Priest, Saxon e Iron Maiden, podemos incluir Impellitteri, Mercyful Fate, In Solitude, e bandas de hard rock como Mötley Crüe, Lynch Mob e Dokken. Acredito que tudo isso contribui na hora de compor.

3) Ouvindo o segundo EP “Crimson Moonlight” (2021) percebi uma confirmação da proposta do som da Goaten, ao mesmo tempo que vocês mantiveram as influências do som. Como comparam esse trabalho com o EP de estreia?
R: Acredito que o primeiro EP tem sons mais diretos e voltados ao heavy metal tradicional. Isso aconteceu porque estávamos pensando em um repertório para um show mais enérgico e também tinha a necessidade de lançar logo um material para apresentar nosso som. O segundo EP tem algumas músicas mais trabalhadas que o primeiro e também seguem uma temática. Por exemplo, a música Cold Air foi inspirada no conto 'Cool Air' do H.P. Lovecraft.

 
4) O formato power trio é muito clássico no Rock/metal. Para vocês quais são as maiores vantagens e desvantagens (caso existam) para manter esse formato?
R: As maiores vantagens são o menor custo no deslocamento para os shows e a facilidade para nos encontrarmos para compor e ensaiar. Esse formato exige bastante de cada integrante, o que não seria uma desvantagem necessariamente, apenas uma maior dedicação. Já pensamos em colocar mais um integrante na banda, mas acabou não acontecendo. Talvez isso aconteça no futuro, mas no momento vamos nos manter como um trio.

5) Assistindo algumas lives, e passeando pelas redes sociais da banda, é notável que vocês curtem muito glam rock, esse que por aqui no Brasil é um dos estilos mais undergrounds dentro do próprio underground. Na opinião de vocês, porque isso ocorre aqui na nossa cena?
R: Realmente, concordamos que é um dos estilos mais underground dentro do próprio underground. Principalmente se for tocado na sua forma mais pura.
Acredito que houve um certo abandono da mídia por esse estilo durante um tempo. Por outro lado, seriados como 'The Dirt' e 'Cobra Kai' impulsionam a busca por essas bandas. Já vi muitas pessoas gostarem muito do som na primeira vez que escutaram.
Acho que muitas pessoas podem gostar, só não foram apresentadas ao estilo. Inclusive, muitos elementos do glam ainda são utilizados, tanto no metal como na música pop.

6) A Goaten ao lado da Evilcult, foram as bandas que pudemos ver os últimos shows antes da pandemia no Caverna Killmister em Tubarão/SC. Como está esse preparativo para a volta aos palcos e como a pandemia afetou o cronograma da banda?
R: Estamos ensaiando frequentemente e muito empolgados para voltar aos palcos. Já temos algumas datas marcadas para o início de 2022. Nos próximos shows vamos tocar os sons dos EP's e também algumas músicas novas que estarão no primeiro álbum.
A pandemia afetou todas as bandas e casas de shows. Infelizmente, alguns bares que tínhamos contato não vão mais retornar às atividades. Durante a pandemia, focamos nas composições e participamos de festivais online, que foi um excelente recurso para os artistas continuarem na ativa e mostrarem seus trabalhos. Agradecemos a todos que promoveram esses festivais e ajudaram as bandas durante esse período.

7) Até agora tivemos dois excelentes EP’s com músicas que mostram a qualidade da banda, e vem a inevitável questão... Quando teremos um full álbum?
R: Estamos trabalhando nas músicas para o primeiro álbum. O objetivo é lançar um trabalho com 10 músicas no meio de 2022. Algumas já serão tocadas nos próximos shows. Estamos empolgados para isso.

8) A cena gaúcha revelou nomes de extrema importância para a consolidação do metal nacional e isso vem ocorrendo até hoje, são inúmeros os nomes de bandas que despontam das terras do sul. Como é o cenário em relação a união entre banda e produtores no estado?
R: Com certeza, muitas bandas da cena gaúcha apresentam um trabalho muito bom e acredito que isso tende a aumentar. Acho que consolidar parcerias é algo muito importante no underground. Podemos citar algumas parcerias muito boas que temos por aqui, como, por exemplo, o Gil Dessoy da Cianeto Discos e o produtor Sebastian Carsin do estúdio Hurricane. Já fizemos alguns shows com a Evilcult, o que é sempre legal. Eles que sugeriram entrar em contato com a Cianeto Discos antes do lançamento do nosso primeiro EP. Isso é importante, a troca de informações e a oportunidade de apresentar nosso som juntos.

9) Obrigado pela entrevista! Mais uma vez gostaria de ressaltar que somos fãs demais do trabalho de vocês e esperamos reencontrá-los em breve. Para finalizar, gostariam de deixar algum recado para nossos leitores? O espaço é de vocês!
R: Agradecemos muito pelo apoio e o espaço para apresentar o nosso trabalho! É sempre uma satisfação falar com vocês e curtimos muito o trabalho feito no Underground Extremo. Com certeza, vamos reencontrá-los em breve!
Queremos também agradecer a todos que estão curtindo o nosso som e entrando em contato com a gente. Estamos muito animados para voltar aos palcos e encontrar todos pessoalmente.
Gostaria de convidar os leitores do Underground Extremo a ouvir nosso último EP “Crimson Moonlight” e nos seguir nas redes sociais para acompanhar os trabalhos futuros. Até o momento, tocamos apenas na região sul do Brasil, mas em 2022 vamos tocar também em outros estados. Entre em contato com a gente se curtirem o nosso som. E nos vemos nos shows!