Terror Underground #35: "The Dark and The Wicked" (2020)

Salve Fãs de Terror!
Eu não sei vocês, mas esse que lhes escreve, tem cada vez menos vontade de apoiar filmes de terror 'maistream', todos esses pacotes de blockbuster me deram no saco, é por isso que filmes como "The Dark and The Wicked" conseguiram a façanha de me arrancar elogios e de o eleger como um dos melhores de 2020.

 
Na verdade, um olhar mais atento já teria entregue que teríamos algo, no mínimo bom, pois quem está na direção é Bryan Bertino, que tem no seu currículo "Os Estranhos" que eu acho um filme bem aceitável.

Então agora ele aprimora a fórmula, narrando uma história onde dois irmãos se reúnem com sua mãe em um fazenda abandonada para se despedir do pai que está acamado e a partir daí é só ladeira abaixo e no filme, de maneira bem assertiva, vai crescendo a tensão ao longo do período em que os irmão estão na casa.

Ensinando a nova geração que terror não se faz com os dois pé no acelerador, a angústia aqui vem a cada passo, tenha em mente que temos aqui um filme de narrativa igual o insuperável "A Bruxa", com uma diferença, Bertino sabe transitar bem entre os dois mundos do cinema de terror atual, por isso mesmo, ele sabe criar atmosfera, mas não abre mão dos 'jumpscare', só que graças a Satanás, aqui são muito bem feitos!
 

Outro ponto positivo, é o fato de o filme ter um elenco reduzido, o que fez com que ficasse mais fácil de se identificar e se afeiçoar aos personagens. Méritos também para a excelente atuação de Marin Ireland, que consegue ir da dúvida ao pavor de maneira muito rápida.

"The Dark and The Wicked" ainda apresenta doses de 'bodyhorror', o que é surpreendente para um filme de baixo orçamento e também nos entrega um final bem interessante, longe de ser feliz (o que na minha opinião mata filmes de horror), explorando bem o tema do luto e indo por caminhos que duas das obras primas do cinema do século XXI traçaram, "Hereditário" e "Relic" (esse em breve aqui no site), então continue acompanhando nosso especial maldito.