Resenha #98: "Caos Codificado" (2019) - Alkanza

Foi em meados de 2013 que assisti pela primeira vez uma apresentação da banda Alkanza, em um Pub de Laguna, cidade onde a banda se formou. Além de mim, um pequeno grupo assistia a banda e ao final do show comentei com o vocalista Thiago Bonazza, cara curti muito o som de vocês, a Alkanza tem futuro!

Passaram-se até hoje, sete anos dessa minha profética frase, e foi essa rememoração que me veio em mente quando fui convidado para fazer a audição do terceiro trabalho da banda: Caos Codificado, ao lado de representante das mídias "O Subsolo" e "Cultura em Peso" e do renomado produtor de eventos e apoiador da cena Daniel Bala, além claro, dos integrantes da banda.

Antes da audição nos foi apresentada a nova formação da Alkanza, com a recente postulação de Renê "Moskito" Ramos na bateria, completando o time ao lado de Thiago Bonazza (Vocais e baixo), Pedro Souza (guitarras e B. Vocal) e Renato Lopes (Guitarra e B. Vocal) na sequência ouvimos o material e a análise completa do mesmo você encontra nas próximas linhas:


Caos Codificado é o terceiro trabalho na discografia da banda (como já destacada acima), e o primeiro a ter o formato físico lançado, o que é um grande avanço, lembrando que a capa e o Track List foram divulgados aqui no U.E com exclusividade, acompanhe no link http://www.undergroundextremo.com/2019/01/alkanza-codificando-o-caos.html
O trabalho gráfico foi feito pelo guitarrista Renato Lopes, e cabe ressaltar que na audição era visível por parte da banda a alegria e euforia de ter esse trabalho lançado, o registro foi gravado, mixado e masterizado no "Orland Studio" e gravem esse nome, pois o produtor está sendo responsável por grandes registros da cena catarinense, como os singles da "Distressed" e da "Deadnation".

Sons de explosões abrem o registro e logo temos a primeira porrada invadindo nossos ouvidos Vala ou Viela, nota-se de cara como a banda evoluiu nesse registro, com um refrão forte, a banda manteve fieis as suas características que são o peso com altas doses de groove e letras que fogem do trivial, expressando sim sua indignação com a sociedade e o ambiente que nos cerca, mas tudo com uma linguagem até certo ponto poética, sabiamente o trabalho físico vem com as letras de todas as músicas, e a leitura delas vale muito a reflexão.

Por todos nós, mostra as influências de New Metal na sua seara mais agressiva, me remeteu ao "Slipknot" no seu álbum homônimo, Desistir? Jamais, é um desabafo de toda a banda e relata a trajetória em todos esses anos de Underground, a força dessa faixa me faz destacar a mesma como um dos destaques do trabalho.

Colonizados, aproxima a banda do seus primórdios principalmente do primeiro trabalho "Colonizados Pelo Sistema", já Enganando o Destino foi a primeira música a ser lançada e ouvindo o álbum é fácil identificar porque, pois ela consegue sintetizar bem o que é esse registro, pesado agressivo e marcante.

Primitivo Canibal e Moendo Ossos, mostra banda flertando com o Death Metal em alguns momentos, com destaque para a linhas de bateria gravada por Ramon Scheper, e para os vocais de Thiago, que conseguem mostrar bastante variação e raiva em cada verso.

A oitava  faixa batiza a banda e confesso que estou ansioso para ouvir a mesma ao vivo, principalmente devido o seu refrão marcante, e a mudança de ritmo que a mesma apresenta. Mundo Insano tem um começo que remete a "Slayer" na fase "South Of Heaven", e assim como a faixa dos americanos essa música vai crescendo até se tornar uma hecatombe. Entre Órfãos e Bastardos fecha o registro, mostrando novos caminhos aos quais a banda poderá seguir, pois a música é densa, até mesmo claustrofóbica,  lembrando os melhore momentos do "Djent".


Pouco mais de meia hora faz Caos Codificado ser um trabalho muito fluido, como acompanho a banda há muito tempo, compartilho do orgulho de ouvir esse material, pois sei da garra, empenho e força de vontade que eles tiveram para chegar até aqui, e posso afirmar que a Alkanza chegou no seu ápice, ouça esse trabalho e tire suas conclusões, porém já deixo meu veredito, estamos diante de um trabalho honesto, agressivo e indispensável para quem curte música extrema. ... Vamos Juntos até o último Mosh!!!