Cobertura de Eventos #15: Maniacs Metal Meeting 2018 - Dia 03


Depois dos quatorze shows no sábado, era normal que muitos bangers estivessem desmaiados em suas barracas, porém como temos nosso compromisso com a resenha de cobertura de todos os shows, estávamos a partir das 11:00 horas na frente do palco, para assistir a apresentação da banda catarinense Deadnation.
Mesmo sendo uma banda relativamente nova, ela é formada por músicos já experientes da cena e por isso mesmo não assusta a qualidade dos seus sons autorais como Redrum e Blood Spill, além de covers do Death Metal da velha escola, como Casket Garden do Dismenber. Aposto neles como banda revelação para 2019!


Sabe quando uma banda queima sua língua, pois bem, não sabíamos como seria um show da Decadência, afinal de contas trata-se de um duo que tem bateria e acordeom e tal formação, além de atípica,, nos deixou na dúvida se ela se sustentaria, e que coisa boa poder dizer que não só se sustenta como é muito bom o que eles apresentaram, seja nas autorais como Toda Uma Vida Pra Nada e Lixo ou nos cover's Grândola Vila Morena, uma música muito decorrente na Revolução dos Cravos e Asa Branca, alguém batizou a Decadência como "Arrasta Pé do Diabo", e essa foi a melhor definição possível.


Técnica, peso e muita agressividade em cada música, fazendo um dos melhores shows do MMM, quem lá estava, sabe que só podemos estar falando do Wargore, a banda paranaense marcou presença no festival e para quem, assim como nós, não os conhecia, se impressionou com sons Cursed Existence, Doomed to Live e Destroy the Creation.


Da união de mentes maniacas por Death Metal e filmes de horror B surgiu a Offal, que justificou o porque de ser considerada uma lenda do Underground! Com sua formação estabelecida (em entrevista que fizemos com a banda , eles mesmo afirmaram que essa é a definitiva) e principalmente muito bem entrosada, e isso é visível demais nos palcos, pois a banda não precisa de indumentárias para causar impacto, seu som já é suficiente, muito evidenciado nas podreiras: Feast For the Dead, Trial of the Undead e The Hideous Return of Dr. Death.


Fechando a presença Grind no Festival a Hutt proporcionou o caos, mesmo com uma discografia pequena, comparada a outros nomes do estilo, esta banda fez uma apresentação caótica de seus trabalhos "Mostruário", "Sessão de Descarrego" e o mais recente "Apocalipster". Sem muitas pausas, apenas três maníacos no palco tivemos porradas azedas como Sete palmos de Esperança e Flores, Vela e Caixão.


A última banda a se apresentar com status de headline, foi a Sextrash que trouxe na bagagem mais de 30 anos de underground. De seus variados trabalhos, os mais marcantes para a cena extrema brasileira, ao nosso ver, são “Sexual Carnage” e “Funeral Serenade”, e deles tivemos as músicas Seduced By Evil, Funeral Serenades e a icônica Alcoholic Mosh. A Holocausto, que não conseguiu comparecer e se apresentar no evento, foi reverenciada pela Sextrash no cover de Nightmare do lendário Sarcófago celebrando a influência da cena de Minas. 


Nessa edição o Maniacs Metal Meeting terminou no domingo enquanto ainda era dia, um ponto positivo a ser citado, pois assim o público pode assistir aos shows do início ao fim do evento sem ter a preocupação com a volta para casa a tempo de retomar suas atividades corriqueiras na segunda-feira.

Quanto a estrutura do evento, deixamos para o final porque, são poucos os bangers que ainda não conhecem a Fazenda Evaristo que entrou em cena a alguns anos, quando foi sede do extinto Zoombie. Nessa edição, o que tivemos de novidade e digamos necessário, foi o bar aberto 24 horas por dia de evento, já conhecida a vasta área de camping era a única coisa colorida no local, além da piscina que instalaram lá onde alguns corpos e mentes que saiam do inferno que acontecia dentro do galpão se refrescaram. Tivemos ainda esse ano a tirolesa para ativar a adrenalina de quem se encorajasse. As barracas de merchs estiveram presentes, a Brutal Wear montou um espaço fora do rancho bem legal. Os restaurantes proporcionaram bastante opções de cardápio, inclusive veganos. Estrutura foda, para um evento foda!

No retorno a casa, ainda na estrada empoeirada, surgiu aquela sensação de alma lavada, de quero mais e de nostalgia por cada momento de euforia e trevosidade vivida na fazenda. Para quem não foi, podemos dizer que perdeu, e muito, pois para sentir toda a vibração do evento é preciso estar presente em cada momento, isso sempre priorizamos, colar na grade em todos os shows, no metal, somos resistência, não temos preconceitos, e cada banda merece nosso respeito! A cena está viva e precisamos continuar a manter a chama acesa.

Agradecemos a organização e produção do evento que sempre procura o bem estar das bandas e do público e que soa a camisa por muito tempo para que o festival aconteça (termina um, e já estão pensando no próximo), vocês estão de parabéns!!! Ao público, parabéns também, porque se vocês não fossem, o evento não aconteceria. E em especial, agradecemos e parabenizamos as bandas, que nessa edição, chegaram mais próximas a nós do Underground Extremo, contribuindo ainda mais em nossa mídia, que além da resenha de cobertura, trará a vocês, que acompanham nosso site, resenhas dos álbuns que no MMM recebemos das mãos de grandes ídolos do Metal, assim como as entrevistas que registramos com algumas bandas que lá se apresentaram.

Esperamos ansiosos a próxima edição... Vida longa ao MMM!!!