Entrevista #11: Maquinários

Parceiros Além da Estrada

Tanto o Underground Extremo, quanto o Esporro Sonoro são mídias alternativas, baseada no esforço de nossa equipe de duas pessoas (KKKKK) para auxiliar e fortalecer nossa cena, e sempre é bom lembrar que esse não é algo remunerado e sim feito pelo amor ao Metal. Mas o que mais ganhamos com isso é satisfação de conhecer músicos e bandas que se tornam verdadeiros parceiros nessa caminhada. E nessa jornada tivemos a sorte de conhecer a Maquinários e foi admiração a primeira audição, pois além de ótima banda, todos são gente boa demais, a prova disso está no bate papo abaixo:

1) Depois de uma pausa para resolver alguns problemas pessoais a Maquinários volta com força total novas músicas, nova a formação gostaria de iniciar nossa entrevista saudando esse retorno, como fã da banda foi uma ótima notícia, como está sendo esse retorno a cena agora como um quarteto, aproveitando apresentar o novo guitarrista

R:  Primeiramente é uma satisfação enorme poder ter a honra de sermos entrevistado pelo Underground Extremo, principalmente de um grande fã fiel que sempre está dando a força máxima para nós, e ficamos muito contentes com a felicidade de vocês e de nossos fãs com nosso retorno e com mais um integrante, o Vinnie que vai e muito crescer a sonoridade e o nosso trabalho a nível nacional e quiçá mundial (se as forças permitirem – risos). Completando, esse retorno foi planejado desde o início do ano. Como muitos sabem, nós não descansamos. Esse tempo que estivemos nos reorganizando, nos preparamos muito em termos de business e produção. Queremos muito com esse retorno, retomar nosso lugar na cena e conquistar ares ainda maiores. O Vinnie veio muito a somar, tanto no administrativo, quantos nas composições e ações de marketing . Estamos bastante otimistas e agradecemos toda a força de vocês!

2) A Maquinários é meio que uma banda inter regional afinal de contas apresenta músicos de Chapecó, que foram para Tocantins e encontraram um vocalista que era de Brasília, afinal de contas como foi formar esse time tão diverso?

R:  A banda tinha meu irmão nos vocais (Ivan Silva), Anderson Sacramento no baixo e Alysson Hendrix na bateria, além de mim e o Matheus, ali no início de 2009. Eu acredito muito no destino. Palmas (TO) foi o lugar onde nos encontramos e no meio tempo em que estudávamos na mesma faculdade, ensaiávamos e iniciávamos um projeto que inicialmente seria southern rock (um quinteto) e agora ficou mais pesado do que isso (risos). O Matheus sugeriu que fossemos para Chapecó, a fim de que lá seria mais próximo do eixo RJ/SP, e essa ideia deu super certo, porque conseguimos ter o respeito de muita gente, pelas nossas origens. Me lembro até hoje de ver nossos colegas de SP comentando nossa garra e peito de gravar na cidade paulista, sem grana, dormindo no chão e botando a cara a bater. E essa chama com certeza continua acesa. Exemplo disso é que há dois integrantes em SC, um no RS e outro em SP atualmente. Estamos a princípio marcando datas de ensaios e trabalhando à distância. As ferramentas digitais nos estimulam a sermos mais organizados e realizar nosso trabalho da melhor maneira possível.

3) Falando em diversidade lembro que a primeira vez que vi um show da Maquinários , me surpreendeu a sonoridade da banda, com variações de estilos indo do Thrash, Blues Hard Rock entre outros como vocês definem a sonoridade de vocês ?
R: Nos lembramos disso! Foi no OTA de 2017. Foi animal conhecê-lo! Então, hoje nos definimos como Heavy Music ( ou música pesada). Chegamos até um período de nos intitularmos Stoner. Mas hoje em dia o termo se popularizou e fica até difícil definir o que é ou não é stoner. Então o stoner fica como uma das referências. Escutamos muita coisa, desde jazz, erudito e até pop. A revolução musical em termos digitais, nos permite e muito diversificar nos misturar a todas as vertentes que se unem para transmitir uma mensagem que alcance os ouvintes da melhor maneira possível. Não há preconceito quando o resultado é criar arte.



4) Intacto foi considerado um dos melhores lançamentos da cena no ano de 2015, ouvindo esse álbum hoje o que vocês pensam a cerca dele mudariam alguma coisa ou ele simplesmente fez o seu dever de estrear o nome da Maquinários?
R:  Nos sentimos muito orgulhosos com tudo o que conquistamos com esse álbum a nível nacional. Foi tudo muito rápido na criação dele e várias coisas aconteceram antes de ele ser lançado. Esse álbum modificou nossas vidas no sentido profissional e cremos que ele foi produzido da maneira que tinha que ser. É errôneo (nossa opinião) quando comparamos álbuns de 3 anos atrás com coisas produzidas hoje, sendo que a música está em constante evolução. O INTACTO soará bem diferente dos nossos próximos lançamentos com certeza.

5)Acredito que a maquinários tem uma grande relação com os faz digo isso pelo crowdfunding, que fez a banda tocar no estúdio som livre, e pelo grupo no WhatsApp além das interações no face gostaria que comentassem um pouco dessa relação entre bandas e fãs ?

R: Fã é a base de qualquer banda. Sem eles, nada acontece. O Fã compra o disco, te compreende em situações adversas, fã se preocupa e faz acontecer. Exemplo disso é a quantidade gigante de Cds que enviamos para o Brasil até hoje graças a eles. Essa interação quase que íntima com nossa família faz com que a corrente banda>público seja ainda mais coesa. Nós amamos os nossos fãs. Admiramos muito os que são de regiões quase inalcançáveis para nós presencialmente sem a ajuda da internet ( a exemplo de fãs em Juazeiro/BA e Sergipe). É emocionante ver como cada um expressa a maneira como música x ou y mudaram suas vidas. E nossa felicidade não é ser chamado de “bonito” ou “bacana”, e sim de ouvir e ler frases como :“esse som me ajudou a vencer obstáculos”. O efeito disso na gente é como um sopro de vida, de dever cumprido. E nossos fãs nos proporcionam essa dádiva.

6) Vivemos um momento muito legal na cena com muitas banda cantando em português e a maquinários veio nesse leque ao lado de bandas como Project 46, Alkanza, carro bomba selvageria entre tantas outras, vocês já pensaram em compor em outro idioma, e nas composições como são criadas as letras da maquinários que são super criativas ?

R:  Primeiramente queríamos mandar um super abraço as bandas que você citou no qual admiramos muito e a tantas outras que compõem em português. Isso é excelente e fortalece nosso cenário. A Maquinários já pensou em cantar em inglês em algumas músicas para maior alcance a nível mundial. Mas aí vemos bandas como o Project (que é a nossa maior referência atualmente) se destacando em outros países com o metal em português, e aí desistimos da ideia imediatamente (risos). O nosso público cresceu justamente pelo fato do português, por ele ser mais na cara, com uma mensagem mais direta. E as nossas composições vem muito baseadas no ser humano e no mundo caótico que ele mesmo criou. E a banda toda passa por situações diferentes, situações que nos fazem acordar para a realidade. Não faria muito sentido pra nós falarmos de outros assuntos “clichês”. Com todos os acontecimentos políticos e humanitários acontecendo ao redor do mundo, fica difícil não tocar na ferida e mandar a real sobre isso em nossas letras.

7) E o que podes nos contar do segundo disco, esse geralmente é o divisor de águas para uma banda pois vocês tem a missão de superar um trabalho que foi muito bem aceito pela mídia de maneira geral?

R: Então. Os próximos lançamentos não serão voltados para um “full álbum’’ necessariamente. Estamos notando que muitos artistas estão aderindo ao single em forma mensal/trimestral e isso tem gerado ótimos resultados de divulgação, pois o fã sempre quer mais e dá sugestões e isso nos motiva a criar músicas melhores. Já antecipamos que os próximos lançamentos vão soar bem diferentes do intacto. Mais Peso e mais experimentalismo prometem vir nas próximas músicas. Até porque nossa distância geográfica no momento não nos permite lançar nove músicas de uma vez, (risos) mas pelo menos nos fará mais cuidadosos e mais primorosos com cada música lançada.

8) E a agenda de shows agora que a banda voltou à ativa já tem uma agenda de shows, e como produtores podem entrar em contato com a Maquinários, e citando shows já teremos algumas músicas novas sendo executadas, dificultando um pouco montar um set mas nem pensem em deixar de lado anjo ou réu ou além da estrada .

R:  Estamos criando nossa agenda de shows, mais voltada para o Brasil e festivais em específico. Quem quiser estar entrando em contato , pode ser pelo e-mail : maquinariosmusic@gmail.com ou diretamente pelo whatsapp da nossa CEO : (49) 88027616. Estaremos à disposição. E sim, terão sons novos e sons do INTACTO tocados com outra roupagem. Das músicas citadas pode ter certeza que estarão no set, até porque não tocávamos “Anjo ou réu” desde 2015 e é um som que todos pedem em nosso show.



9) Quando entrevistei a Válvera eles mandaram um abraço para vocês e disse que são bandas parceiras, isso é muito legal essa parceria. Porém além de banda vocês são headbangers como avaliam a cena metal hoje em dia, em termos de eventos, bandas e publico.R: Que amados! Um abração pra eles (mandamos vários ontem kkk) ! Válvera, Mattilha , Carro Bomba e Baranga são nossos irmãos de todas as horas. Quando nos encontramos é sempre uma festa absurda, como se nos conhecêssemos a anos. Todos nós já convivemos em estúdio juntos, comparecemos aos shows uns dos outros quando possível, nos cuidamos uns aos outros e sentimos muitas saudades também. Essa união é a nossa força também, até porque além de amigos, são nossos ídolos e referência também. A cena metal/rock tá absurdamente foda! Temos bandas suficientes para encher o ano de programações de alto nível! A única coisa que pedimos humildemente mais é que tanto nós como os produtores se profissionalizem cada vez mais do que já são, indo a workshops, perguntando e interagindo em festivais, desde o roadie até o segurança, pra conhecer melhor como funciona tudo isso. Conhecer o meio nos torna mais cientes do que estamos fazendo e aonde queremos chegar. O público sempre será consequência dessa luta diária pela profissão. A exemplo do sertanejo que virou mainstream. Temos certeza que, tendo mais gente 2.0 no nosso meio, chegaremos ao nosso lugar ao sol, e juntos! Essa é a letra.

10) finalizando nossa entrevista, obrigado maquinários sou um fã confesso da banda e como disse lá no início estou muito feliz com esse retorno, o espaço é para vocês deixarem algum recado para os leitores do Underground Extremo?

13) Harley! Nós que agradecemos o convite! Amamos você bro! Nosso sentimento é ainda maior quando trabalhamos com fãs nossos, porque o sentimento e a energia se tornam ainda mais evidentes e ficamos gratos e imensamente felizes em ver a felicidade de vocês com o nosso retorno! Você é parte disso! Queríamos agradecer a todos os leitores do Underground Extremo  à equipe e aos nossos fãs que sempre estão juntos conosco! Vocês todos nos ajudam diariamente a superar os obstáculos! Tamo junto! Grande abraço!