Resenha #279: "Spectrum Of Death" (1990) - Morbid Saint

    Salve Headbangers! No meio do mar de injustiças que acontecem no underground, acredito que o Morbid Saint não se tornar um dos maiores do estilo é, sem dúvida, uma delas e um trabalho que tinha todo potencial para levá-los à esse patamar é "Spectrum Of Death".


    Pode parecer um pouco de paranoia, mas o fato de o Morbid Saint vir da região de Sheboygan no Wisconsin pode ter atrapalhado o desenvolvimento da banda, quem duvida disso, basta perguntar para o Krisiun o que aconteceu com a banda quando se mudaram de Ijuí para São Paulo!
      Independente da explicação, justiça hoje pode ser feita e tirando os 42 segundos que é a faixa título do trabalho uma bela instrumental, o resto aqui apresentado é um soco direto na boca do estômago, feroz até o último acorde como o bom thrash metal deve ser! E digo que esse registro ultrapassa as barreiras do thrash indo muitas vezes para o death, principalmente na parte instrumental.
    Lock Up Your Children abre o lado A do vinil, aqui temos aquela escola Dark Angel pegando forte, não tenho o que dizer do baixo estalado e certeiro de Tony Paletti e chama atenção também o vocal mais azedo de Pat Lind que transpira raiva em cada nota e tem uma maneira muito rápida de dizer as palavras, assim como o Petrozza fazia nos primórdios do Kreator, ouça Burned At The Stake e tente cantar junto.
    Assassin é o primeiro épico desse trabalho, seus sete minutos são um teste de resistência para a banda em conseguir fazer um som tão impactante e o mais incrível é que essa duração que pode parecer mais longa passa rápido e no lado B do vinil tínhamos mais uma demonstração de força.


    O filho do anticristo tem suas músicas em sua justa homenagem e se aqui no Brasil o Taurus tem o seu tributo com uma música homônima lançada no "Signo de Taurus" (1986), o Morbid apresenta Damien com menos de três minutos em um hino indispensável do thrash metal, e nem respire porque agora temos Crying For Death, ouvir isso e não sair com o refrão na cabeça, bem, aí você está errado!
    Hora do segundo épico da destruição Scars e tudo que eu falei até aqui se aplica nessa faixa e se você chegou até essa parte e não está indignado pelo fato de eu dizer que o Morbid Saint não ter se tornado um lenda, temos ainda Beyond the Gates of Hell sem intervalo para baladinha radiofônica ou qualquer coisa que o thrash metal tenha vivido anos depois. O Morbid Saint é, na minha opinião, uma das melhores banda do estilo, sem mais!

TRACKLIST:
1) Lock Up Your Children
2) Burned At The Stake
3) Assassin
4) Damien
5) Crying For Death
6) Spectrum O̲f̲ Death
7) Scars
8) Beyond The Gates Of Hell

FORMAÇÃO:
Jay Visser - guitarras;
Jim Fergades - guitarras;
Pat Lind - vocais;
Bob Zabel - baixo;
DJ Bagemehl - bateria.