Resenha #278: "Crueza Ferina" (2022) - Holocausto Canibal

    Salve Headbangers! Quando falamos da cena lusitana muitos nomes podem vir a mente como o Moonspell, Midnight Priest, Tarantula, e claro para quem é mais chegado em metal podre sem dúvida vem o nome, Holocausto Canibal, que desde 2000 vem mostrando o lado mais grotesco e visceral do metal feito nas áreas de Portugal.
    E desde que foi anunciado que eles eram uma atração confirmada no "Setembro Negro" desse ano, meu coração se encheu de pus e gore, pois "Sublime Massacre Corporeo" (2002) é um álbum que tenho bastante apresso e vou falar dele algum dia aqui, mas dessa vez venho resenhar mais um ataque sonoro desses malditos o "Crueza Ferina" de 2022.


    Esse trabalho vem apresentando uma mudança a qual quem já acompanha a banda há tempos irá observar, eles adotaram a bandeira do veganismo, por isso, na lista deles de massacres que fazemos com nós mesmos e com o planeta pode somar aí a crueldade com animais como mais um ponto forte da depravação humana.
    Ad Bizarrem Morem é um pig squeal verdadeiro, ou seja, temos um suíno sendo abatido ou indo para o destino que a capa demonstra, chocante? Claro! Ou você imagina que a carne que vai para seu prato é tratada com mimos e carinhos antes do abate?
    Êxodo Mortuoso é o mais puro Holocausto Canibal, os vocais mantém aquela pegada grind, mas as linhas instrumentais estão mais puxadas para o death metal, na escola Mortician, e ao ouvir um solo mortal na música, foi uma surpresa saber que é uma contribuição do mestre Bob Vigna do Immolation.
    Epicédio Madrigaz com seus um minuto e vinte sete segundos entrega tudo que esperamos da banda, aquela violência sem espaço para concepções e encontraremos muitos momentos assim ao longo do álbum, louvemos isso, Aniquilação Suídea está aí e não me deixa mentir!
    Sinaxe Do Sepúlcro Tafófobo mostra que o som extremo não precisa ser rápido o tempo todo, até mesmo porque no final dessa música vai vindo uma microfonia que desagua em Ancestrais Ritos Hipóxicos mostrando o lado doentio cada vez mais no ápice.
    O bangear é ativado rapidamente com Apresto Executório com um momento de D beat irresistível, assim como em Avida Tragação, Esquartejado Em Segundos (o que ela faz com nossos ouvidos?) e Prenúncios Da Vingança Cavicórnea, todas rápidas e letais.


    
Porém, como disse, esse trabalho é um passo a frente no que tange evolução da banda em equilibrar a insanidade sonora com momentos de puro groove, Campas Do Negro Breu e Quérulo Dos Finados pelo fato de serem cantadas em português da um gosto a mais para a gente aqui no Brasil, claro que para entender a letra vai algumas audições e é o mínimo que esse trabalho merece, muitas e muitas audições, pois estamos diante de mais um grande trabalho da intocável discografia do Holocausto Canibal.

TRACKLIST:
1) Ad Bizarrem Morem
2) Êxodo Mortuoso [feat. Bob Vigna - Immolation]
3) Epicédio Madrigaz
4) Sinaxe do Sepulcro Tafófobo [feat. Eduardo "PG" Fernandes]
5) Ancestrais Ritos Hipóxicos
6) Apresto Executório
7) Aniquilação Suídea
8) Ávida Tragação
9) Congregação da Flama Felídea
10) Psicótico Interlúdio
11) Anátemas Nefandos
12) Esquartejado em Segundos
13) Prenúncios da Vingança Cavicórnea
14) Suprema Dominância Taurina
15) Campas do Negro Breu
16) Girândolas da Agonia Profunda
17) Miasmas Onanizantes
18) Quérulo dos Finados
19) Sortilégio da Perversão

FORMAÇÃO:
Z.P. - baixo;
D.P. - bateria;
A.C. - guitarras;
R. Orca - vocais.