Terror Undergroud #48: "Hereditário" (2018)

    Esse texto foi feito a algum tempo já, na época de final de ano e onde eu assisto um, ou alguns, filmes de terror, principalmente no Natal, minha tradição particular, e em 2022 resolvi rever um dos grandes lançamentos do horror dos últimos tempos.


    "Hereditário" é o primeiro longa (produzido e roteirizado) por Ari Aster e foi lançado em 2018 pela A24Contando com um pouco mais de duas horas de duração, na primeira metade do filme, que apesar de lenta, nos mostra uma boa construção do contexto da família Graham, após a perda de sua matriarca (Joan).
    Após sermos apresentados as relações dessa família (enquanto somos bombardeados com referências a evocações salomônicas), somos agraciados com uma série de eventos perturbadores (com direito a decapitação infantil) que culmina na obscura sequência de cenas que consagram Ari Aster como um mestre do horror.


    Vale ainda ressaltar a produção, que como já citado, esconde várias referências a Paimon e Goécia, além da construção de cenas atmosféricas e cheias de tensão acompanhadas com uma trilha sonora sutil, quase que silenciosa nas cenas mais importantes.


    Salve headbangers e fãs de terror, invadi (eu, Harley) aqui o texto do João para falar um pouco desse que é, na minha opinião, um dos melhores filmes de terror lançado nesse século! 
    "Hereditário" me remete a uma sensação de montanha russa onde temos uma lenta e triste subida em direção ao desespero, sendo que o primeiro ato do filme já nos deixa desconcertado e a tendência é só piorar. 
    No segundo ato temos o filme abraçando de vez o ocultismo, e claro podemos usar isso como uma metáfora também para o papel de cada um na família que vai se deteriorando e dando espaço para o mau entrar . 
    O terceiro ato é tudo aquilo que esperamos de um filme de terror, atuações marcantes aliadas à um clima de que estamos vendo algo profano e o final apoteótico e nada feliz... Como todo filme desse gênero deveria ser... Reafirmo o que meu amigo João escreveu, "Hereditário" levou Ari Aster ao título de um dos melhores diretores da atualidade, sensação essa que se confirma com "Midsommar".