Dissecando EP's #33: "Lie" (2018) - Finita

De maneira geral o 'Dark' Metal é um rótulo que sempre me causou estranheza, afinal de contas, o que seria uma sonoridade 'dark'? Porém ao mesmo tempo, sempre que uma banda se rotula com essa definição já sou fatalmente levado a gostar, pois muitas das bandas que eu admiro tem essa sonoridade, como o M26 e o Avec Tristesse, e agora posso colocar sem medo o Finita nessa descrição, esta que é, sem dúvida, uma das melhores bandas que eu ouvi em 2020. 

Isso porque o grupo formado por Luana nos vocais, Portela na guitarra, Alisson no baixo, Splinter na bateria e Guilherme no teclado, tem um conhecimento muito amplo de como a música pode soar soturna, indo do gótico ao 'black' e ao sinfônico com muita naturalidade. Pontos positivos também para a capa e para a produção do disco, tudo feito com muito esmero, e vale um adendo que esse trabalho tem todo um conceito lírico por trás que refere-se a queda do anjo da luz e o revide de Lúcifer, caso conheça um pouco de inglês a imersão desse trabalho será ainda mais profunda.


Holocaust começa de uma maneira muito bonita, mas quando você perceber estará em um turbilhão de ferocidade. A vocalista Luana é uma excelente intérprete, não conferi a Finita ao vivo ainda, mas tenho a certeza que a teatralidade é uma marca de seus 'shows'! Atente ainda as linhas de guitarras tortas que vêm em picos de alternância de melodia e agressividade, algo muito bem feito ao lado dos teclados. 

Doomsday é fatalmente minha favorita! A hora do julgamento final vem em um som que bebe muito do 'Death' Metal europeu e quando a mesma tem uma quebra de ritmo tornando-se mais arrastada, é impossível não 'bangear'. 

Valley of Shadows me remeteu ao clima que bandas conterrâneas do Finita trazem na sua música, como a A Sorrowfull Dream e a Dark Valley, sendo ótimas influências e outro ponto positivo na sonoridade da banda é o fato de que o teclado tem bastante destaque e não esta lá só para "tampar" buracos, a banda não perde o peso de forma alguma, isso também é digno de elogios! 

The Fall foi o som que me apresentou a banda e é a mais, digamos, a quase balada da banda! Com um solo de guitarra que vai te arrepiar e toda uma aura que deixaria os deuses do 'doom' metal inglês bastante felizes. No meio de toda beleza nasce o caos, Ascension  fecha o trabalho dando uma impressão de que o mal retorna e de que ele venceu. 


Finita nos proporciona uma viagem musical e diria até mesmo literária,  e ao saber que eles estão preparando um novo opus fica aqui já registrado que nossas expectativas estão elevadíssimas para algo tão perverso e poético, e pelo som que eles já liberaram, a Valsa dos Exumados, só posso afirmar que a jornada luciferiana continua. 

TRACKLIST:
1) Holocaust 
2) Doomsday
3) Valley of Shadows
4) The Fall 
5) Ascension 

FORMAÇÃO:
Luana - vocais;
Portela - guitarras; 
Alisson - baixo;
Splinter - bateria;
Guilherme - teclado.


Contatos:

Revisado e editado por Carina Langa.