Entrevista #45: Initiate Decay


Salve Headbangers, como sempre dizemos aqui o cenário musical do Rio Grande do Sul é sempre indicado como um celeiro de extremismo, entre as grandes representações que surgiram de lá vamos apresentar um verdadeiro Dream Team do Death Metal o Initiate Decay, em mais uma entrevista exclusiva que voe confere agora: 


1) Vamos iniciar esta entrevista falando sobre como foi o processo da criação do Initiate Decay? Como foi unir a agenda de músicos que participam de outras bandas como o Carcinosi a qual Tiago Vargas é baixista e vocal?

R: Tiago Vargas: Saudações Underground extremo! Primeiramente, muito obrigado pelo espaço e pelo apoio! A banda foi criada em Agosto de 2016 pelo Aires Trajano e pelo Diego Araújo. Ainda no mesmo ano, com as entradas do Alexandre Graessler e da minha, o Initiate Decay estava com a formação pronta e determinada a finalizar o processo de composição das músicas e subir aos palcos, mesmo antes de ter algum material lançado.  Sobre conciliar a agenda, acaba sendo bem tranquilo, porque eu (Tiago Vargas) procuro sempre organizar e planejar a agenda com antecedência de no mínimo uma semana. No quesito ensaios e demais atividades com os integrantes, eu sempre proponho algum plano de contorno quando há conflito no calendário.

2) O fato de ter um ‘line up’ com músicos com uma experiência no ‘Underground’ facilita na composição de novos sons e também para divulgar os trabalhos de forma mais ampla?

R: Tiago Vargas: Podemos dizer que facilita, pois tanto eu quanto o Aires chegamos em estúdio com ideias praticamente bem sólidas. O Alexandre acaba absorvendo muito rápido e sempre acrescentando um algo a mais nestas pré-composições. No início da banda, conseguimos gerar mais de 5 composições em menos de 4 meses. Existe um entrosamento muito bom entre nós, e além disso, a questão da experiência contribui e muito no quesito composição. Quando estávamos organizando a agenda para shows, a experiência ajudou muito também.

3) A banda se apresentou em alguns eventos como um trio, até efetivar o novo guitarrista e ‘backing’ vocal Jeff Fritsch. Vocês cogitaram a possibilidade de ficar em formato trio? E como foi o processo de escolha do músico?

R: Tiago Vargas: A ideia inicial sempre foi ser um quarteto, com duas vozes e duas guitarras. Após a saída do Diego e posteriormente do Wagner (ex-integrantes) durante esse período chegamos a cogitar permanecer em trio, cogitamos adequar inclusive algumas composições com uma linha de voz, e ajustar os arranjos no baixo. Mas durante esse período, refletimos bastante e vimos que a banda precisava de uma segunda guitarra para dar corpo as nossas composições. Foi aí que surgiu o Jeff, que se encaixou muito bem à proposta da banda. 



4) Gostaria de falar um pouco do trabalho gráfico de “Awaken the Extinction” (2018) que tem uma capa simples e ao mesmo tempo bem representativa em relação ao som e ao conceito que vocês apresentam. Quem foi o responsável por esta arte? Ao analisar esse trabalho hoje, dois anos depois do lançamento, vocês mudariam algo no mesmo?


R: Tiago Vargas: A capa foi desenhada pelo Douglas Veiga (Tatuador e baterista da banda Postmortem) passamos a ideia da música Awaken the Extinction e ele soube captar muito bem a proposta. Trabalhar o conceito do encarete com ele foi um trabalho muito bacana. A ideia era exatamente essa! Algo simples, mas que tivesse uma forte representação ao conceito lírico da música!

5) O EP “Awaken the Extinction” (2018) foi um ótimo cartão de visitas para conhecermos a destruição sonora que vocês provocam, porém queremos saber se existe a previsão de termos um ‘debut’ e se esse registro será físico, assim como foi o EP?

R: Tiago Vargas: Lançamos recentemente um vídeo na versão “at home”, para o Festival Online do Metal com Batata. Foi uma oportunidade de produzir um som novo e gerarmos um conteúdo dentro dos atuais moldes de divulgação deste período de Pandemia e isolamento social. A próxima etapa que já está nos planos é gravarmos um álbum. Já com a nova formação e com certeza sairá em formato físico. Sabemos que na atualidade o streaming seja a maneira mais eficaz de divulgar uma banda, mas gostamos de ter nosso material lançado em formatos físicos.

6) Ainda sobre o álbum “Awaken the Extinction” (2018), ele foi um dos primeiros EP’s que resenhamos no site. Sendo uma banda do ‘underground’, como vocês veem o papel das mídias alternativas na consolidação do cenário?

R: Tiago Vargas: Eu vejo as mídias alternativas como um importante espaço, com muita relevância. Não só pelo importante apoio que foi nos dado, mas também pelo forte apoio a música underground nacional. Pois temos muitas bandas (mas muitas mesmo) que não devem nada para bandas gringas. E é justamente através do espaço, concedido pelas mídias alternativas, que todas essas bandas ganham espaço dando oportunidade ao público conhecer estas excelentes bandas.

7) O som do Initiate Decay é altamente ríspido e ao mesmo tempo técnico, porém, ao longo do trabalho, podemos observar também muito ‘feeling’. Como é possível chegar nesse equilíbrio, para que o som não fique parecendo apenas uma demonstração de virtuosismo?

R: Tiago Vargas: Eu diria que essa química de vários elementos sonoros é uma peculiaridade construída pela própria banda. Dentro do conceito sonoro, a ideia é justamente trabalhar muito o cadenciamento das músicas mesclado a este viés caótico, e claro, conduzido com muita brutalidade. Além disso, carregamos influências das bandas que fazem e fizeram parte do nosso currículo (Carcinosi, In Torment, Mental Horror, etc). E poderia dizer que a nossa amizade de longa data contribui para trazer esse feeling às músicas. É extremamente recompensador para nós, saber que conseguimos transpor e externalizar esse feeling!

8) Revogar, Carcinosi, In Torment, Sky In Flames, Krisiun, Rebaelliun, Horror Chamber, além de tantos outros, realmente a cena gaúcha é impressionante! Existe alguma explicação cultural para a formação de tantos nomes de peso na região? Como é a relação entre vocês, existe um movimento de união entre as bandas?

R: Tiago Vargas: Realmente desde o início dos anos 90 até os dias de hoje, o Rio Grande do Sul se tornou um polo de bandas extremas. Poderíamos inclusive, citar inúmeras bandas além destas. Eu realmente não saberia dizer o que influenciou desde esses tempos até os dias de hoje essa expansão do metal extremo de bandas gaúchas. Mas de maneira geral, a relação entre as bandas daqui é muito boa. Existe uma sinergia muito bacana, no que diz respeito a divulgação de eventos, apoio mútuo no compartilhamento de conteúdo quanto aquisição de merchandising. 

9) Obrigado pela entrevista! Esperamos logo ver vocês nos palcos! Gostariam de deixar algum recado para os leitores do site Underground Extremo para finalizar essa entrevista?


R: Tiago Vargas: Em nome do Initiate decay eu só tenho a agradecer o espaço concedido e desejar muito sucesso, muitas conquistas e muita inspiração ao Underground Extremo!
Vida longa a este excelente canal de comunicação que vem nos presenteando com muita informação relevante do cenário musical underground! 

Valeu, galera! Forte abraço!