Cobertura de Eeventos #15: Maniacs Metal Meeting 2018 - Dia 01

Existe uma aura diferente em festivais. Quem nunca teve a oportunidade de comparecer em algum, espero que ao ler essa resenha de cobertura, tenha inspiração para não perder a próxima oportunidade de comparecer no Maniacs Metal Meeting, que a cada edição mostra amadurecimento na organização, o que é tão importante para a cena Metal Nacional.

Mais uma vez fomos escolhidos e credenciados para ser uma das mídias responsáveis pela cobertura do Maniacs Metal Meeting, e tal convite nos enche de orgulho, pois somos uma mídia pequena, mas como gostamos de dizer, 666% autoral e por isso mesmo, ter o reconhecimento de nosso trabalho é tao importante para nós.

Vamos dividir nossa cobertura em 3 partes, sendo cada uma, dedicada a um dia do evento e no final iremos fazer nosso balanço geral do festival. Então acompanhe nosso site, para não perder nenhum detalhe, e sem mais delongas vamos ao primeiro dia.

Chegamos na Fazenda Evaristo perto das 17 horas e com nosso credenciamento pronto aproveitamos para relembrar a estrutura do local. Impressionante que logo ao chegar a lembrança remete a pensar que parece que faz apenas algumas semanas que estivemos lá, pois o sentimento de pertencimento é forte, ainda mais com as tropas de camisas pretas se movimentando pela fazenda.

Com a missão de fazer a abertura se apresentou Verbal Attack, já conhecíamos a banda, por eles terem feito a abertura do Surra num pequeno festival bem underground em Jaraguá do Sul, entretanto, parecia outra banda aqui no MMM, eles estavam mais maduros, mais técnicos e mais agressivos, além de tocarem seus sons autorais como: "Guerra Cívil" e "Sua Guerra", ainda mandaram covers eficientes de "Polícia" e "Refuse/ Resist". Impressiona como essas músicas são atuantes e não tem jeito, é só os primeiros acordes começarem, que os mosh's se instalam.


O ecletismo do festival é algo a ser elogiado, pois essa edição trouxe bandas de diferentes vertentes do Metal. Dando sequência, sobe aos palcos a Dominus Praelli, um dos nomes mais festejados para adoradores do True Metal, e não poderia ser diferente, com hinos que nos fazem automaticamente erguer nossos pulsos ao ar e celebrar o estilo que nos fez estarmos ali, ouvimos, vibramos e cantamos os sons "Waves of War", "Cold Winds", "Saga of Killing Riders", Khans Warriors" e "Battle of Stanford Bridge", essa última, arrisco-me a dizer que é um dos melhores sons da banda.

Heavy speed thrash satânico, chame como quiser, o fato é que Flageladör é um quem é quem do Metal carioca, liderados por Armando Exekutor nas guitarras e vocais, a horda lançou recentemente o seu trabalho "Predileção pelo Macabro" e ele é um forte candidato a estar na nossa lista de melhores do ano, e sabe o que ele tem de diferente dos outros? NADA.  Isso é ótimo, ao vivo, músicas como "Nas Minhas Veias Correm Fogo" e "Terror Pós Atômico" foram muito bem recebidas, ao lado de clássicos como "Assalto da Serra Elétrica", só senti falta de "Cruzada ao Lado de Satã", mas fica para uma próxima.



Os Headbangers estavam sedentos por mais speed Metal, só que agora a proposta era ainda mais maléfica, pois estava para começar o show da Velho. Caronte e sua trupe já entraram com o jogo ganho, era nítido o público se aglomerando na frente do palco e a apresentação não deixou por menos, sendo possível ver o público cantando TODAS as músicas, e o frenesi foi maior ainda na trinca final com: "Satã Apareça", "Sob o Maldito Verão do Sul" e "Mais Um Ano Esfria". Pós essa apresentação ficou definido que o Sul tem que ser sempre uma rota de shows para a Velho.



A cena gaúcha sempre foi um celeiro de bandas de Death Metal e a Rebaelliun é um dos nomes ao lado de Krisiun e Horror Chamber, que ganharam destaque na cena, entretanto, é impossível não falar do trágico falecimento de Fabiano Penna, e a louvável atitude da banda continuar, agora em formato de trio, composto por Lohy no baixo e vocal, Sandro na bateria e Evandro na guitarra, despejaram técnica em músicas como "Legion", "Affront The Gods" (do mais recente trabalho "The Hell's Decrees") além de "The Last Stand" e "At War".  Uma justa homenagem para um músico acima da média, sua arte será eterna.

Após essa apresentação, todos os headbangers foram convidados para uma missa negra, e o sinal foi uma cruz de cabeça pra baixo que pegava fogo na fazenda, nada mais sintomático para a apresentação da 7Peles, a horda vinda do Rio de Janeiro, tem todo um mistério desde a sua formação, até ao tipo de som que executam, então o show deles foi marcado primeiramente pela curiosidade. Como a banda soaria ao vivo e depois o encantamento com a proposta e sonoridade (A mesma coisa ocorreu no show da The Evil). Pequenos problemas no som atrapalharam as primeiras duas músicas, mas ao longo da apresentação isso foi arrumado e até ficou uma dúvida no ar, como classificar o som da 7Peles? Em entrevista que fizemos com o vocalista, ele mesmo definiu: - "Não somos apenas black Metal somos um som dark!", e se a entidade falou, quem sou eu para discutir, só me resta ser mais um convertido do evangelho da 7Peles. 

Nós temos aqui no Estado um festival chamado Ícones do Metal Catarinense, que é uma ideia genial para valorizar o Metal feito na nossa cena, e foi numa dessas edições que a Still Life se reuniu novamente, e reacendeu o gosto pelo palco, fazendo a banda se apresentar também no Maniacs Metal Meeting, e depois desse show, fica aqui nosso pedido para que eles continuem na ativa, pois é impossível não se empolgar com sons como: "Hellcome", "Metal Flame Heart" e "Still Life". 

A primeira noite chegava ao final, mas apenas uma pequena parte do público se retirou para suas barracas, e que sorte de quem ficou, pois presenciamos uma marcante apresentação da Lacrimae Tenebris, com uma sonoridade que tem o Doom Metal a frente, mas que em alguns momentos demonstrou uma técnica apuradíssima nos remetendo ao Djent, uma surpresa no festival, sendo que ao lado dos singles "Casa de Espelhos", "Solitude" e "Lacrima", tivemos um cover sensacional de Behemoth, com o som "Blow Your Trumpets Gabriel".

Passava das 3 da madrugada, hora de ir descansar, pois o segundo dia do festival contaria com 14 bandas, quer saber como foi? Fique ligado aqui no Underground Extremo.