Cobertura #10: Scream Metal Blood III

Sábado, 12 de maio, estivemos na capital catarinense para vivenciar uma noite de ode ao autêntico Black Metal na terceira edição do evento Scream Metal Blood, que aconteceu na Célula Showcase, local esse, já conhecido por trazer diferentes nomes da cena do Rock/ Metal e apesar de, nesse dia, termos um pequeno cast, com apenas três bandas, o efeito causado foi devastador a quem lá estava. O Black Metal tem esse poder, de nos remeter à um mundo obscuro e hermético.
Para quem não conhece a casa, vale a pena dar uma conferida, pois este pub abre suas portas periodicamente, sempre trazendo bandas do seguimento, e muitas delas autorais, para tocarem ao vivo, unindo headbangers de diferentes localidades. A estrutura é muito bem apresentável aos que lá chegam, possui excelente espaço externo e interno, com mesas e cadeiras para aqueles que gostam ou necessitem dar aquela descansada, assim como uma pista aberta, para quem quer se quebrar, quando os shows tem uma pegada mais pesada e agitada. A casa promove eventos muito bons, reúne a melhor galera e para as bandas oferece aparelhagem de som de primeira e tudo por um preço justo com aquele atendimento que merecemos. 
Além do que a casa comumente oferece, nessa noite teve também loja de merchs das bandas que se apresentaram no dia, uma barraca de hot dog para quem quisesse forrar o estômago e para entrar de vez no clima Black Metal, tinha a possibilidade de fazer um corpse paint bem do estilo. 

Com um pouco de atraso, entra em cena (porque além de musical, o gênero é bem visual, e aquela cortina da casa na frente do palco, deixa um clima teatral no ar), a horda Spiritus Diabolic, vinda da minha terrinha natal, Jaraguá do Sul/SC. Fazendo a abertura e transformando Floripa na “Ilha da Magia Negra”, a banda apresentou um Black Metal progressivo, mostrando muita acidez nos vocais guturais da Larissa Meurer e muita agressividade na bateria, as faixas “War”, “Spiritus Diabolic” e “Acheron” merecem destaque. A desenvoltura do grupo no palco estava meio tímida e as roupas escolhidas para essa apresentação não ficaram muito características com o gênero, porém, o som que o grupo apresenta chama muito mais atenção do que esses pequenos detalhes e não permite que eles se tornem problemas. 




















Na sequência, “Svatan” vinda de Curitiba/ PR, com seu círculo recentemente definido, composto por Foizer (guitarras), Absiel (baixo), Lamferniis (vocal), D. Katharsis (guitarras) & Perversor (bateria), iniciou sua apresentação com muito ódio, incendiando o evento com sua chama. Essa horda é muito avassaladora, mesmo com as mudanças na formação, mostrou muita técnica e entrosamento. Um som brutal e quente foi o que ouvimos do início ao fim do show. Fomos remetidos as profundezas do inferno com as profanações de “Tyrants In The Empire Of Caos”, “Oppositor” e "Procrastination of Impending Plagues" som esse que vocês podem acompanhar a performance na live gravada pela horda no evento.







Com o inferno instaurado na Célula e os demônios a solta, sobe ao palco “Luxúria de Lillity” apresentando como intro o lançamento da cena “1º Ato – Gehennom - Aos filhos de Amodeus”, projeto esse que será desenvolvido por um longo período e será composto de quatro atos, então ficamos aí no aguardo desse trabalho que envolve todo um estudo e preparo para sua elaboração. Testemunhamos o mau e tivemos a honra de prestigiar sons já muito proclamados pela horda como “Perpétua Escuridão”, “Desejos Infames” e “De Morte Para Todo o Fim”. Drakar estava tão empolgado que sua agressividade causou um pequeno problema técnico em sua bateria, o show teve de ser interrompido quando estava pela metade, mas a pequena pausa parece que chamuscou ainda mais a noite e os demoníacos voltaram ao palco com toda a fúria. Arkana no baixo e no backing vocal dá toda a estrutura para a horda, ela vive Black Metal e isso transparece em cada apresentação, o corpse paint é só um acessório em seu visual que já é troo por natureza. Notamos certa diferença na técnica do atual guitarrista Set, uns riffs mais secos, mas não chega a representar muita diferença na sonoridade. Ao término do show ficou ainda aquele anseio de mais, muitos bangers pediram a clássica “Nasciturus” e garanto que foram para casa com ela em suas mentes mesmo sem o pedido ser aceito.









O evento foi épico, três hordas diabólicas nos levaram as trevas, nas profundezas do inferno, e ficou a vontade de que essa noite poderia ser eterna, na memória ficará cravada certamente. Cansados de toda a turbulência que adentrou a madrugada com os pescoços rígidos de tanto bater cabeça seguimos rumo a nossa casa! Agradecimentos a todos por tal evento, e esperamos ansiosamente a próxima edição do festival, que é marcado pelo profissionalismo e respeito ao público, as mídias e as hordas. A cena está aí, presente e eternizada a cada festival!!! 

Stay Evil.

Escrito por Carina Langa.