Cobertura #06: I Tubarão Metal Fest

A cena não vai morrer jamais

Invadindo com os dois pés, a Agosto Negro Produções está atuando também na cidade de Tubarão/SC e o local escolhido para o I Tubarão Metal Fest foi o Congas Music & Beer que apresenta uma grande estrutura e um ambiente acolhedor, mostrando que essa parceria recém iniciada pode render bons frutos para a cena catarinense de modo geral.

O 'cast' desse primeiro TMF apresentou como 'headline' a Khrophus um dos muitos orgulhos da cena catarinense, além de nomes iminentes e saudados retornos. O Underground Extremo esteve presente em mais uma cobertura.

Abrindo o festival teve uma estréia com Deadnation, que debutou nos palcos, mas é formado com nomes já conceituados na cena sendo eles de Fabrício Wronski (Chubaka) no vocal, Rafael Spilere (South Legion) na guitarra, Jefferson Pereira (Finho) na guitarra  e 'backing' vocal, Jadson Falchetti/Feto (Hellio Costa) no baixo e Gustavo Oliveira na bateria. Com eles fomos presenteados com o mais puro 'death metal old scholl', som bruto, sujo e com melodia na dose certa, feito por quem tem conhecimento do estilo e que foi comprovado nos sons autorais como Overlook, Sadland e Killing for Kill assim como nos 'covers' de Dismember, Brujeria e do fudidíssimo Gorefest com The Glorious Dead.


Não deu muito tempo para se recuperar do estrago feito pela Deadnation e já fomos tomados por mais porrada na orelha com a Enemy de Criciúm/SC. É muito legal ver que aquele discurso de separar o 'hardcore' da cena metal está saturado e que os eventos regionais estão cada vez mais unindo esses estilos, o que é muito benéfico! A Enemy já possui uma longa jornada e demonstra essa competência, adquirida pela experiência, em cima do palco, com sons autorais de muita energia e personalidade. Como já conhecia a banda de outros eventos, não foi nenhuma surpresa, a presença de palco e o poderio de canções como Novo Começo Para Quem Perde, Estado de Guerra e Revolta. Vale a pena conferir, acessem o site da banda http://enemyhc.com/



Depois de um momento de hibernação a Alcoholic Trendkill voltou aos palcos, e o seu 'thrash metal grooveado' fez muita falta. Na fala dos próprios músicos, esse retorno foi o que sobrou da banda, mas foi só a banda tocar as primeiras músicas que deu para perceber que os caras curtem muito o que fazem e ficamos na torcida para que essa volta seja oficial. Pudemos 'bangear' muito ao som de músicas como Stay Out e Fear to Fall e ainda deu espaço para 'cover', um do Sepultura contando nos vocais com o Renato, que é baixista da Hellio Costa, banda a qual o vocalista Frank faz parte, ou seja, o cara cantou em duas bandas na mesma noite, e mandou muito bem. Ah, vale destacar que, nesses tempos de politicamente correto, tivemos a execução do hino Churrasco, cerveja, mulher e quem não conhece, procura a música no youtube e vai entender o que estou dizendo.


Mantendo um padrão de obedecer os horários, o que é muito legal por parte da produção do evento, entrava nos palcos a Orkane, banda conterrânea que já foi citada aqui no 'blog' devido ao poderio do seu trabalho de estréia o “Regress”. Ao vivo, eles conseguem manter o alto nível das composições registradas em estúdio sendo elas Don't Be A Fake Fighter Like Me, Nuclear War e 3.a.m. A banda optou por executar 'covers' de Metallica, Sepultura e Slayer o que, para um festival, é muito legal, pois trás todo mundo para frente do palco, mas acredito que pelo potencial que a banda apresenta eles podem focar mais nos seus sons autorais que são excelentes, pois vão mesclando uma pegada mais moderna ao seu 'thrash' metal visceral (leia a resenha do álbum da banda aqui no 'blog').

 
Em uma conversa com o vocalista Frank ele se referiu à Hellio Costa como uma aposta que deu certo. E sim, meus amigos, basta você ver essa banda ao vivo para ver como deu certo, seja pela química entre os músicos, seja pelas composições ou seja lá por qual motivo, mas toda vez que vejo essa banda ao vivo me impressiona o fato de eles estarem mais coesos e agressivos. Sangue na Marreta, Eu Não Atravesso na Faixa de Pedestres, L19 e Pastor Valdomiro fazem até morto 'bangear' e como todo show de HC verdadeiro, o mosh come solto.


Pausa para alguns ajustes na bateria e estava pronto para entrar no palco os 'headliners' do evento, a Khrophus. Se alguém desconfiava do poderio dessa nova formação, informo que está cometendo um erro grave, pois o trio composto atualmente por Adriano Ribeiro na guitarra, Carlos Fernandes na bateria e Hugo Deigman no vocal e baixo, mostram porque são um dos grandes nomes do 'Death' mundial.


Impressiona como apenas três pessoas podem fazer tanto barulho, mas pude perceber que Carlos está cada vez mais insano nas viradas e o mestre Adriano é um monstro tocando ao vivo, até parece que é fácil, com tamanha à desenvoltura que ele executa suas notas, mas aqui tenho que abrir um espaço para Hugo, o novo 'frontman', o cara é um gigante e o baixo parece um brinquedinho de plástico com ele, que representa muito bem o 'death' metal da banda, que executou faixas dos seus dois álbuns sendo elas Statues, Smoke Screen e Master of Shadows. De quebra, tocaram a nova Testimony of Illusions, que pelo que deu pra sentir, trará todos os elementos da banda a um patamar acima. O que nos resta dizer além de, 'hail' Khrophus! Que venham muito  mais décadas de puro 'fucking death metal'.


Hora dos tributos e não querendo entrar aqui na velha briga entre autoral e 'cover', achei muito bem sacada a ideia de juntar as bandas no festival. Pode vim gente e dizer que tirou lugar de bandas autorais e tal, mas esse papo chato cai por terra quando começa tocar os primeiros acordes de hinos do metal, então, a melhor coisa a se fazer e unir-se a galera e cantar junto. Agora se não curte 'covers' pode ir embora sem problema algum.

Metal Gods tributo ao Judas Priest veio de Florianópolis/SC e trouxe na bagagem músicas que dispensam qualquer apresentação. A abertura foi com Eletric Eyes, e foram passando por várias fases do Judas, com o Halford, tocaram Beyond the Realm of Death, The Hell Patrol e é claro, Painkiller e Breaking The Law, nos mostrando porque os caras do Judas realmente são os deuses do metal.


Para encerrar a noite, tivemos a Disciples of the Beast,  e precisa dizer 'cover' de quem?A banda lagunense é composta principalmente por fãs da donzela e isso é visível na empolgação que executam os hinos dela, então tome Aces High, The Trooper, com direito a bandeira e tudo mais, The Wicked Man e The Number of the Beast. Sinceramente, impossível não curtir tais canções, acima de tudo a DOTB vem nos lembrar como é bom ser fã da maior banda de metal do mundo.


Encerrado o festival com o saldo mais que positivo! E que venham os próximos, estaremos lá pelo 'underground' sempre.
Stay Evil!

Revisado por Carina Langa.