Cobertura de eventos #54: "Paradise in Flames e Batushka" - Florianópolis/SC (07/08/24)

Salve headbangers! Estou escrevendo essa resenha ainda maravilhado e com a certeza que assisti um dos principais motivos para Floripa ser considera uma 'ilha de magia', pois o Célula Show Case foi a sede de uma missa negra tão forte e tão simbólica que fez todos ali presentes sentirem abençoados por uma necro energia, algo que realmente ficará marcado na memória do público que se fez presente no evento em plena quarta-feira.
Encarar o trânsito caótico da capital é sempre um desafio e depois de sair do serviço pegamos a estrada e chegamos a tempo de assistir o open act do grande Paradise in Flames, curiosamente mesmo se tratando de uma banda mineira, já assisti eles aqui no estado por seis vezes em festivais e o mais gratificante é que cada uma dessas apresentações foram diferentes, pois a banda vem em uma ascendente que parece não ter fim!
Contando agora com a nova vocalista Nienna, é notório que a Paradise encontrou sua fórmula musical que consegue ir de uma ópera infernal para o mais puro death metal, as combinações dos vocais são muito bem executadas, é interessante como A. Damien divide de forma muito única com Guilherme de Alvarenga e sempre quando assisto eles ao vivo fico impressionado com o entrosamento da cozinha com o baixo pulsando no peito, cortesia de R. Aender.
Foto por: Carina Langa (Underground Extremo)

A. Damien é um frontman com uma grande presença de palco e ele sabe muito bem dar espaço para seus companheiros de banda e digo que a escolha para eles fazerem o open act desse evento foi muito bem pensada, pois a banda, assim como os headliners, tem uma apresentação marcante nos palcos.
O show foi curto, mas com certeza passou sua mensagem, com sons como The Way of Pentagram, Endless Night Battle e Bringer of Disease que comprovaram mais um ato da vitoriosa carreira do Paradise in Flames.
Foto por: Carina Langa (Underground Extremo)
Com uma pontualidade absurda, o verdadeiro Batushka sobe aos palcos! Formada no ano de 2015 e nesse mesmo ano lançou aquele trabalho que iria criar uma fissura de carne no corpo moribundo do moralidade cristã, "Литоургиiа" e nada pode ser mais afrontoso que usar a ritualística religiosa voltada para a blasfêmia! E foi exatamente isso que prestigiamos em frente aos nossos olhos!
Tirando o elefante da sala aqui, desde 2018 o nome dessa horda vem sendo disputado em uma guerra de narrativas, sendo que o anterior Батюшка, passou a ser o Batushka e sim essa é legalmente a banda oficial e digo mais, ouvindo tudo que foi lançado com esses dois nomes, preciso dizer que a Batushka soa muito melhor e fiel a proposta lá dos seus primórdios.
Foto por: Carina Langa (Underground Extremo)
 A formação conta com Барфоломей (vocais), Христофор (guitarra, baixo e vocais), Jatzo (bateria), P. (guitarra), Artur Rumiński (guitarra), Błażej Kasprzak (vocais) e Błażej Kasprzak (vocais). Eles montam um verdadeiro altar no palco e pela foto você vai ver que isso não é uma força de expressão e sim algo literal e o momento mais icônico é que quando todos encapuzados tomam o palco um silêncio sepulcral tomou o Célula, sim, estávamos perante um ato sacro da missa para o estrela da manhã e a queda das divindades, velas acesas e o espetáculo começa!
Foto por: Carina Langa (Underground Extremo)
Logo de cara quatro sons do icônico álbum de estreia: Yekteniya I: Ochishcheniye, Wieczernia, Powieczerje e Yekteniya III: Premudrost. As intros marcantes desses sons faziam o público comemorar muito e o mais forte foi ver Барфоломей pedir para o público silenciar sendo previamente atendido! Logo o segundo trabalho "Hospodi" é trazido para a cerimônia, é incrível com esse registro é uma continuação direta daquilo que a banda já vinha fazendo, por isso que fazem frente ao debut Pismo I, Polunosznica, Utrenia - Irmos II e Irmos III.
Nosso cerimonial se encaminha para o fim, as velas se apagando, mas sem antes Yekteniya IV: Milost e Pismo VI que encerra com os músicos saindo do palco um a um com aquela atmosfera de que vivenciamos algo profano e macabro como o black metal tem que ser sempre!
Foto por: Carina Langa (Underground Extremo)
Evento impecável! Parabéns as produtoras Xaninho e Ablaze por nos presentear com tais apresentações!!!