Por Maurício CB
Belo dia!
Grande amigo Tiago Vargas, que satisfação imensa poder lhe entrevistar aqui na plataforma Underground Extremo!
Agradeço pela oportunidade, em primeiro lugar, à plataforma Underground Extremo, principalmente ao Harley e a Carina pela confiança em minha pessoa como colaborador e os(as) demais colegas da equipe UE!
Tiago, como descrever em palavras o quanto estou agradecido por poder te entrevistar e ainda mais neste momento incrível desse anúncio que estamos trazendo em primeira mão: A VOLTA DO CARCINOSI!!! Carcinosi! Carcinosi, patrimônio histórico do Death Metal 🤘
É difícil eu segurar a sensação de euforia com essa notícia incrível, pois como fã de Death Metal, eu tenho o Carcinosi como uma de minhas bandas favoritas!!!
Muito obrigado por manterem vivo o Death Metal!
E vamos as informações que eu desejo saber e quero compartilhar com todos que acessam a plataforma Underground Extremo:
1) Particularmente, eu conheci o Carcinosi numa época de um hiato, ali pelo ano de 2010 mais ou menos, mas sei que a banda iniciou-se nos anos 90, poderia compartilhar com nós um pouco da história do início do Carcinosi?
Primeiramente, eu quem agradeço o espaço, meu amigo. Um prazer estar aqui conversando com você no grande Underground Extremo, que sempre acompanho.
A banda iniciou em 1996, tendo como seu primeiro registro uma demo K7 com uma gravação bem rudimentar de um ensaio microfonado. Embora tivéssemos ainda pouca experiência nesta época, ainda assim, desde o início conduzíamos com muita seriedade o a banda e o Death Metal.
Durante essa primeira fase da banda a formação ficou solidificada por bons anos, realizamos diversos shows pela região Sul e gravamos outros registros. Mas justamente a pouca experiência da época, poucos recursos financeiros nos levaram a diminuir o ritmo cada vez mais. Eu mesmo tive que me ausentar e sair da banda, em 2001. Preocupado em mantê-la ativa, eu fiz questão de procurar outro integrante para me substituir (o Cesar de Cezaro), que seguiu com a banda até 2003 quando por fim encerrou suas atividades nessa primeira etapa.
O retorno de 2014 foi bem trabalhoso, embora retomado com a formação original da primeira fase, a concorrência de compromissos e agendas não nos permitia dar a merecida energia à banda. Meus antigos colegas decidiram sair da banda, mas insistentemente decidi mantê-la ativa. Muitas mudanças aconteceram e foi em 2018 que conseguirmos solidificar o novo line up, que seria: eu, o Bruno e o Alisson. Com essa formação gravamos o álbum "Resumption" e conseguimos novamente criar uma rotina de shows, que foram bem produtivos. Depois dessa fase, após a pandemia, a banda não estava produtiva e nem com a essência visceral que merecia, não fazendo menor sentido mantê-la ativa. Foi necessário então fazer a parada estratégica. E hoje, no ano de 2024, pelo olhar da retrospectiva, ter parado para arrumar as coisas foi a melhor decisão, foi ajustado e dada a merecida priorização ao que é a essência a banda Carcinosi.
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2) A banda teve os lançamentos de 97 a 2001 de "Hyperdimension", "Transfigured in Cancerous Atrocities" e "Drawned Through the Portal of War" que foi onde conheci e curti o Carcinosi nesses trabalhos, e agora, na volta, podemos esperar essa pegada da banda?
Sim, apesar de serem registros antigos, são a essência da banda. São os pilares. A ideia é justamente manter a pegada visceral oriunda desta referência, conectada fortemente ao Death Metal. Além disso visamos também buscar os elementos diferenciados e cadenciados que já eram explorados na época. Desde o início em 1996, a identidade sonora sempre foi uma preocupação, o constante desafio de renovar e ao mesmo tempo conservar as origens do Death Metal, abrangendo a brutalidade extrema inerente do gênero junto a linhas de melodias insanas.
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3) Poderia compartilhar com nós sobre a nova formação?
Rafael Crow é um guitarrista virtuoso, formado em Música pelo IPA. Tem um conhecimento profundo em timbres e equipamentos. Embora não tenha vindo diretamente do Death Metal ele não teve dificuldade nenhuma em se adaptar às músicas da banda, sua experiência abrange a música em âmbito multi gênero.
Leonardo Boeira, nosso baterista, vem da linha old school, se desenvolveu praticando com a saga de brutalidade e agressividade, o que fecha perfeitamente com o que precisávamos. Ele atualmente toca também na banda Four Dead Passengers e tem referências muito alinhadas a banda.
E por fim, para fechar esse line up, tem eu aloprando junto [zoeira].
O bacana é que com esse time conseguimos um equilíbrio muito natural, que nem sequer imaginávamos, o entrosamento permanece evoluindo, todos somando e se complementando.
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4) Como foi o processo de tomada de decisão para o retorno do Carcinosi? Desde quando estão em ensaios e entrosamento da banda?
Eu e o Rafael já estávamos trocando ideias em retornar com a banda. No final de 2023 estávamos num processo bem embrionário de ideias e possibilidades. Antes do Leonardo, chegamos a conversar com outros bateristas, mas não evoluiu. A chegada dele ao Carcinosi foi fundamental, foi a peça que faltava para darmos esse start nas atividades.
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5) Sobre as novidades, em conversa informal, o amigo compartilhou-me que há som novo e clipe vindo, o que mais há de novidade para nós, fãs do Carcinosi?
Já temos novas composições e em seguida já estamos entrando em estúdio para gravar um primeiro som. Inicialmente um single, mas como projeto inicial para essa nova música visamos a gravação de algum material visual complementar como um novo clipe.
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6) Em 2019 tivemos um presente, uma preciosidade Death Metal que foi o CD "Resumption", onde há uma grande evolução da banda sem perder a identidade Carcinosi, agora a tendência é a mesma? O que podemos esperar da nova fase e novos sons da banda?
"Resumption" é também um grande marco histórico na trajetória da banda, foi um álbum conceitual que conectava o passado ao presente do Carcinosi, o álbum contextualizou toda a difícil trajetória e a conexão das diferentes fases, por isso justamente a escolha do nome "Resumption" (Retomada).
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7) Tiago, te acho um músico espetacular e muito talentoso, na minha opinião és um dos melhores baixistas e vocalistas do Brasil e gostaria de saber se você se inspira e em quem se inspira para este alto desempenho no Death Metal (se possível citar músico(s) e banda(s))?
Muito obrigado, meu amigo. Honrado demais com sua consideração.
Tenho como referências máximas dentro do Death Metal os fabulosos Alex Webster (Cannibal Corpse), Steve Digiorgio (Death, Death to All, Testament) e Dominic LaPoint (First Fragment).
Não posso deixar de citar também a categoria baixistas/vocalistas, onde tenho também por referências fortes: Jeff Walker (Carcass), David Vincent (I’m Morbid, ex-Morbid Angel) e Glen Benton (Deicide).
Além também de referências fora do Death Metal que tenho como principais inspirações: Steve Harris (Iron Maiden), Geezer Butler (Sabbath), Geddy Lee (Rush), Les Claipool, Jaco Pastorius e também Victor Wooten.
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8) Além do baixo, sei que tocas guitarra, inclusive recomendo seu canal que possui diversos vídeos praticando o Death Metal, mas além desses instrumentos, o que mais você toca?
Sempre fui um atuante das cordas, comecei essa jornada sonora tocando violão, e apesar de eu ser canhoto, aprendi a tocar como destro. Atualmente me aventuro apenas como baixista e guitarrista. Baixista no Carcinosi e Initiate Decay, guitarrista no Intrusive Encode. Este último é um projeto de estúdio, que tenho junto com o meu camarada Henrique Fioravante (estúdio Fromhellcords), neste projeto a cada som criado convidamos diferentes músicos como participantes para gravar conosco.
Bom...Além disso... Não sei se conta... Como tenho um problema sério de inquietude e inconstância, eu preciso sempre tentar arranjar algo para tentar me incomodar [risos]. Eu não tenho prática, mas estou com alguns equipamentos de bateria (pratos e pedal duplo) para em algum momento me aventurar a iniciar os estudos nesse instrumento. Ainda distante de qualquer possibilidade, minha coordenação motora ainda não colabora e precisa ser disciplinada para eu pensar em talvez fazer algo relacionado a esta frente.
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9) Acredito que podemos, com essas perguntas, ter uma boa matéria sobre as atualizações do Carcinosi e um pouco sobre você, meu amigo, poderia por favor aproveitar esse espaço para fazer suas considerações finais, deixar os links para acompanharmos as novidades e inclusive deixar um recado para nossos leitores do Underground Extremo?
Deixo registrado meu extremo agradecimento a você Maurício, e também a equipe do Underground Extremo, por conceder esse espaço em me possibilitar a falar um pouco desta banda que carrego como parte da minha vida. Muito obrigado mesmo. Contem comigo sempre.
Bom... E compartilho também a minha reflexão...
A saga em manter uma banda ativa neste universo Underground, nunca foi, e nunca será fácil. Mas ser difícil não significa ser impossível. Seja em banda ou qualquer outra iniciativa colaborativa, o que eu posso dizer é:
Siga seu coração, siga os passos do seu instinto, siga firme. Não tenha medo de errar, procure as pessoas certas que compactuem os mesmos propósitos, mantenha o foco no que é necessário. Não tenha medo de recomeçar quantas vezes for necessário. Se você sente que está no sangue e que pulsa forte no peito, você está sim no caminho certo.
Força a todos nós para seguirmos firmes em todos os nossos propósitos.
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10) Tiago, te agradeço imensamente por sua amizade em primeiro lugar, pois tenho a grata satisfação de ser fã e amigo de um grande músico de uma de minhas bandas favoritas do Metal, assim como outras bandas que curto muito e tenho essa honra de ter proximidade, pois nós somos o Underground!
Agradeço também por sua atenção e tempo para essa matéria na plataforma Underground Extremo, desejando muito sucesso e realizações ao Carcinosi nessa nova fase de muito Death Metal para nós!