Cobertura de eventos #52: "Necrocamping Festival" (10, 11 e 12/05) - Sexta (parte 01)

Salve Headbangers! O quanto de esforço é necessário para se realizar um sonho? E não, isso não é papo de coach retardado (categoria essa que o Brasil já está exportando para o resto do mundo) e sim, para entender que o esforço é recompensado com resultados e digo isso porque acompanhando os três dias do "Necrocamping" observei o esforço coletivo de toda uma equipe para fazer esse evento atingir êxito e, sem dúvida alguma, já digo de antemão que o resultado foi positivo e tudo o que você vai acompanhar na nossa cobertura é pautado no esforço dessa equipe para realizar tal intuito.
Depois de passar pelo já tradicional trânsito conturbado da região do Vale do Itajaí, chegamos no Clube Chácara Pequerê, um local que cumpriu todas as expectativas que gerou, uma ótima área de camping, piscina, campo de futebol e a estrutura de dois palcos se mostrou muito válida, já que à medida que uma banda se apresentava a outra já estava se preparando, méritos também da organização que ficava coordenando as bandas e seus respectivos horários.
O rótulo de revelação é algo problemático na minha visão, pois gera uma cobrança muito grande. Pois bem, a melhor forma de pagar isso é nos palcos e mesmo sendo uma das últimas atrações que entraram no cast, o Psycho Decadence mostrou o porquê são vistos como um grande destaque da cena gaúcha atual, méritos enormes para eles que conseguiram chegar no fest mesmo com as tragédias que abalaram o seu estado natal e isso deve ter sido um combustível a mais para o seu deathcore que ao vivo ganha ainda mais traços de blackned, o que, ao meu ver, pode ser um diferencial na sua sonoridade. Nosebleed é um som que remete a escola Suicide Silence enquanto Hunter e a que batiza a banda tem mais experimentalismos e indicam uma direção mais extrema.
Foto por: Divulgação Instagram
Apresentando uma nova formação, o Shadowings mostrou que a experiência conta muito, pois eles fizeram um show que hipnotizou o público que chegava ao festival, mostrando passagens de sons antigos como a faixa que batiza o nome da banda assim como também sons mais novos como In the Heart Of the Fidle e um cover muito bem executado de Ozzy para Mr. Crowley. Há tempo de dizer que a vocalista Carol Ninah tem uma ótima postura de palco e canta muito bem!
Recentemente já tínhamos assistido a Profana no "Otacílio Rock Festival" e agora, posso dizer que curti ainda mais essa apresentação, talvez pelo horário da noite o que fez o som deles ocupar todo o local com o seu heavy metal que vem total dos anos 80, aquela pegada suja com letras em português e tudo isso feito com muito esmero e essa é a formação mais sólida, como foi perceptível na fortíssima Coração Animal.
O fato de a Beyond The Grave e a Podridão terem quase a mesma formação, fez com que nós tivéssemos prestigiado essa dobradinha de thrash old school e death metal pútrido e poderoso. Então fizeram um verdadeiro convite a destroçar os pescoços a medida que o Beyond The Grave provou ao vivo porque é um dos nomes mais lembrados quando falamos de thrash metal da velha escola. Sons como Speach of the Asyrian King, Obsessive Tyrant e Priest of Lust ficam ainda mais absurdas executadas ao vivo e com destaque para Davi Sampaio que consegue manter os graves e um vocal extremamente ríspido.
Depois dessa aula de old school thrash, um ar fétido toma o local, isso porque temos agora a apresentação curta e direta do Podridão, formado por Repugnant Fat na bateria, Rotten Flesh na guitarra e Putrid Dick no baixo e vocal. Essa foi a primeira (espero que a de muitas que estão por vir) que vi um show do Podridão e consegui perceber que algo impossível acontece, sons que já são perfeitos no CD são quase obscenos de tão bons ao vivo, como Your Body Is the Tomb, Tomb of Repugnant Stench e Regurgitate Hellish Maggots só para citar alguns, então se você tiver a chance de ver o Podridão ao vivo, tenha certeza que irá mergulhar em um universo de música suja e perversa, eu não esperava algo diferente ou melhor!
Sabe aquela apresentação que se você não foi, acabou perdendo algo que dificilmente irá se repetir? Pois bem, isso pode ser dito desse show da Atlantis, pois o baterista da banda foi diagnosticado com dengue e era o caminho natural da banda cancelar a sua apresentação, mas eles conseguiram a coincidência fantástica de ter a passagem do seu ex baterista que reside na Europa por aqui no Brasil, então nós tivemos uma apresentação do, digamos, Atlantis clássico tocando sons antigos como Summoning the Witch e Mistress of the Night para quem, assim como eu, acompanha a banda há bastante tempo, foi bem legal ver esses sons, e claro, o seu já clássico cover de Angel Witch.
Falando ainda em Heavy metal, eis que no outro palco temos a Syn TZ e quem conferiu nossa entrevista no Fanzine, já sabe que a banda não se limita à um estilo, por isso que o heavy metal deles tem pegadas que vão para o thrash metal como na porrada Parasites ou naquelas que têm uma vibe de metal tradicional como The Wraith que, na sua gravação, teve a participação especial de Tim Ripper Owens e ao vivo obriga o vocalista Giuliano Schmidt a fazer as duas vozes, algo que ele mostrou fazer muito bem e aqui preciso dizer, ele é a definição de showman, não parando um segundo sequer! O público pediu o hino da banda, Headbangers, mas essa ficou para uma próxima...
Vindo da capital, o Cujo Death trouxe novamente o metal morte para o festival e foi muito bem recebida! Eu tinha curiosidade para ver a banda ao vivo e analisar camo soavam as musicas e é sempre muito bom ver uma banda que consegue ser mais pesada ainda ao vivo do que na gravação, tanto em português como nos sons Manicômio e Paralelo 11, como também nos sons em inglês, com meu destaque especial para Morbid Pleasures of Madness.
Fechando a primeira noite, o Magnólia entregou todos os headbangers que no fundo gostam de metal sinfônico, pois além de uma execução perfeita (o que não é novidade, vindo da banda) eles colocaram o público para cantar sons como Ever Dream Nemo e Wish I Had An Angel. Além da surpresa que foi um excelente cover de Épica com Never Enough.
A notícia mais legal é que a banda está para lançar um trabalho de estreia autoral e assim como nossos irmãos do O Subsolo, vamos divulgar aqui para quem quiser apoiar essa excelente banda, segue a 'vakinha' online https://www.vakinha.com.br/vaquinha/album-magnolia.
E assim fechamos o primeiro dia, já com o hype pelo que nos espera nessa verdadeira maratona metálica, continua...