Albuns Marcantes #55: "Angels Of Distress" (2001) - Shape of Despair

Salve, headbangers! Com certeza, na opinião de cada um, existem álbuns que são referências para um estilo, aquele que você mostra para alguém quando quer que essa pessoa passe a conhecer uma banda ou até mesmo um estilo. Pois bem, esta resenha se dedica ao segundo álbum do Shape Of Despair, "Angels Of Distress", mas você também pode chamá-lo de um dos melhores, senão o melhor trabalho de funeral doom metal.
 
É difícil explicar em palavras a atmosfera que este trabalho desperta, mas eu convido você a acompanhar minha tentativa. E digo mais: convido o ouvinte a apreciar esta obra, mesmo que o funeral metal não seja do seu gosto. Digo isso porque até ouvidos não acostumados não passam desapercebidos por tal obra.
Acho importante dizer que este álbum é como um quebra-cabeça onde todas as peças se encaixam com verdadeira maestria: sejam os sintetizadores, os vocais femininos e os guturais, os teclados e, logicamente, as guitarras. Afinal, este é um trabalho de metal acima de tudo.
 
Fallen é um convite a um mundo de dor. Note como os vocais demoram para aparecer, deixando toda a luz do ambiente se dissipar, e quando eles entram, são raivosos – sendo esse o primeiro estágio da dor. A faixa que batiza o álbum vem em seguida; ela tem uma sensação de queda à medida que a sinfonia vai se fundindo. Note os vocais como algo que está em segundo plano. Ouvir este álbum de fone é uma experiência única; este som consegue fazer o Tristania parecer um lindo passeio no parque em um dia de sol.
Quiet These Paintings Are é um dos primeiros momentos mais extensos do álbum. Ao longo dos seus 14 minutos, temos a definição de tristeza. Note como os vocais vêm depois dos quatro minutos, e eles são uma confissão de uma profunda morbidez, tristeza, tétrica e extrema. Até chegarmos em Night's Dew, um encerramento épico onde o violino mostra porque tem o potencial para ser um instrumento indispensável dentro do metal extremo, principalmente na vertente do funeral doom.
A audição deste álbum o consolida como um dos clássicos do estilo e, acima de tudo, um retorno triunfante ao nosso quadro de álbuns marcantes.
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TRACKLIST:
1) Fallen
2) Angels of Distress
3) Quiet These Paintings Are
4) ...To Live for My Death...
5) Night's Dew
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FORMAÇÃO:
Jarno Salomaa -  guitarra e sintetizadores;
Tomi Ullgren - baixo e guitarras;
Natalie Koskinen - vocais;
Samu Ruotsalainen - bateria;
Pasi Koskinen - vocais;
Toni Raehalme - violino.