Resenha #337: "Morbid Visions" (2023) - Cavalera Conspiracy

Salve Headbangers! Essa provavelmente se tornou uma das resenhas mais difíceis de fazer, pois tentar separar o que esse álbum tem de valor emocional na construção do meu gosto musical é bastante difícil. Eu conheci o Sepultura com o "Arise" (1991) e foi por um bom tempo meu trabalho favorito até me deparar com os primórdios da banda e ouvir verdadeiras profanações como Morbid Visions, War e aquela que até hoje é minha favorita de toda a discografia da banda, Troops of Doom, ali eu pensava, eu queria muito ter visto ESSE Sepultura em ação e não estou desmerecendo a formação atual e ainda afirmo aqui, em nível de técnica, é absurdo o grau que a banda atingiu, porém esse Sepultura antigo tinha tudo que eu passei admirar no metal e trago até hoje comigo em meu gosto.
Dito isso, antes de sair minha pergunta que se resume em porque? Claro que um dos motivos é imaginar que o sucesso que o The Troops of Doom atingiu, uma banda que reverencia essa sonoridade, pode ter trazido nos irmãos Cavalera a ideia de que "nós somos as mentes por trás disso, então vamos relançar", mas confesso que antes de ouvir, eu tinha uma visão preconceituosa no melhor estilo, não ouvi e já não gostei!
E a essa altura, nosso leitor pode perguntar, então Harley sua visão mudou? E eu preciso dizer que sim... Ao contrário de nomes como Gorgoroth e In Flames que pegaram álbuns perfeitos e fizeram coisas bisonhas, nós temos aqui os Cavaleras respeitando a obra e confesso que eu estava com saudade de ver o Igor e o Max possuídos mesmo, ou melhor dizendo 'possessed'.
Sim, os tempos são outros, as passagens que eles mostram aqui são melhores gravadas (isso pode fazer alguns fãs torcerem o nariz, mas e só ouvir os primeiros segundos de Morbid Visions que tudo se dissipa, mas deixando claro, eu entendo bastante quem não gostar da regravação e quiser ouvir os trabalhos antigos e não tem problema algum, eu mesmo se for escolher agora eu fico com antigo, mas aí temos que ser sinceros, existe um fator chamado nostalgia. Max trouxe um pouco do que ele faz atualmente no Soulfly, mas consigo imaginar que ele emulou o seu espírito da década de 80, ouça por exemplo War, o rasgado mais cavernoso esta lá, assim como na já citada The Troops of Doom. Por outro lado, a bateria desses álbuns não davam o destaque que Igor merecia e agora ouvindo todas as partes fica claro o porque ele foi considerado um dos melhore bateristas do metal extremo.
Algumas faixas eu ainda estou me acostumando a ouvir, como Crucifixion que eu senti falta do feeling e achei ela mais plástica, em contra partida eu nunca tinha dado a atenção que Empire of the Damned merece, que som desgraçado de bom! Resumidamente, ainda vou resenhar o "Bestial Devastation" (2023), mas já fica aqui o meu veredito: quando uma banda pensar em regravar um clássico, pergunte para os irmãos Cavalera como se faz, pois eles provaram que entendem bastante desse assunto!
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TRACKLIST:
1) Morbid Visions (Sepultura cover)
2) Mayhem (Sepultura cover) 
3) Troops of Doom (Sepultura cover) 
4) War (Sepultura cover) 
5) Crucifixion (Sepultura cover) 
6) Show Me the Wrath (Sepultura cover)
7) Funeral Rites (Sepultura cover)
8) Empire of the Damned (Sepultura cover)
9) Burn the Dead
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FORMAÇÃO:
Iggor Cavalera - bateria e percussão;
Max Cavalera - guitarras e vocais.