Resenha #298: "Pray For a Lie" (2018) - Exterminate

    A Exterminate vem com os pés na nossa cara sem dó nem piedade em seu segundo álbum. Salta aos olhos a qualidade do trampo desses guerreiros, o capricho e atenção a todos os detalhes, desde a parte gráfica até a concepção do álbum que é realmente espetacular.


    A capa a cargo de Marcos Miller (Mestre) não deixa por menos. Que arte foda! Algo obscuro e tenebroso, saído diretamente de um pesadelo Lovecraftiano direto para esse trabalho.
    A intro The Call é muito boa fugindo do lugar comum. Então, tem início o apocalipse, Image of Dead God começa com muita velocidade e peso, destaque para as guitarras no início do som. Essa primeira faixa segue com variação até culminar a uma parte mais cadenciada e pesadíssima. A batera de Sandro Moreira nos estraçalha com viradas e variações que deixam quem ouve o trampo de queixo caído. O som termina com um dedilhado, como se fosse a calmaria após uma tempestade.


  Blind Faith segue a temática do álbum, que ataca a hipocrisia das religiões que seguem transmutando nações inteiras em zumbis escravos de seus interesses. As bases dessa música vão esmagar o crânio do Headbanger contra as paredes. Sem tempo para respirar, começa a faixa título. E que faixa meus caros. Com uma base mais pesada que o inferno e uma nítida influência de Slayer e algo de metal tradicional (minha opinião), a faixa tem os vocais mais vomitados, porém inteligíveis e uma voz limpa (muito foda por sinal) que eu jurava que era um convidado especial, mas se trata do próprio Adriano Martini em uma performance monstruosa.
    I See Inside Your Soul é um aula de Death Metal Brutal, com destaques novamente para os vocais. Religious Zombies começa com riffs estupidamente velozes na pegada Death Metal anos 90. Eu poderia facilmente dizer que esse torpedo também é um destaque, mas como fazer tal afirmação diante de tal obra aonde todas as músicas são devastadoras?
    Fallen Beyond The Hands of God começa com um fudido solo de guitarra para em seguida descambar numa velocidade insana. War tem uma introdução que faz jus ao título, uma verdadeira bordoada nos cornos, evocando a aura old school do estilo Death Metal.
  Chaos vem numa linha mais cadenciada. Realmente matadora, como se fosse feita especialmente pra quebrar o pescoço já combalido. The First fecha os trabalhos com chave de ouro, é soberba e acaba o álbum de forma espetacular ao culminar em um solo de guitarra que, na minha humilde opinião, é um dos solos mais desgraçados que já ouvi em metal extremo, pena que é bem curto. Ao final da faixa o inconfundível dedilhado lá do início do disco.
    Parabéns aos maestros do nosso Death Metal que ficaram com a difícil missão de bater essa obra- prima. Vida longa à Exterminate!

TRACKLIST:
1) Intro - The Call (instrumental)
2) Image of Dead God
3) Blind Faith
4) Pray for a Lie
5) I See Inside Your Soul
6) Religious Zombies
7) Fallen Beyond the Hands of God
8) War
9) Chaos
10) The First

FORMAÇÃO:
Marcelo Feijo - baixo;
Rafael C. Lavandoski - guitarras;
Adriano Martini - guitarras e vocais;
Sandro Moreira - bateria.

Texto produzido por Jonathan Gorehead.