Resenha #249: "Daath" (2021) - Crepúsculo dos Ídolos

    Salve Headbangers! Contextualizando o conceito primordial da Arte que é em si, passar uma mensagem, podemos dizer que a Crepúsculo dos Ídolos vem desde o longínquo 2001 levando a frente sua afronta sonora às religiões, tudo isso com uma forte carga de autenticidade e a aspereza que se espera encontrar dentro do Black Metal, porém em "Daath" mais um patamar foi atingido, criando assim uma mostra do quanto a musicalidade desperta e transcende emoções.


    Vale o adendo que ao ouvir o trabalho o único momento, digamos, leve que encontrará é na Intro que de fato é muito bonita com um canto operístico, logo após a beleza continua só que evidentemente na sua forma mais extrema. Nos porões de Daath me apresentou a sensação de adentrar em um culto, pois a sonoridade marcial intercala-se com um vocal que é quase uma narrativa, devido a forma que as linhas são executadas passando a mensagem que indiscutivelmente é um dos pontos fortes do Crepúsculo dos Ídolos.
    Sanctu Infectu Malo é um momento épico onde seus oito minutos nos levam para um looping de sensações, sendo que seu começo desagua em brutalidade e logo converte-se em um hino de guerra clamando pela rebelião dos caídos, e essa sensação de algo épico e ao mesmo tempo bélico chega em Conquistadores, onde somos orientados a não temer nada e criar uma nova era onde os dogmas religiosos serão apenas uma péssima lembrança.


    Nuith me remeteu à escola do black metal principalmente na década de 90, o andamento por hora mais cadenciado e depois vem numa crescente, uma ótima pedida para fãs de Rotting Christ, o ódio em forma de música retorna com Não Nascido e Ipsissimus.
    O opus vai chegando no seu momento final, mas não sem antes nos amaldiçoar com duas pragas, Andarilho e Feiticeiro, dois sons que se completam e vejo neles uma bela introdução para vocês conhecerem a obra tanto filosófica quanto extrema do Crepúsculo dos Ídolos.

TRACKLIST:
1) Intro
2) Nos Portões de Daath 
3) Sanctu Infectu Malo 
4) Conquistadores
5) Nuith
6) O Não Nascido
7) Ipsissimus
8) Andarilho
9) Feiticeiro


FORMAÇÃO:
AL'Ain - guitarras e vocais;
João Pedro Raldi - bateria;
Ricardo Dembogurski - teclados;
Anderson Haubricht - baixo.