Álbuns Marcantes #51: "Caustic Attack" (2018) - Terrorizer

       


        Em 12 de outubro de 2018, o grupo americano de Death Metal/Grindcore Terrorizer lançou seu quarto e último álbum "Caustic Attack" pela The End Records. Os ícones do Grindcore Terrorizer, com o baterista Pete "Commando" Sandoval, uniram-se à The End Records para o lançamento de seu tão esperado álbum de estúdio, "Caustic Attack".
      O álbum foi produzido por Jason Suecof (Deicide, All That Remains, Kataklysm, Battlecross) no Audiohammer Studios em Sanford, Flórida e contou com a arte da capa de Timbul Cahyono (Rotting Corpse, Pyrexia), o disco serviu como a primeira oferta de estúdio da banda em seis anos.
        Analisando o contexto histórico do ábum podemos destacar algumas datas:
     Em 2009, Sandoval sofreu uma grave lesão nas costas causada por décadas de bateria Death Metal espástica. Depois de consultar diferentes médicos e explorar suas opções, Sandoval optou por uma cirurgia invasiva para reparar os discos deteriorados entre as vértebras entrelaçadas em sua coluna. Então, Sandoval teve que se certificar de que ele estava saudável o suficiente para trabalhar no álbum antes que Terrorizer pudesse começar a escrever para "Caustic Attack".
    Em 2013, Sandoval estava se sentindo muito bem, então ele se juntou a Lee Harrison (Malevolent Creation, Monstrosity, Lavoizen, Midnight; ex-vocalista do Crimson Glory, com quem Lee trabalhou até a morte dos vocalistas em 2009).

"Começamos a tocar algumas músicas apenas por diversão", explica Sandoval. "Fizemos algumas das músicas do "World Downfall" (1989), e então aprendemos alguns covers e fizemos nosso primeiro show como uma festa. Foi assim que tudo começou." - Pete Sandoval

        Sandoval também convidou Sam Molina, que tocou com Harrison no Monstrosity, para se juntar a eles no baixo, e eles começaram a trabalhar em músicas para "Caustic Attack". Como o pioneiro das blast beats, Sandoval é conhecido há muito tempo como um dos músicos mais rápidos do Death Metal, e isso aparece em "Caustic Attack". E, graças ao produtor Jason Suecof, Terrorizer soa mais forte do que nunca.

"O Terrorizer original não tinha solos, então adotamos a mesma abordagem. Era apenas riff após riff matador. Esse foi um desafio interessante para mim - manter a música fresca sem depender de solos. solos é que nos permite manter um som denso como um trio. Quando você coloca os cabos lá, você precisa de uma segunda guitarra ou então o fundo cai. Ficar um trio torna mais fácil viajar e fazer turnês, e nós não queria mexer com essa fórmula." — Lee Harrison.

        Agora que Sandoval está dedicando todo o seu tempo e esforço ao Terrorizer, ele diz que planeja fazer uma extensa turnê e depois gravar outro álbum. A maldição de seis anos está oficialmente quebrada.


"É tão bom voltar a tocar todos os dias. Eu trabalhei muito duro na minha recuperação e todo esse trabalho está realmente valendo a pena agora, porque quando eu toco essas músicas eu me sinto da mesma forma que me sentia em 1990 ou 2000. Eu me sinto jovem novamente e posso jogar sem problemas. E isso é difícil de fazer porque este novo álbum tem muitas mudanças, contrabaixo, batidas rápidas. Você escolhe." — Pete Sandoval

Dentre a aclamação da crítica destacamos:
Em uma revisão para Distorcido Sound Mag, Stephen Fallows afirmou;

"“Caustic Attack” é um álbum da velha escola, sem truques e bastante direto. Embora seja talvez um pouco unidimensional às vezes, a musicalidade no show significa que este álbum é definitivamente 45 minutos bem gasto. Terrorizer pode nunca mais atingir os níveis de seu lendário álbum de estreia, “World Downfall”, mas os tempos mudaram, e essa banda também mudou massivamente. Isso pode não cobrir muito terreno novo ou ser massivamente original, mas no que eles fazem eles são muito bons e você não quer mais nada de uma banda como Terrorizer. Ser lançado sob essa bandeira pode fazer com que alguns puristas achem que não é a formação clássica, mas tomado como um álbum individual e esquecendo o legado da banda, é uma boa oferta que poucos vão igualar por sua selvageria."

Classificação do álbum: 8/10
Em sua revisão para No Clean Sing Ing, Todd Manning afirma;

“Há quem não dê chance a isso porque não é ‘World Downfall’ e porque não há Jesse Pintado ou Oscar Garcia. Eu honestamente não tinha certeza se eu cairia nesse campo, mas estou feliz por ter dado uma chance ao "Caustic Attack". Pode não ser pura glória do Grindcore, mas este álbum arrasa do começo ao fim, e eu não consigo parar de ouvi-lo.”

        Evidenciamos faixas como Turbulence, Devastate, Crisis e Wasteland são capazes de triturar o cérebro de quem não é muito acostumado com esse nível de podreira. Mas os melhores momentos desse belo petardo acabam sendo Infiltration e Sharp Knives, onde brilha a estrela de Sandoval, com viradas e blastbeats que fizeram história no Morbid e no próprio Terrorizer. Evidentemente não é um álbum tão bom como o clássico e atemporal "World Downfall", até porque esse é um daqueles que acontecem apenas uma vez na vida. Sem dúvida um álbum memóravel e altamente recomendável!

Ouça na íntegra: