Resenha #235: "The Devils" (2022) - Belphegor

    Salve Headbangers! Algo que sempre me chamou atenção no Belphegor é a crueza de sua música, pois eles conseguem fazer um som que a cada trabalho mostra uma evolução absurda, ainda mais em conseguir unificar passagens do Death e Black Metal. Depois da turnê brutal que fizeram no Brasil, é natural que fôssemos ouvir seu mais recente trabalho, "The Devils", com o hype lá em cima, e confesso que na primeira audição esse álbum não me pegou, mas agora depois de mais algumas vezes dando a devida atenção que esse registro merece, temos aqui um trabalho que tem tudo para ser um divisor de águas na carreira dos austríacos.
 

    A faixa título abre o registro com o melhor que o Belphegor tem a oferecer, esse som é disparado um dos melhores do álbum e faz sentido batizar o mesmo com o nome do trabalho, pois sua levada é quase marcial e consegue fazer um contra ponto entre as características da banda, com um detalhe que me chamou atenção que ao longo do registro temos  uma dose de melodia a mais, claro que para os padrões do Belphegor.
    Totentanz - Dance Macabre faz a ponte entre esses dois universos de extremidades tão cara a eles, outro ato de total insanidade, um trator desenfreado! Agora Glorifizierung des Teufels faz exatamente o contra ponto, sendo uma das faixas mais próximas do Behemoth, por exemplo, pela cadência da mesma.
    Saindo então da zona de conforto e tirando ouvinte da mesma, Damnation – Höllensturz te ataca como você já espera, mas com menos de um minuto, um interlúdio limpo que só reforça o peso que está por vir, sem dúvida, a primeira audição me chocou, mas ouvindo agora faz total sentido. 
 

    Virtus Asinaria - Prayer foi um dos sons que rolaram na turnê do Brasil e ela tem todo o andamento de uma missa negra e no álbum ela consegue transmitir essa carga obscura e mais uma vez o Belphegor mostra como é uma banda que sabe evoluir sem negar o passado! Kingdom of Cold Flesh tem pouco mais de três minutos e é um massacre.
    O trabalho vai se encerrando com dois ótimos momentos, Ritus Incendium Diabolus que é uma ótima faixa para mostrar o momento que a banda se encontra e Creature of Fire, uma faixa melancólica com influencia de música do oriente médio fazendo uma alusão aos 'djins', um momento ousado de uma banda que não se limita, forte candidato a estar na lista de melhores do ano!

TRACKLIST:
1) The Devils
2) Totentanz - Dance Macabre
3) Glorifizierung des Teufels
4) Damnation - Höllensturz  
5) Virtus Asinaria - Prayer
6) Kingdom of Cold Flesh
7) Ritus Incendium Diabolus
8) Creature of Fire
 
FORMAÇÃO: 
Helmuth - vocal e guitarra;
Serpenth - baixo, backing vocal ao vivo.