Resenha #234: "Predatory" (2020) - Scars

    Salve Headbangers! Existem bandas que conseguem sintetizar de forma única o que é o estilo que se propõem a fazer, digo isso porque se você pensar em Thrash Metal feito no Brasil dificilmente deixará o Scars de fora da sua lista.

     

    Formada no ano de 1991, e assim como muitas bandas do nosso Underground, eles passaram por mudanças de formações e até mesmo uma pausa, porém desde o seu comemorado retorno nós já imaginávamos que teríamos um trabalho de destaque, porém afirmo que seus ouvidos tem que estarem bem preparados para "Predatory" que foi não só um destaque no ano que foi lançado, como na verdade, um destaque na discografia da banda.
    Como iniciar um trabalho tão aguardado? A resposta vem com a faixa título, uma letra que traça as relações do homem ser o seu único e mais voraz predador ao mesmo tempo que temos aquele Thrash Metal feito na base do ódio que é uma característica da Scars, mas desde a primeira audição, notei um toque mais técnico, observação essa que foi se confirmando ao longo das audições.
    These Bloody Days é aquela demonstração de ferocidade que falei no parágrafo anterior. Aqui foi elevada a maiores potencias e claro, aquela levada Slayer que é mais que bem vinda, pois não tem como não reverenciar a melhor banda do verdadeiro metal.
    Ancinet Power começa com uma levada mais no groove e uma letra bem interessante, a medida que o som vai crescendo torna-se como um carro desgovernado para cima do ouvinte. Sad Darkness Of The Soul é outra que tem uma letra muito bem escrita que disserta acerca da depressão e na sonoridade temos um dos momentos mais obscuros e intrincados do álbum. Destaque para os excepcionais arranjos do baixo e bateria.

 

     Mesclar influencias e mesmo assim criar sua personalidade, méritos totais de uma banda veterana, por isso, ouvidos mais atentos em Ghostly Shadows podem perceber a escola americana, mas com doses de death metal. Há tempos de dizer que The 72 Faces Of God é uma das melhores faixas para mostrar a banda para alguém que ainda não ouviu o álbum e Beyond The Valley Of Despair encerra o trabalho com aquela atmosfera de que ouvimos algo simplesmente avassalador.
    Provando que não estão nenhum pouco afim de resguardar nossos pescoços, temos como bônus dois singles lançados antes do trabalho, Armageddon e Silent Force, sons daqueles que são obrigatórios em todos os próximos shows da banda e acredito que o Scars deve fazer de suas apresentações um verdadeiro inferno.
 

TRAKCLIST:
1) Predatory
2) These Bloody Days
3) Ancient Power
4) Sad Darkness Of The Soul
5) The Unsung Requiem
6) Ghostly Shadows
7) The 72 Faces Of God
8) Beyond The Valley Of Despair
9) Violent Show
10) Armageddon (bônus track)
11) Silent Force (bônus track)

FORMAÇÃO:
Régis F. – vocal;
Alex Zeraib – guitarra;
Thiago Oliveira – guitarra;
Marcelo Mitché – baixo;
João Gobo – bateria.