Underground no Cenário Acadêmico

    Durante minha graduação pensei em utilizar o heavy metal como fonte primária no meu TCC, ideia que levei para frente a base de sangue, suor e lágrimas! Mesmo depois de formado, ainda me interesso por pesquisas com essa temática. Assim, surgiu esse quadro para listar alguns trabalhos acadêmicos (artigos, TCC's, dissertações, teses...) falando sobre rock no geral, focando mais no metal extremo e na anti música.
 

 
1° Texto:
Trevas na Cidade: Underground do Metal Extremo no Brasil
Autor: Leonardo Carbori Campoy
Ano: 2008
 
    Nessa dissertação na área da antropologia, Campoy faz uma minuciosa análise sobre o underground extremo brasileiro.
    Nos dois primeiros capítulos ele conceitua o que é o underground, mostrando as suas diferenças com o mainstream, no terceiro capítulo ele fala um pouco dos subgêneros que fazem parte do metal e do som extremo (o heavy, o thrash, o grind/gore/splatter, o doom e o death), por fim o autor ainda reserva um capítulo inteiro pra falar das complexidades do Black metal.
 
 
2° Texto:
Poder e Resistência nos Diálogos das Ecologias Licantropas, Infernais e Ruidosas com as Educações Menores e Inversas (e Vice Versa).
Autor: Rodrigo Barch
Ano: 2016
 
    Nessa tese, tão grande quanto o próprio título, Barch nos mostra alguns caminhos aos quais uma educação libertadora pode tomar por meio de uma educação ambiental .
    Essa pesquisa se divide criativamente em Lado A e Lado B, em todo Lado A e em boa parte do Lado B o autor nos explica os conceitos que ele usa, assim como a forma de aplicá-los dentro dessa educação libertadora e ecológica, mas é mais para o fim do Lado B que nos é mostrado uma análise na representação do diabo rebelde dentro dos sons extremos.
    Assim, mostrando a rebeldia representada pela figura do diabo, no metal tradicional, o medo do inferno nuclear no thrash metal e no death metal oitentista passando para revolta no grindcore e na militância pró veganismo e antiespecista do início do goregrind indo para as representações da ecologia dentro do Black metal (com foco no RABM e no Cascadian Black metal) e por fim, falando sobre a presença da cultura dos povos originários dentro dos sons extremos.
    Em uma opinião pessoal, essa é uma tese muito necessária, tanto para a área da educação quanto para lembrar das raízes políticas da música extrema.
 
 
3° Texto:
“Levante do Metal Nativo". Um Estudo de Caso Sobre Bandas Brasileiras de Heavy Metal nas Redes Sociais.
Autora: Natasha Aleksandra Bramorksi
Ano: 2017
 
    Em sua dissertação em História, Natasha propõe uma análise do movimento do metal nativo usando a sua página no Instagram como fonte primária.
    No primeiro capítulo a autora analisa as representações da brasilidade nas capas das bandas Morrigan, Tamuya Thrash Tribe, Voodoopriest, Arandu Arakua, Hate Embrace, Cangaço e Armahada. No segundo capítulo ela faz análises de algumas letras e no último capítulo ela fala da presença da cultura indígena no heavy metal brasileiro.
 
 
4° Texto:
Black Metal nos Documentários Musicais: Notas Sobre Estética e Distopia ( 1994 – 2017).
Autora: Christine Santos Alves Costa.
Ano: 2021
 
    Nessa dissertação, a autora faz uma análise do discurso do Black metal por meio de documentários que tratam desse subgênero.
    No primeiro capítulo ela conceitua o black metal, indo do heavy ao black. No segundo capítulo ela fala das diferenças do mainstream e do underground e defende a relevância dos documentários como fontes de pesquisa.
    Por fim, Christine divide o último capítulo em 3 partes. Na primeira ela expõe o resultado de algumas entrevistas que ela fez com algumas bandas, na segunda ela analisa o discurso de algumas bandas de black metal norueguesas e por fim, na última parte ela analisa os documentários one man metal bleu blanc satan.