Resenha #174: "Prego em Carne Podre" (2021) - Atropina

Salve headbangers!
O começo da década de 90 foi um período onde o 'death' metal se orgulhava em ser um dos gêneros mais pesados e blasfemo dentro do universo da música extrema, pegando o melhor das escolas do Venom e Mercyful Fate, por exemplo, e injetando doses cavalares de peso tínhamos nomes como Deicide e Sarcófago que faziam músicas extremas e odiosas ao maldito nazareno. Entretanto, com a leva do 'black' metal, muitas bandas do metal morte deixaram os sentimentos de repulsa ao cristianismo de lado e focaram no terror diário, na mente de psicopatas e outras formas de tortura, o que é ótimo diga-se de passagem!

Com intuito de manchar a sacristia surgiu a banda de 'death' metal Atropina no ano de 1996 que teve sua primeira demo intitulada "Louvar a Tudo Por Nada" lançada no ano de 1998. Eu vim a conhecer o trabalho dos gaúchos com o primeiro 'full' "Santos de Porcelana" (2001) após esse trabalho tivemos ainda "Mallevs Maleficarvm" (2014) e "Porões da Luxúria" (2016).

Demorou um tempo, mas finalmente temos um novo 'full' do Atropina, e claro que essa espera é totalmente justificada, pois todos sabem os percalços de ter uma banda extrema no Brasil e por fim, para quem assim como eu já acompanhava o trabalho da banda não esperava nada de qualidade inferior!


Prego em Carne Podre é de certa forma um trabalho conceitual que narra o caminho pela qual a humanidade percorre para abandonar o flagelo cristão, e toda essa temática vem envolta de um brilhante trabalho de metal morte.

Vociferando Sangue abre o álbum da maneira que o metal extremo tem que ser explanando com muito ódio! Como abertura ela faz bem o papel de deixar o ouvinte já impressionado, seja pela pegada do som que tem algo bem climático e poderoso seja pelos vocais que me remeteram ao trabalho do grande Desdominus.

Blasfêmia Eterna ao lado de Prazer Santificado do "Porões da Luxúria" já é uma das minhas faixas favoritas! A faixa tem um começo que nos remete a uma história sendo contada até que o chamado para a profanação se inicia com uma linha de guitarra matadora.

Lágrimas Mortas segue essa pegada criando uma atmosfera de morbidez e aqui a gente vê como uma produção correta acentua as qualidades da banda, esse som flerta com o 'black' metal, o que é sempre um ótimo sinal!


Chegamos então na faixa título e aqui quero destacar a originalidade do Atropina, pois compor em português é sim um desafio e a medida que você consegue transmitir uma mensagem que é uma declaração de guerra ao cristianismo, não tem como não elogiar! Falando em mensagem, quero dar um destaque também para Masmorra dos Açoitados que teve a letra escrita por Luis Tomassini do Infected Sphere que soube emular bem o pensamento da Atropina.

Ainda há destaques para Delírios Assombrados e Pensamento Plano que fecha esse que é um registro que leva adiante o legado gaúcho da música extrema.
 

TRACKLIST:
1) Vociferando Sangue
2) Blasfêmia Eterna
3) Lágrimas Mortas 
 4) Prego em Carne Podre 
 5) Gélida Madeira
6) Anjo Doentio 
 7) Masmorra dos Açoitados 
 8) Enfermidades Torturadas
9) Delírios Assombrados 
 10) Hereditário Fim 
 11) Pensamento Plano

 
FORMAÇÃO:
Gian Rossi - bateria;  
Alex Alves  - guitarras, e backing vocals;
Murillo "Ogro" Rocha - vocal;
Fernando Müller - guitarras;
Cleomar Schmitzhaus - baixo.

 
Contatos:
Email: atropinabanda@gmail.com
 
Revisado e editado por Carina Langa.