Resenha #167: "Perpetual Chaos" (2021) - Nervosa

Salve Headbangers!
Finalmente saiu um dos álbuns mais aguardados do underground nacional! Vamos pular toda aquela parte da separação da banda e do 'stress' que rolou depois, fato é que a Prika Amaral não é boba e formou um time de responsa para assumir o nome da Nervosa, então não é assustador o fato do trabalho ter saído tão poderoso! Por isso, sem mais delongas, vamos falar de "Perpetual Chaos". 


Começando pela capa, que é muito bonita e que me remeteu a já um padrão das artes da Nervosa, mas note que existe ali uma pose de vitória, passando a mensagem de que depois de tudo, esse trabalho indica uma continuação e ascensão do que a banda já havia apresentado em outros álbuns.

A abertura é com Venomous que é uma excelente ponte com o passado da banda. Essa música tem uma leve quebrada de 'thrash', mas já aponta as direções na sonoridade que está indo cada vez mais para o 'Death' Metal. Antes que alguém questione se isso é mérito da atual formação, vale lembrar que "Agony" (2016) já tinha essa direção! Essa música é perfeita para abrir 'shows' e já quero afirmar aqui o que tinha dito anteriormente, Diva Satanica é uma das melhores vocalistas da atualidade, digo isso pois a forma como ela intercala suas vociferações é impressionante!

Guided by Evil foi o primeiro som a ser divulgado. Aqui no álbum ele está muito bem posicionado, sua abertura é soturna e repare nas linhas de bateria e baixo, que são bem velozes e ao mesmo tempo técnicas, méritos de Eleni Nota (bateria) e Mia Wallace. Sem tempo para respirar temos People of Abyss que vem na sequência e é forte candidata a minha favorita do álbum, pois vem rompendo completamente as barreiras entre o 'Thrash' e o 'Death' Metal. 

Falando em ótimo trabalho de bateria, a faixa título abre com o instrumento na frente! Levar o nome do trabalho que marca essa nova fase é uma baita responsabilidade e esse som não se omite, notei ares de Arch Enemy ao longo da canção e uma quebra de ritmo que ao vivo deve ser matadora. Until The Very End apresenta o primeiro convidado do trabalho, Guilherme Miranda do Emtombed AD e do Krow, dividindo as seis cordas com a Prika, e acredito que a escolha dele não foi à toa, pois ele é um dos músicos brasileiros que vem se destacando lá fora. 


Em Genocidal Command vem o grande Schimmer do Destruction fazendo um duo com Diva, e a música ganhou ares de 'thrash' que me remeteram ao começo da carreira da Nervosa. Para quem tem saudade dessa fase, comece diretamente nesse som! Imaginando tal trabalho como um vinil, podemos dizer que Kings of Domination seria o outro lado do álbum, é um som que vem com um refrão bem marcado e notável, ouví-lo é admirável, pois é uma demonstração de que mesmo em tempo de isolamento, elas conseguiram ter uma sinergia muito grande. 

"Perpetual Chaos" nos reserva algumas outras surpresas como Time to Fight, um crossover rápido e brutal, Godless Prisoner que é um massacre de bumbo duplo com o 'Death' Metal à frente e aqui percebi que a Diva Satanica fez um vocal diferente do que ela apresentava no Bloodhunter, ou seja, ela se adaptou a sonoridade da Nervosa.  Em Blood Eagle temos um dos momentos mais raivosos do trabalho e Prika Amaral mostra uma constante evolução, as paradinhas 'thrash' desse som são um arregaço.

Eric AK do Flotsam & Jetsam é a última participação especial do trabalho e nem precisava ser creditado, pois só de ouvir a voz dele e principalmente seus agudos, é impossível não o reconhecer, e Rebel Soul deveria virar clipe, pois ela é demais! Pursued by Judgement é uma volta ao passado e poderia estar em "Victim of Yourself" (2014), isso foi muito legal, pois mostra que a essência da banda ainda está ali. Fechando o trabalho, temos aquele último som lançado, que veio se apresentando como pré-álbum, Under Ruins começa com uma adrenalina e energia pulsante nos fazendo um convite ao 'mosh'.

Mostrando que sabe se levantar após a queda e na melhor forma de calar os detratores, com atitude e som, o Nervosa agora em janeiro já lança um dos destaques do ano, um divisor de águas na sua discografia e na sua história! Como fã,  estou feliz e mais que satisfeito em ouvir esse trabalho. 


TRACKLIST:
1) Venomous 
2) Guided by Evil
3) People of the Abyss
4) Perpetual Chaos
5) Until the Very End (feat. Guilherme Miranda)
6) Genocidal Command (feat. Schmier)
7) Kings of Domination 
8) Time to Fight 
9) Godless Prisoner
10) Blood Eagle 
11) Rebel Soul (feat. Erik Ak)
12) Pursued by Judgement 
13) Under Ruins

FORMAÇÃO:
Prika Amaral - guitarras;
Diva Satanica - vocais;
Mia Wallace - baixo;
Eleni Nota - bateria.

Revisado e editado por Carina Langa.