Hail Headbangers, já que hoje (23/04) é o dia do livro, pensamos em trazer aqui muitas obras das quais somos fãs, mas acredito que o mais interessante hoje, seria divulgar um trabalho que é de vital importância para quem pretende conhecer o Underground de maneira mais profunda e que ao mesmo tempo, serve para desmistificar a visão de que o 'Heavy' Metal não pode ser usado nos meios acadêmicos, estou falando da obra literária "Trevas Sobre a Luz - O Underground do Heavy Metal Extremo no Brasil".
O autor Leonardo Carbonieri Campoy é bacharel em Ciências Sociais pela Universidade Federal do Paraná (UFPR) e mestre em Sociologia e Antropologia pela Universidade Federal do Rio de Janeiro (UFRJ). Atualmente, é professor de Sociologia no Ensino Médio e em cursos de graduação no Grupo Bom Jesus de Ensino, em Curitiba (PR). Pelo relato do livro, pode ser chamado também de Diabo Albino, já que ele narra sua jornada pelo 'Underground' curitibano e essa é apenas uma das características do livro.
"Trevas Sobre a Luz: O Underground do Heavy Metal no Brasil" é um primoroso estudo de antropologia urbana sobre o metal extremo e aqui este meio é visto por alguém que realmente entende do assunto, por isso mesmo que a leitura é deveras interessante para os bangers, pois com ela vamos ter relatos de bandas majoritariamente de metal extremo, como, por exemplo a Vulturine, a Sad Theory, a Evil Horde, entre tantas outras.
Além disso, no livro encontramos discussões acerca do real e do falso no metal, o trabalho de fanzines e selos, o público, as hordas e como esses elementos de ordem estética se inserem no ambiente urbano.
As relações de afetividade de envolvimento com a cena são vistos do ponto de vista antropológico, então mesmo que você não curta muito o 'modus operantis' das ciências humanas, irá entender os conceitos ali debatidos e é muito gratificante ler algo que não trate o 'Headbanger' como um acéfalo.
Esse é um livro que já li algumas vezes e tenho muito respeito pelo autor e por sua obra, "Trevas Sobre a Luz" é um verdadeiro tratado de respeito ao metal negro, é indispensável.
Revisão por Carina Langa.