Terror Underground #58: "O Mal Que Nos Habita" (2023)

Salve, headbangers e fãs de terror! Há tempos, o terror parece estar atingindo o mainstream novamente. Porém, ao mesmo tempo em que se populariza, acaba se tornando aquele "terror de shopping" bobinho. Mesmo assim, não podemos deixar de valorizar aqueles que fazem o gênero ser reconhecido e admirado pelo que ele realmente deve causar: mal-estar, náusea e finais sem uma gota de esperança.
Preenchendo todos esses pré-requisitos, o terror argentino "Cuando Acecha la Maldad", "When Evil Lurks" ou, aqui no Brasil, "O Mal que nos Habita", foi uma das grandes surpresas de 2023 e lançou o nome do cineasta Demián Rugna como um daqueles que a gente anota no caderninho para acompanhar daqui para frente. Afinal, ele já havia mostrado grande potencial em "Aterrorizados" (2017).
Em um mundo onde as igrejas não existem mais e a possessão é algo mundialmente conhecido e combatido, somos levados a uma região rural onde somos apresentados ao que seria um ser possuído nessa realidade. A pergunta que fica é: Até que ponto decisões erradas e a estupidez humana podem nos levar? Essa nova forma de encarar a possessão é apenas um dos charmes do filme, assim como o gore – um terror que não tem medo de ser nojento, com cenas envolvendo cachorros, cérebros e, sim, sem medo de afetar crianças (apoiamos isso... em filmes, claro! Kkkkk).
Outro ponto extremamente elogiável é o fato de o diretor evitar sustos baratos e jump scares facilmente detectáveis. Ele deixa a história seguir seu rumo e, quando precisa usar imagens fortes (e ele usa algumas que ficarão na sua cabeça por muito tempo), o faz com maestria.
O arco principal, que se concentra nos irmãos Pedro e Jimi desde o momento em que encontram o corpo possuído, nos leva a uma narrativa de desastre. Espere o improvável e não se apegue a nenhum personagem. E a cereja do bolo? Um final pessimista maravilhoso.