Resenha #431: "Espíritos Rupestres" (2024) - Miasthenia

Salve Headbangers! Existem algumas bandas que quando lançam um trabalho, na minha opinião, é uma ocasião especial, pois eu gero um hype enorme no material que está por vir por saber da qualidade dos envolvidos, dito isso, se esse ano muitas bandas que eu gosto lançaram trabalhos sensacionais, posso agora afirmar que o Miasthenia soma-se a esse seleto time que lançou não só um dos melhores trabalhos da sua discografia, como também um daqueles que se tornam item obrigatório em um mapeamento de trabalhos relevantes para se conhecer o metal underground.

"Espíritos Rupestres" apresenta uma nova fase para a Miasthenia que agora conta como um quarteto com as entradas de Aletea no baixo e Lith na bateria, além de Thormianak nas guitarras e Hecate nos vocais e teclados e esse sangue novo trouxe mais elementos para a banda e como eu fiquei feliz em ver passagens ainda mais agressivas como nesse som que eu vou citar, uma das minhas faixas favoritas desde agora, Guerra dos Bárbaros.
Evocação é um som que mostra o talento de Hecate em fazer linhas de teclado totalmente marcantes, e quando ela ganha peso e rapidez temos uma bela demonstração de como o black metal pode manter sua agressividade sem abrir mão da atmosfera, me lembrando outro brilhante trabalho lançado no nosso underground esse ano, o "Necrocosmo" do Vazio que por mais que não tenha essa passagem de teclados consegue manter a mesma atmosfera.

As letras são sempre um diferencial no Miasthenia, jogando ela a frente de milhares de bandas de black que se acham incríveis por cultuar um demônio cristão, sabendo disso não temo como não dar um destaque  para as ótimas Bruxa Xamã, onde poucas vezes em toda discografia vi a banda tão agressiva e com vocais bem death metal e eu adorei isso que vai estar presente também em Tapuia Marcha, outra obrigatória nos sets a partir daqui.
Essa complexidade lírica faz o álbum ser de um dinamismo invejável, observe as alternâncias de Cárcere da Inquisição, Guardiã dos Mistérios Rupestres e Transmutação onde as linhas melódicas limpas fazem a música se tornar ainda mais bela e isso dentro do metal extremo é algo quase utópico que só uma banda com o talento, com a história e a importância do Miasthenia consegue nos entregar e preciso já afirmar esse é o meu favorito do ano!

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TRACKLIST:
1) Evocação
2) Bruxa Xamã
3) Cárcere da Inquisição
4) Saga de Mil Povos
5) Guerra dos Bárbaros
6) Tapuia Marcha
7) Guardiã dos Mistérios Rupestres
8) Espíritos Rupestres
9) Transmutação

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FORMAÇÃO:
Hécate - teclados e vocais;
Thormianak - guitarras;
Aletea - baixo e viola;

Lith - bateria e vocais.