Cobertura de Eventos #51: "16° Otacílio Rock Festival (09 e 10/03/24)" - Domingo (parte 02)

Salve Headbangers! Acompanhe agora a segunda parte da nossa cobertura do "16° Otacílio Rock Festival". No segundo dia pudemos confirmar aquela certeza de que estamos em um dos melhores eventos open air do país, e o cansaço do dia anterior não iria nos impedir de presenciar o grande cast do domingo, então uma mini pausa para um café reforçado e partimos:


Eu tenho uma opinião impopular acerca de bandas covers e tributos, aquela que é sim muito válido, ainda mais em casos de bandas que perdemos a chance de ver ao vivo mais uma vez, então eu curto muito que covers de Motörhead, Death e tantos outros se dediquem à levar as palavras dos nossos ídolos. Dito isso, o Motörserra leva ao máximo aquela premissa de vamos chutar bundas e tocar rock and roll! O set é aquele que esperamos de uma banda tributo, ou seja, clássico atrás de clássico, e como é bom ver que sons como Iron Fist e Overkill são atemporais.

Foto por: Maykon Kjelin - O Subsolo
Delírio, essa aqui foi uma das grandes surpresas do festival, pois eu conhecia os músicos do dessa banda principalmente pela sua aproximação com o metal extremo, no caso o Luciferiano e o Apócrifos, porém Bia Cunha e Antônio me surpreenderam com uma fórmula que está mais para um stoner rock do que qualquer outra coisa e é aí que vem o detalhe, eles não se limitam a rótulos, apenas que sabem fazer boa música e no final isso é o que importa! Sons como Na Cena do Crime e A Insanidade provam isso.

Foto por: Maykon Kjellin - O Subsolo
Sempre quando assisto o Gueppardo me sinto em uma máquina do tempo me transportando diretamente para os anos 80, onde as fronteiras entre o heavy metal e o hard eram inexistentes e o que faria uma banda ser grande não era o número de curtidas em redes sociais e sim, o talento de seus músicos! End of the Line e Another Rebel Down provam isso e é preciso dizer que a virtuose é a vertente no som deles, mas nunca fica algo chato ou repetitivo.

 
Antes de continuar os sons, tivemos uma reunião da "UP: União dos produtores de eventos em Santa Catarina" que reforçam a luta constante por manter SC como o estado dos festivais underground e para isso se manter vivo, precisa do público, das mídias e das bandas, todos juntos desempenhando seus papéis e apoiando aquilo que acreditamos. Por isso estendemos nossos agradecimentos e a dedicação de nomes como Denilson Padilha, Nani Poluceno e Elienai Souza ("Otacílio Rock Festival"), Marcos Valério ("Iceberg Rock") e Danniel Bala ("Laguna Metal Fest", "Tubarão Metal Fest", "Storm of the Century" e "Agosto Negro Festival").
O "Otacílio" nunca se esquece do nosso bom e velho hard rock, é por isso que depois do grande Gueppardo sobe aos palcos o Hardways abrindo o show com Lost in The Night um acento Scorpions maravilhoso, além de ter uma virtuose que já é esperado do estilo, por isso mesmo que eles podem se dedicar a sons autorais como Rape of the Land, essa me cativou demais, fizeram também um surpreendente cover de Rockin'n the Free World que fez o público cantar junto.

Falando em feeling e técnica, o Stone Wizards vem se destacando a cada apresentação e eles, ao lado do Maquinários são bandas que fizeram eu gostar cada vez mais de Stoner, e o nome da banda faz muito sentido quando você assiste eles ao vivo! O fato dos três músicos cantarem, consegue criar uma diversidade musical incrível e sons como Earthquake and Balance, Night Winged Huntress e Red Giant, ganham ainda mais peso e entenda isso como interpretação de uma verdadeira massa sonora.
Foto por: Priscila Ramos - Agenda Metal

O que mais precisa ser dito da Orthostat é que eles provam que a soma de talento, esforço e dedicação sempre vai alcançar resultados e somando o fato de que eu assisti a banda algumas vezes ao vivo, posso dizer que a cada apresentação eles se superam! Quem acompanha nosso site sabe que somos fãs dos caras e que eles conseguem unir o death metal à passagens de doom, de prog e tudo isso envolve letras que passeiam por desenvolturas como temas de fim do Universo à civilizações perdidas. Por isso, eles apresentaram um set list que apresenta sons marcantes como Nothingness, Entropy, Hydrogen, Gravity além de Incitatus que contou com a participação especial do guitarrista Elias do Verbal Attack.

Foto por: Priscila Ramos - Agenda Metal
Um nome que eu vinha acompanhando e não imaginaria que poderia assistir, é o Nuclear Warfare. Claro que ter um brasileiro na sua formação ajuda no intercâmbio e para quem sobreviveu a maratona até aqui foram presenteados com, obviamente, um thrash metal europeu! Trabalhos como "Lobotomy" (2020) e "Just Fucking Thrash" (2014) foram bastante revisitados e teve até um coro com o refrão de Empowered by Hate (mata com a faca), mais thrash metal impossível.
Foto por: Priscila Ramos - Agenda Metal

Alguns nomes são marcantes para a formação e consolidação do metal nacional e dentre eles temos um destaque, o Harppia. O fato do "OTA" trazer sempre grandes nomes como seus headliners se confirma, afinal de contas o Harppia apresenta 42 anos de carreira e um set que tem em si grandes sons que vão do mais recente O Inferno Foi Libertado do álbum "Caixa de Pandora" de 2023 até o pedido por todos presentes Salem do icônico "A Ferro e Fogo" (1985), cantada por todos presentes e aí você questiona, quantas músicas conseguem manter essa importância?

Foto por: Priscila Ramos - Agenda Metal

Essa foi uma edição especial para o "OTA"! Vencer as adversidades é sempre um grande diferencial de quem quer sucesso e isso o "16° Otacílio Rock Festival" apresentou com maestria! A queda de luz que é algo que foge do controle foi sancionada assim como questões da limpeza e higiene do festival, sempre muito bem aplicadas.
Eu tenho um carinho especial pelo "OTA" e em breve estaremos apresentando nosso documentário no canal do Youtube, assim como, nossa cobertura deste que é a representação de um festival feito por amor ao metal e ainda mais, mantém a tradição de Santa Catarina como um celeiro de festivais de altíssimo nível!