Resenha #352: "Evangelion" (2009) - Behemoth

Salve headbangers! Existem bandas que conseguem romper bolhas e se tornarem verdadeiros fenômenos dentro do metal, sem pensar muito o Ghost é uma delas, mas indo para lados mais extremos há tempos que o Behemoth se prova como uma banda que soube de uma forma muito orgânica se transformar, se adaptar e chegar no patamar que atinge hoje, e se tem um registro que merece essa visão de divisor de águas em uma carreira e também, de certa forma, dentro do próprio metal é o "Evangelion".
Aqui cabe um disclamer, muitos (eu me incluo) não curtiram a priori essa passagem que o Behemoth vinha fazendo para o death metal, lembrando que suas origens são totalmente ligadas ao black metal e essas características ficaram ligadas mais na parte lírica do que necessariamente na sonora, não que esses elementos não estivessem lá, mas em menor número.
Daimonos abre o trabalho e aqui só preciso dizer uma coisa, Inferno é o melhor baterista do metal extremo! Esse som foi colocado aqui na abertura de propósito para deixar os fãs mais fieis tranquilos e posso dizer que esse som ao lado de Transmigrating Beyond Realms Ov Amenti são as faixas mais brutais que o Behemoth lançou em sua carreira ("Sons Extremos" do Behemoth em breve aqui no site).
Shemhamforash e He Who Breeds Pestilence mostram que o Nile faz escola dentro do metal extremo, aqui Negral já demonstrou que os seus vocais tem grande potencialidade e ele sabe como poucos usar várias texturas da sua voz, se já tivemos dois sons desgraçados que tal um clássico? E ele vem na forma de Ov Fire And The Void um som que está no setlist até hoje e ela é sim uma peça única de death metal.
Tudo que eu escrevi de Ov Fire And The Void poderia se encaixar em The Seed Ov I, note nesse som como a medida que eles desaceleram o som, deixam a melodia ainda mais marcante e quando a violência volta já estamos totalmente imersos no Universo de Negral e seus asseclas.
Encerrando o trabalho com uma peça única que só uma banda como Behemoth poderia apresentar, Lúcifer é tão grandiosa como o homenageado na música, momentos de velocidade se confrontam com uma melodia que é tão épica e diria até mesmo que consegue ofuscar outros registros da sua discografia como "The Satanist" (2014) e "I Loved You at Your Darkest" (2018).
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TRACKLIST:
1) Daimonos
2) Shemhamforash
3) Ov Fire and the Void
4) Transmigrating Beyond Realms ov Amenti
5) He Who Breeds Pestilence
6) The Seed ov I
7) Alas, Lord Is upon Me
8) Defiling Morality ov Black God
9) Lucifer
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FORMAÇÃO:
Nergal - vocais, guitarras;
Inferno - bateria, percussão, backing vocals;
Orion - baixo, backing vocals.