Cobertura de Eventos #38: "Madness Metal Fest 4" (22/04 - Balneário Camboriú/SC)

Salve Headbangers! Sempre falamos aqui que o verdadeiro metal vive no underground e por mais que recentemente tenhamos sido agraciados com festivais gigantescos, (com ingressos no valor da sua grandiosidade diga-se de passagem) existe toda uma atmosfera especial quando nos reunimos nos pubs undergrounds e encontramos os bangers que compartilham o sentimento de pertencer e fortalecer esse nosso estilo de vida. Incumbidos desse sentimento, fomos para Balneário Camboriú/SC, para ser mais exato no Bunker 663, uma casa com uma excelente e atrativa infra estrutura.

    Essa quarta edição do Madness Metal Fest contou com a presença das bandas Murdock, Axecuter, Slammer e Nocturnal além de contar com a discotecagem do VJ Metal e vamos agora apresentar um pouco mais como foi esse grande festival.
    Fazendo a abertura tivemos a banda Murdock, formada no ano de 2019 como um projeto que iria optar para o lado mais psicodélico, mas acabou sendo atraída pelo peso e pela desgraça e então os chamados sabáticos foram mais fortes e temos uma banda que você pode chamar de hard rock, de stoner, de doom, enfim, só não pode chamar de ruim porque o que eles conseguiram fazer naquela noite foi criar uma atmosfera hora lisérgica outrora mergulhada no peso e esse foi, sem dúvida, um dos shows mais extremos deles que já assisti, acredito que a vibe do fest falou alto e sons que já são clássicos da banda como Porcos, Humanos, Ser e Olhos Sinistros se tornaram uma hecatombe em nossos ouvidos e se você acha que o stoner doom é um gênero leve, está aí Murdock para rever seus conceitos!


    Sem deus, sem diabo, adore o metal! Para quem não conhece o Axecuter pode não entender o que é a verdadeira paixão que esse power trio tem pelo heavy metal, mas como sou fã da banda e acompanho eles há algum tempo, posso afirmar que eles são daqueles exemplos raros que vivem aquilo que defendem, por isso se você tiver a chance de em algum bar underground pelo Brasil assistir a Axecuter não perca a chance de cantar a plenos pulmões e punhos para cima com sons como Metal ís Invencible, No God no Devil, Bangers Prevails e Darkness in Bottles.
      Danmented é um excelente frontman, em cada som ele agita o público e para encerrar o show ele diz que o metal nos une e é declarado o Attack. Sempre defendo que o Axecuter é um orgulho nacional, pois temos aqui uma banda que soube se apoiar nos ombros dos gigantes e levar a maldição do aço adiante.


    Hora dos convidados especiais tomarem o palco, a Nocturnal pratica, como eles mesmo gostam de chamar, unholy thrash metal, uma mistura perfeita entre o thrash, o black metal e altas doses de álcool e satanismo! Formada no ano de 2000 em Mainz/Alemanha, contando na formação com Invoker (vocal), Avenger (guitarra), Incinerator (baixo) e John Berry (bateria). Desde o começo da sua trajetória eles lançaram vários splits e EP's ao lado de grandes nomes como Nunslaughter, Vomitor, Bestial Mockery Toxic Holocaust e Sabbat e atualmente eles vêm divulgando o excelente "Serpent Death", lançado em 2021 que conta com um dos ataques mais ferozes da banda até aqui, um verdadeiro ode ao metal alemão como ele tem que soar.
    Por isso mesmo que o palco ficou pequeno para o que estava por vir, abrindo o show e ao mesmo tempo os moshs, tivemos Black Ritual Tower, do citado "Serpent Death" e a partir daí já era, jogo ganho para os alemães que apresentaram um show completo, passando de 16 músicas e visitando todos os seus álbuns de estúdio, o que na verdade é uma baita demonstração de respeito com os fãs que estão vendo a banda ao vivo pela primeira vez, nesses aos quais eu me incluo.


      A banda soa no palco como se estivéssemos ouvindo o CD, por isso mesmo o pescoço não teve sossego com Satanic Oath, Preventive War, Temples of Sin e Merciless Murder, os vocais de Invoker remetem aos primórdios do Sarcófago, não atoa eles mandaram uma intro de Midnight Queen, som da maior banda de metal extremo que o Brasil já teve, e para meu lado fã ficar ainda mais feliz tivemos Beast of Hades Atomic Warfare. Saíram do palco com a sensação de dever cumprido e mostrando que o metal não conhece fronteiras, sejam elas linguísticas ou até mesmo físicas, pois naquele momento o Nocturnal era nosso.
      Para fechar a noite, os paraenses mais satânicos do underground foram invocados, eu estava com grande hype para rever a Slammer, já que a última vez que tinha visto a banda era no Ota 2020. Apresentando uma nova formação composta por Urso (baixo e vocal), Tiagonha (guitarra) e Búfalo (bateria), a apresentação foi reduzida devido a alguns problemas que o baterista passou (isso que dá não fazer Proerd), mas foda-se isso, é uma banda de metal e não um emocore que toma Ki-suco, então mesmo com um show incompleto, os bangers apoiaram a banda e ainda deu para ouvir sons do trabalho auto intitulado como 1986, Sons of Evile e uma das minhas favoritas, Passage to Hell.


    O "Madness Metal Fest" chegou na sua quarta edição e como citamos no começo do texto, ele se apresenta como mais um dos grandes eventos que ocorrem aqui na Maldita Catarina, e aproveitamos para agradecer a todos envolvidos, sejam público, banda e os organizadores (Caveira Velha Produções e VSF Entertainment). Já estamos no hype da quinta edição que terá a hercúlea missão de superar esse grande evento.