Resenha #379: "Organic" (2021) - Rot

Salve Headbangers! Aqui no Underground Extremo consideramos o dia 07 de abril como o dia do Grindcore. Isso porquê foi nessa data no pandêmico ano de 2021 que perdemos um dos maiores representantes do estilo, o lendário Alex Bucho. Infelizmente, nunca consegui assistir alguma apresentação dele, porém como um grande fã da sua obra, sempre tive uma admiração especial por suas obras, seja no Rot, no Warhate, no Cruel Face, entre outros.
Importante frisar que Bucho foi mais uma das vítimas de um desgoverno maldito regido por um genocida do caralho que provou o ápice da sua incompetência em um cenário de pandemia mundial, e isso não pode ser esquecido jamais.
Bucho (baixo e vocal) entrou na banda no ano de 1995 e ao lado do membro fundador Clodoaldo “Mendigo” (guitarra) , Rick Magalhães (vocal) e Emiliano Borges (bateria) e depois de oito anos de silêncio eles vieram com "Organic" um trabalho que a cada audição eu tenho mais certeza de que estamos em frente a um álbum clássico e com aquela atmosfera de homenagem, pois o registro foi lançado três meses após o falecimento do mestre.
Com um total de 25 faixas, não sei até que ponto poderia chamar de heresia que esse trabalho está ao mesmo nível do grande "Cruel Face of Life" e ao mesmo tempo tem algumas passagens que só mostram que o Rot sempre foi uma banda que não tem medo de experimentar e mostra como o grind é um gênero perfeito para tais inclusões.
A narrativa começa com Sobre Esses Dias com parceria de Helô Knup, uma ótima abertura para o caos sonoro! Obsolete Reveries é rápida e mortífera, logo após temos o single escolhido Religion is Mass Dementia e uma das minhas favoritas Smile Stupidity.
O punk e até o mincecore se encontram nas paredes sonoras de The Nausea e de Your Scene Lasts Up to Where Your Conceit Goes. Um riff inicial com uma bateria brutal vem com Damned We Are, o peso que pode ser cortado com uma faca em Dead Dreams e os vocais insanos temos em de Sadistic Creature.
João Gordo se alia ao Rot para Corja Maldita, uma mensagem direta ao momento que estávamos passando no Brasil no ano de 2021, e eu gosto dessa pegada do Rot em português por isso destaco Morrer Como Se Nunca Tivesse Existido e o recado definitivo em No Rest Against Fascism.
A felicidade plástica e o fato de a vida ser algo tão passageiro vem encerrando o trabalho com Superfluous Feeling of Happiness. Eu quero encerrar essa resenha/homenagem lembrando que essa é uma forma de agradecer ao Bucho pela dedicação à anti-música e parafraseando o Surra na faixa Ninho de Rato:
"Pra vocês é só bagunça e barulho
A arte é uma arma
E o extremo uma camada inferior
Essa porra é um Ninho de Rato
Anti-música é o remédio pro meu ódio interior!"
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Bucho VIVE! Anti-música respira.
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TRACKLIST:  
1) Sobre Esses Dias
2) Obsolete Reveries
3) Religion Is Mass Dementia 
4) Until It's Worthless
5) Smile Stupidity
6) The State of the Denial of Humanity
7) Damned We Are
8) The Nausea
9) The Neverending Anguish Haunts My Days
10) Your Scene Lasts Up to Where Your Conceits Goes
11) Still Resist
12) Dead Dreams
13) Under Black Clouds
14) Sadistic Creature
15) Corja Maldita
16) Hawkish
17) Moving in Circles
18) Death Squads
19) Morrer Como se Nunca Tivesse Existido
20) Neutrality
21) Downfall
22) Selfish
23) Blind and Deaf
 24) No Rest Against Fascism
25) Superfluous Feeling of Happiness
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FORMAÇÃO:
Mendigo - guitarras;
Emiliano - bateria;
Henrick - vocais;
Alex (R.I.P. 2021) - baixo e vocais.