Resenha #345: "Tzompantli" (2020) - Avernal

Salve Headbangers! A cena do metal argentino merece ser muito mais reconhecida aqui no Brasil e se formos procurar grandes nomes dentro do estilo, não podemos deixar de citar o grande trabalho do Avernal. Formado no ano de 1993 eles foram, a cada trabalho, filtrando influências e criando uma sonoridade que pode ser classificada como Death N'Roll, por mais que esse termo não faça jus totalmente ao som que eles executam.
Se você já conhece a banda, deve saber que um dos grandes marcos da sua discografia é "The Chimera of Perfection" de 2016, e agora "Tzompantli" ('fila de caveiras' em idioma ameríndio) é uma continuação geral desse trabalho, eu ficava na dúvida se eles conseguiriam superar esse registro, mas já adianto de antemão, conseguiram e muito, fundido várias vertentes do metal extremo e apresentando um som mais direto, o que achei deveras assertivo.
Abrindo o registro, uma pancadaria desenfreada que atende pelo nome de Hilera de Cráneos que é a tradução do título e ela é uma tempestade death metal, os vocais de Cristian Rodriguez são inconfundíveis e Federico Ramos e Sebastián Barrionuevo intercalam partes rápidas com outras que reduzem a velocidade para dar mais ênfase, notei uma referência ao Krisiun dos últimos trabalhos.
Kraken é perfeita para demonstrar que estamos de frente a um monstro do metal argentino, ela é urrada e brutal, sem espaço para conceições, porém esta experiência vai se demonstrando ao longo do álbum, pois Pestilent Architecture remete aos momentos arrastados do Incantation, pouco de groove também é percebido nos trabalhos de bateria e baixo executados por German Rodriguez e Francisco Cañardo, respectivamente.
O leitor mais atento perceberá que falei em outras vertentes aparecendo aqui na obra, pois bem, La Densidad vem com uma vibe quase stoner, mas isso desagua em um death brutal a medida que o som avança assim como em Los Desesperados que poderia muito bem ser vista como death metal melódico a medida que uma da minhas favoritas aparece, El Ungido que é simples e direta.
Flesh for the Beast é aquela escola do punk death, perfeita para destruir tudo a nossa volta a medida que Cold Apocalyptic Awakening, une um bonito interlúdio acústico e o caos em forma de música! Ao final dessa audição, aumentei ainda mais meu respeito e admiração pela cena argentina que consegue mesmo no meio de tantas adversidades lançar álbuns seminais como esse "Tzompantli".
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TRACKLIST:
1) Hilera de Cráneos
2) Kraken
3) Arquitectura Pestilente
4) El Ungido
5) La Densidad
6) Los Desesperados
7) Frío Despertar Apocalíptico
8) Carne Para La Bestia
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FORMAÇÃO:
Fede Ramos - guitarras;
Cristian Rodríguez - vocais;
German Rodriguez - bateria;
Francisco Cañardo - baixo;
Sebastián Barrionuevo - guitarras.