Cobertura de Eventos #40: "Mosh Metal Meeting" (19/05/23)

    Salve Headbangers! O Mosh Metal Meeting vem se destacando como um dos festivais que une sempre casts memoráveis com uma organização impecável que presenteia os headbangers em diversos estados, e o Underground Extremo se fez, mais uma vez, presente em Pomerode/SC para prestigiar a edição que ocorreu no dia 19 de maio, uma sexta feira, o que gera uma problemática para se deslocar do emprego e ir ao festival, além do trânsito que fez com que perdêssemos a abertura do festival que contou com a banda O Cara do Metal.


    O sucesso da banda no Instagram e no Tiktok faz com que o público jovem se identifique muito com eles, e eu vejo isso com bons olhos, pois é na redes sociais que além de sons autorais, O Cara do Metal vem apresentando bandas para um público que talvez não tivesse tanto interesse pelo estilo e isso é muito válido, espero ter a chance de encontrar eles em um próximo fest.
    O Sculptor vem debutando em terras catarinenses. Eu conhecia a banda pelo seu trabalho "Untold Secrets" (2020) e tinha muita curiosidade em ver como eles levariam a grande sonoridade que apresentam no álbum para os palcos, e por sorte eles são daquele seleto grupo de bandas que conseguem nos apresentar a mesma maestria ao vivo do que em estúdio.
    Sua sonoridade é o death metal melódico, mas eu vejo neles muito mais similaridades ao Dark Tranquility do que ao Children of Bodon, por exemplo, o que é ótimo! O teclado é importante, mas não rouba a cena das guitarras o que eu vejo sempre como um defeito nesse estilo, mas a Sculptor foge desse senso comum e nos entrega um som com muito peso e melodia como pudemos conferir em Redemption, No Control, e na minha favorita Watch Rope.


    Na sequência tivemos uma destruição no palco que atende pelo nome de The Troops of Doom, outra banda que estava se apresentando pela primeira vez no estado e correndo aquele risco enorme de esbarrar no clichê, a espera valeu muito a pena, acredito que a essa altura é dispensável falar da qualidade de um grupo formado por Alexandre Oliveira na bateria, Jairo Tormentor e Marcelo Vasco nas guitarras e Alex Kafer no baixo e vocal, mas logo notei, e quero destacar aqui, é que mesmo se tratando de uma banda nova no nosso cenário, eles tem entre si uma singularidade, todos os músicos demonstram total entrega em cada nota, é perceptível que eles realmente curtem o som que fazem e isso nos entrega o que é o verdadeiro death metal brasileiro!
    Provando isso com os petardos que respondem por Dethroned Messiah, Altar of Delusion, A Queda, Rise of Heresy, e para meu total infarto e circle pits insanos, Bestial Devastation e a faixa que inspirou o nome da banda, Troops of Doom.


    Um pouco antes de embarcar para a Europa, a Crypta nos apresentou em seu retorno a Pomerode um show ainda mais insano do que aquele que assistimos meses atrás, só de imaginar o inferno astral que elas passaram nos últimos meses tendo que enfrentar um tornado e perder boa parte de seus pertences, é louvável o fato de elas guardarem o cansaço para depois e no palco entregarem uma performance acima da média.
    Ah, mas a Fernanda dançou É O Tchan... Beleza, senta lá truezão... As faixas do "Echoes of The Soul (2021) soam muito mais brutais ao vivo e sempre acho incrível quando bandas de metal extremo fazem sons que o público pode cantar junto como no caso aqui é Starvation, Khali e From The Ashes.


    Hora do grande headliner do festival entrar no palco, mas antes queremos destacar um pouco sobre o trabalho do Divulsor que esteve se apresentando no palco secundário. O fato de ser uma one man band é impressionante, assim como a forma que o death metal é levado para as raias mais extremas, como nos foi demonstrado em Perfidious Spectrum of Human Deeds.
       Voltando para o palco principal, em uma grande turnê pelo Brasil, o Incantation provou duas coisas, primeiramente que eles são um grande suporte do que é a construção do Death Metal, John McEntee é uma lenda e ao contrário de bandas muito menores por aí, ele estava assistindo todos os shows no meio do público e atendendo a todos os fãs, e o segundo ponto que quero destacar é que o death metal não precisa ser na velocidade da luz para ser extremo, esse acredito que é um dos grandes destaques da discografia do Incantation, pois eles alternam momentos que são do mais puro doom metal com transições para o death, mas sem soar algo plástico ou forçado, só uma banda com uma jornada de mais de trinta anos para atingir tal equilíbrio!
       O set list não poderia ser melhor, aproveitando que a banda lançou a coletânea "Tricennial of Blasphemy" (2020) onde apresentam uma pequena parte do que é sua vitoriosa carreira, no show  tivemos Pest Savagery e a já clássica Entrails of the Hag Queen, tivemos também Fury's Manifesto do álbum de 2020 "Sect of Vile Divinities", ao lado de Once Holy Throne do "Blasphemy" (2002), e a pedida por todos nós ali presentes, Profanantion Owards to Golgotha. Caso não conheça a discografia da banda,  aqui no site temos uma coluna chamada "Sons Extremos" onde na mais recente edição temos o Incantation como destaque (http://www.undergroundextremo.com/2023/05/sons-extremos-08-incantation.html).


    Antes de encerrar essa cobertura, queria deixar um pedido para a organização do evento. Estar na frente do palco, colado, é sensacional, mas para os fotógrafos é um trabalho muito difícil em conseguir fazer as fotos no meio do público, pois é claro, estamos em um show de metal então o circle pit é mais que obrigatório! Uma área específica seria o ideal, pois presenciamos também a atitude de um sujeito que se achou no direito de empurrar algumas moças para ficar em frente ao palco, sabemos que estão todos ali para se divertir, mas o respeito é essencial! Atitudes assim só reforçam os estereótipos que o verdadeiro headbanger já sofre.
   Finalizamos com mais uma vez, nossos agradecimentos à toda a organização do Mosh Metal Meeting que coloca Santa Catarina na rota das grandes bandas, e fica aqui um abraço para nosso irmão de mídia Clovis Roman do Acesso Music que desde nosso início acreditou no trabalho do Underground Extremo e nos inspira a continuar!