Sons Extremos #08: Incantation

    Salve Headbangers! O Metal morte é sem dúvida um dos estilos mais adorados por nós brasileiros que temos aqui grandes nomes dentro do estilo, e também reverenciamos os pioneiros e com certeza um dos nomes que tem que ser idolatrado é o Incantation.


    Formado no ano de 1989 por John McEntee e Paul Ledney, eles possuem 12 álbuns de estúdio além de compilações e splits, e EP's e todos possuem uma característica em comum que é o death metal americano, ou seja, aliando partes rápidas e agressivas com outras mais lentas e profundamente pesadas o que cria para o Incantation uma sonoridade única, independente da formação que a banda estiver apresentando e aproveitando que eles estão em turnê pelo Brasil, vamos indicar alguns "Sons Extremos" para você se aprofundar na obra do Incantation.
"Entrantment of Evil" - EP (1990): Depois de ter lançado duas demos, o Incantation chega com o seu primeiro EP "Entrantment of Evil" e aqui já tínhamos os primeiros indícios de que a banda iria se tornar um dos big four do death metal de Nova York, e não deixa de ser curioso observar que no vocal desse EP temos Will Rahmer, que formaria logo depois o Mortician. Destaques nesse trabalho para a faixa título, Eternal Torture e a primeira encarnação de Devoured Death.


"Onward to Golgotha" - full lenght (1992):  Isso aqui esquece né, um dos maiores e melhores trabalhos dentro do metal extremo, sem mais! Nessa época a banda estava composta por John McEntee nas guitarras, Craig Pillard nos vocais e guitarras, Ronny Deo no baixo e Jim Roe na bateria esse álbum foi lançado em 1992. Esses dementes juntos foram responsáveis por um trabalho cru e brutal e aqueles momentos meio doom que só ressaltam a violência. Christening The Afterbirth, Devoured Death e Immortal Cessation e esse é só o começo da vitoriosa carreira do Incantation.


"Mortal Throne of Nazarene" - full lenght (1994): esse trabalho não é muito lembrado quando falamos do Incantation, mas é um erro! O segundo full da banda mostra eles já experimentando atmosferas mais sombrias que mostram passagens do death e do black, ouça por exemplo, Demonic Incarnate e Nocturnal Dominium, tudo o que podemos esperar de ótimos registros do death metal estão aqui e de quebra o trabalho fecha com uma ambientação densa e sorumbática com Abolishment Of Immaculate Serenity.


"Upon The Throne Of Apocalypse" - full lenght (1995): se o trabalho anterior não foi bem aceito pelos fãs eis que "Upon The Throne Of Apocalypse" vem para mostrar que o Incantation é uma força imparável, a produção está diferente do que do trabalho anterior, está mais bruta, por isso que aqui temos a versão definitiva de Demonic Incarnate além de dois maiores clássicos da banda que não podem ficar de fora dos shows, Iconoclasm Of Catholicism e Essence Ablaze, com passagens massivas como o final quase doom.


"Diabolical Conquest" - full lenght (1998): isso aqui esquece né, é a elite! Um dos discos essenciais para entender o que é death metal. Curiosamente para o lançamento desse trabalho o clima interno da banda estava horrível o que levou a uma série de atrasos porém, problemas resolvidos, temos a entrada do grande baterista Kyle Severn e do vocalista Daniel Corchado que consegue ir do urrado para um vocal mais agressivo como se fosse a declaração de um psicopata. Esse sangue novo na banda faz com que tenhamos alguns outros sons indispensáveis começando por Disciples Of Blasphemous Reprisal e a épica Shadows Of The Ancient Empire com 16 minutos, algo raro de ver dentro do metal extremo, mas que aqui passa muito fácil sem se soar enjoativo, uma pena que a passagem de Corchado tenha sido rápida, mas sem dúvida, foi marcante para a vitoriosa carreira do Incantation.


"The Infernal Storm" - full lenght (2000): n
ão que seja um álbum ruim, muito longe disso, porém é fato que "The Infernal Storm" fica um pouco abaixo na discografia da banda, na verdade, por ele ter vindo depois de um trabalho primoroso então normal que a cobrança fosse maior, acredito que a banda optou por deixar o trabalho mais sombrio e denso, criando uma atmosfera mais doom em alguns momentos, talvez a troca de vocalista com a entrada de Mike Saez seja também responsável por essas impressões, mas claro que temos destaques destruidores como Sempiternal Pandemonium, Heaven Departed e Extinguishing Salvation.


"Blasphemy" - full lenght (2002): No seu quinto registro a minha primeira impressão foi que capa feia da porra! Mas algumas coisas mudaram com esse trabalho, começando pela banda sair da Relapse e ir para a Candlelight. Kyle Severn volta para a bateria e no baixo temos Joe Lombard e bem, as mudanças param por aí porque o que temos nesse trabalho é o mais puro Incantation, porém percebi aqui que temos algumas passagens mais voltadas para o doom metal e as músicas estão interligadas como A Once Holy Throne e A Crown of Decayed Salvation, dois destaques desse álbum. Como baixista tenho que destacar a técnica aqui, com destaque para The Fallen e a faixa título.


"Decimate Christendom" - full lenght (2004): nesse trabalho temos uma estreia que não é bem assim uma estreia, explicando melhor foi aqui que o líder da banda John McEntee decidiu resolver os problemas de vocalistas e assumiu o posto e com isso eles nos presenteiam com um dos melhores álbuns de sua discografia! Quer saber o que é esse álbum? Comece direto pela faixa título, um arrasa quarteirão desgraçado. Dying Divinity mostra o porque Joe Lombard é um baixista monstruoso, ouça também Merciless Tyranny e Horns of Eradication.


"Primordial Domination" - full lenght (2006): esse trabalho pode ser chamado como uma continuação direta do trabalho anterior e como eu disse, o Incantation está naquela seleta lista de bandas que não fazem trabalhos ruins, o fato de manterem a mesma formação do álbum anterior é um dos responsáveis por passar essa sensação. Lead To Desolation é meu destaque inicial, assim como também temos a faixa título, que é uma instrumental e The Stench of Crucifixion e Dissolute Rule/Begin Apocalypse.


"Vanquish in Vengeance" - full lenght (2012): seis anos separam esse álbum do seu antecessor, e esse tempo adormecido foi responsável pelo despertar da besta com sede de sangue. No começo esse trabalho me causou espanto por ter uma áurea mais limpa no que se refere à produção, por isso que sons mais longos como Legion Of Dis têm uma carga melódica ao longo dos seus onze minutos, enquanto Transcend Into Absolute Dissolution é mais um som que remete mais ao Old School. Não é o melhor álbum da banda, mas o mediano do Incantation é superior que muitas discografias por aí!



"Dirges of Elysium" - full lenght (2014): esse é um trabalho que apresenta a junção dos dois mundos enquanto as faixas curtas são extremamente diretas contando com passagens lentas em contraponto à agressividade na mesma música fazendo o Incantation ser um dos mestres do Death/Doom, prova disso vem com Portal Consecration e Charnel Grounds. Por outro lado, From a Glaciate Womb vem ganhando força ao longo da audição e descarrilha em um pesadelo sonoro e para marcar essa fase de grandiosidade da banda temos Elysium (Eternity is Nigh) com seus 16 minutos e seis atos, sabe o que afirmei até agora que o Incantation é gigantesco, está aí a prova!


"Profane Nexus" - full lenght (2017): nesse trabalho aparentemente a fase doom da banda aqui ficou para segundo plano, não que elas não estejam lá, mas acredito que esse trabalho caminha mais para a brutalidade o que deixa as partes mais lentas com uma sensação de claustrofobia, ouça por exemplo Incorporeal Dispear Visceral Hexahedron. Confesso que esse não é meu álbum favorito da banda, mas aquela pequena quebrada para chegar no ápice e esse veio no registro que você encontra aí na sequência.


"Sect of Vile Divinities" - full lenght (2020): esse trabalho é o Incantation falando nós somos o fucking Incantation, um dos melhores nomes do death metal mundial! Sem mais. O trabalho é pesado como um rolo compressor e ao mesmo tempo ele apresenta novas influências no seu som como a levada perfeita para o bangear com Ritual Impurity. O senhor McEntee está urrando como um condenado o que é ótimo Black Fathom's Fire e Shadow-Blade Masters Of Tempest And Maelstrom seguem um caminho, quase um Cannibal Corpse na velocidade e quando é para chegar na base lenta aí, meus amigos, temos Ignis Fatuus, Siege Hive e Guardians From The Primeval,  sim meus amigos, um dos melhores trabalhos da banda em pleno 2023, death metal vive!


    E os bangers catarinenses estão convocados para o Mosh Metal Meeting, evento que será realizado no dia 19 de maio trazendo o Incantation celebrando seus trinta anos de carreira, considerado o lançamento do clássico debut "Onward to Golgotha". E eles vêm acompanhados de grandes bandas, entre elas, debutando em Santa Catarina, o The Troops of Doom que lançou o fodido "Antichrist Reborn". Retornando ao estado e a Pomerode, a Crypta vem encerrando a turnê do "Echoes of the Soul", dispensável dizer que será um show incrível!
    Contaremos ainda com o melódico death metal do Sculptor, que lançou o ótimo "Untold Secrets" e a one man band de brutal death metal, Divulsor, apresenta um som brutal e tem resenha aqui no site, além da banda O Cara do Metal, .
    O Mosh Metal Meeting vem se fortalecendo como um dos grandes festivais do país sendo que já trouxe para a região o Belphegor e agora mantém a tradição de colocar o Brasil na rota dos grandes nomes do metal morte!


Serviço:
O Fanzine Mosh apresenta: Mosh Metal Meeting
Bandas: Incantation, Crypta, The Troops of Doom, Sculptor, Divulsor, O Cara do Metal
Data: 19 de Maio de 2022 (sexta-feira)
Local: Wox Club – Pomerode/SC
Endereço: Av. 21 de Janeiro, 2115 – Centro
Horário: 19h (abertura das portas)
Classificação etária: 18 anos (maiores de 16 apenas com pais ou responsável)
Ingressos: a partir de R$ 120
Preços:
Pista Promocional (1 kg de Alimento ou Ração – Lote 1) – R$ 120
Pista Meia (Lote 1) – R$ 120
Pista Inteira (Lote 1) – R$ 240
Realização: Mosh Productions