Como se não bastasse apenas a pandemia para deixar o brasileiro desconfortável, o mundo do metal nacional também sofreu um pequeno baque quando uma das maiores influências do Metal atual, anunciou que se seria desfeita sua atual formação e foi assim que Fernanda Lira e Luana Dametto seguiram seu rumo, a baixista e baterista respectivamente, anunciaram sua saída do Nervosa.
Se tem uma coisa que o headbanger 'brazuka' gosta mais do que o Metal, é fofoca e alimentar falsas afirmações, principalmente se o intuito for difamar ou negativar de forma infantil e imbecil a carreira de grandes músicos do nosso cenário. Para a felicidade dos verdadeiros headbangers, ganhamos duas excelentes bandas que estarão no 'front', junto da Eskröta conquistando seu espaço como banda de mulheres em um cenário machista, onde Crypta e Nervosa já os deixaram comendo poeira, visto que já comprovaram (mesmo não precisando, óbvio) que são capazes do que se propõem a fazer.
E hoje, 11 de Junho de 2021 nasce o primeiro grande passo do Crypta, o full álbum "Echoes Of The Soul". A formação do Crypta conta com três brasileiras e uma holandesa, fazem parte do time Fernanda Lira nos vocais e no baixo, Luana Dametto na bateria, Sonia Anubis (holandesa) e Tainá Bergamaschi nas guitarras.
Antes de mais nada, vale ressaltar que todos estávamos ansiosos pelo lançamento deste trabalho. Ele comandará se o Crypta se firma no cenário ou não, e a resposta é que superou as expectativas de certa forma, mesmo tendo trechos que já esperávamos, como os vocais rasgados e técnicos da Lira. De certa maneira por ser baterista eu sempre vi a Luana com um certo receio de que ela poderia fazer mais no Nervosa e aqui no Crypta ela me surpreendeu. Mesmo com as linhas em certas partes retas, nuas e cruas, deram um destaque com boas viradas e intensidade no 'groove'.
Mas também acredito que a pressão sobre os ombros de Sonia e Tainá seria evidente, visto que seriam as únicas que não fossem tão renomadas como a Lira e a Luana, por isso, esse seria um trabalho importante para ambas mostrarem a suas características e elas são as melhores possíveis. Os timbres das guitarras ficaram pesados e crus quando exigidos, em solos como em Shadow Within por exemplo, nos faz reviver o Metal oitentista onde eles são bem presentes e dão uma certa satisfação aos ouvidos, sem falar no destaque que dá na música, algo que vem se deixando de lado.
Outro destaque é atmosfera obscura criada em boas partes das músicas, principalmente na intro de cinquenta e cinco segundos intitulada Awakening, também no começo das faixas Under The Black Wings, Dark Night of the Soul e mesmo que instrumentalmente falando, o começo de Possessed que foi a minha favorita do disco todo, é sensacional. Típica música que foi lapidada a cada segundo, com vocais cadenciados e navegados, finalizando os fraseados com 'scream' rasgado e se tem uma coisa que o meu tempo agradece, é por tirá-lo para ouvir músicas boas, tem de sobra, brilhante, dá orgulho de ser brasileiro.
As guitarras cada vez mais se destacam, faixa a faixa. Casaram perfeitamente como se as lacunas deixada por uma guitarrista, fosse ocupada pela outra. A timbreira do baixo como se fossem ossos se batendo, com a corda estourando com afinação baixa e intensa do começo ao fim. Por fim, Luana passeia como se estivesse de férias pelas músicas, apenas como se fosse a chefe (literal) da cozinha adicionando a "pitada extra do cheff".
Enquanto as gurias brilham, o headbanger tr00zão cu de cachorro fica nas redes sociais às menosprezando, o homem tem o ego tão frágil a ponto de querer desmoralizar trabalhos como este, não aceitam suas frustrações pessoais, sabendo que nunca vão chegar a lugar nenhum e quando alguém tem qualidade técnica de ter uma banda a altura do Crypta, a inveja come a solta. Que tenham vida longa, apesar de que agora é hora de trabalhar na divulgação do seu primeiro 'full'.
1) Awakening (intro)
2) Starvation
3) Possessed
4) Death Arcana
5) Shadow Within
6) Under the Black Wings
7) Kali
8) Blood Stained Heritage
9) Dark Night of the Soul
10) From the Ashes
Fernanda Lira - baixo e vocais;
Luana Dametto - bateria;
Sonia Anubis - guitarra;
Tainá Bergamaschi - guitarra.
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