Playlist de uma Semana Extrema #04

Hora de defenestrar ou homenagear trabalhos ouvidos ao longo dessa semana por nossa equipe, de Power Metal ao mais puro Death, somos muito ecléticos no que se refere ao Metal, então leia nossas críticas sinceras abaixo.
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1) Arch Enemy - "Covered in Blood"
Bah álbum de covers é um caça níquel sem vergonha, mas até que esse ficou muito legal e temos um motivo para isso, o Arch Enemy é formado por músicos muito acima da média e decidiram fazer covers que são homenagens bem sinceras com a musicalidade deles. Esse trabalho vem com 24 músicas e passando pelas três fases da banda, o bom Johan Liiva, a fantástica Angela Gossow e a ok Alissa White-Gluz (não gosto dos vocais limpos...).
Mas vamos lá, o que eles fizeram com Shout do Tears for Fears ficou lindo! Jeff Loomis e Michael Amott são deuses! Breaking the Law achei diferentona, mas esses são da fase atual da banda, quando o vocal de Angela aparece aí a nostalgia come solta. O que eles fizeram com a música do Dream Evil The Book of Heavy Metal e com Symphony of Destruction do Megadeth são verdadeiros achados. Não é de longe um dos melhores trabalhos do Arch Enemy, mas se deixa ouvir fácil, e repito, Amott não é desse planeta.

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2) Týr - "Hel"
O porquê essa banda não é uma gigante, enquanto pastiche de black metal mal feito do Dimmu Borgir é ? (Os primeiro CD's eu respeito, hoje, putz...) o Viking Metal é um gênero difícil de rotular, mas se formos eleger os reis do estilo o Týr é um fortíssimo candidato, só pelo fato da banda vir das Ilhas Faroé, já representa muito, ouça o trabalho anterior "Valkyrja". Aqui toda a fórmula foi ainda mais desenvolvida como em Gates of Hel, Folk Metal com Death e pitadas de Power na mesma música, é possível sim e fica muito, muito bom! All Heroes Fall e Garmr são épicas! Fire And Flame é um chute na sua cara mostrando quem é que manda na porra toda. Não sei ainda se o Underground Extremo irá fazer lista de melhores trabalhos internacionais, caso seja feita, esse estará no topo, que é o seu lugar.

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3) Kamelot - "Epica"
Em textos anteriores eu já disse que comecei ouvindo Power e Prog e depois fui indo para as podreiras. Boa parte desse meu gosto vem de casa, pela minha mãe ser uma apaixonada por Power Metal. Toda essa confissão para dizer que esse é um dos álbuns que mais ouvi na vida e pegando para ouvir outra vez não é que o filho da puta é bom pra caralho! Já me conquistam no conceito com referências à obra "Fausto" do escritor Goethe. Vender a alma para o diabo, consegues pensar em algo mais metal que isso? Geralmente acho interlúdios um saco, mas nesse trabalho eles fazem bem o seu papel!
Não está ligado na grandiosidade desse trabalho? Então basta lembrar que ele abre com Center of the Universe, e tem ainda Farewell e The Edge of Paradise, só faixas obrigatórias na carreira da banda que passou por alguns altos e baixos, mas aqui é o ápice!

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4) Morbid Angel - "Altars of Madness"
Tudo que for dito aqui não chegará aos pés do que essa obra representa para todos os fãs de metal extremo. Se existe esse site hoje, tenha certeza que "Altar of Madness" é um dos culpados. Esse é aquele trabalho que nem sei se deveria falar alguma coisa, pois tudo já foi dito, mas com a passagem de Richard Brunelle me vejo tentado a falar algumas palavras.
Gravado na Meca do Metal extremo Morrisound Studios, Tampa, Flórida, o opus já inicia se com Immortal Rites, se o seu sangue não ferve com essa música hora de repensar seus gostos musicais!
Visions from the Dark Side, Damnation, Lord of All Fevers & Plagues e Evil Spells são também hinos! Note como as estruturas dessas músicas veio ditar os caminhos pelo qual o metal extremo iria seguir nas próximas décadas, até mesmo com a presença de teclados.
A capa desse trabalho está pendurada em milhões de paredes de muitos headbangers, no começo estranhava a faceta das criaturas quase sorrindo, mas na verdade, a felicidade deles é porque sabem que ouvindo esse trabalho sua alma foi tocada pelo mal, e esse é um caminho sem volta!

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5) Deicide - "Scars of Crucifix"
Vamos de polêmica! E podem me xingar nos comentários, mas não acho esse trabalho tão ruim. É Deicide violento e blasfemo, olha a faixa título, já abre com um a linha de guitarra insana, afinal quem estava na banda eram os irmãos Hoffman, na verdade, aqui foi a despedida deles! Talvez por esse trabalho vir depois do fraquinho "In Torment in Hell", me faz gostar mais dele. Concordo que para uma banda que lançou "Legion", parece que aqui as coisas estão mais, digamos, comuns, mas veja, o comum do Deicide é melhor que o excelente de muitas outras bandas.
Fuck Your God pode ter sido escrita por um pirralho na quarta série? Beleza, mas When Heaven Burns, The Pentecostal e Mad At God são ótimas amostras de Metal da morte. Não é memorável, mas não é um lixo completo. Dê uma nova chance a esse trabalho.
PS: essa capinha é feia hein, cadê as tripas e a cabeça arrancada do falso nazareno?
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6) Dragonforce - "Extreme Power Metal"
Ah como eu queria xingar esse álbum! Falar que é uma bosta e que ninguém aguenta mais os virtuosismos e masturbação musical, mas tirando a capa que me arrancou umas risadas involuntárias, esse trabalho é muito bom! Talvez por ter chegado em seu oitavo lançamento, o Dragonforce ligou o botão do foda-se permitindo-se rir de si mesmo e dos seus detratores.
Aprofundando sua proposta musical como em Highway to Oblivion, Heart Demolition (não sei onde eles estavam com a cabeça para fazer uma música batizada assim) e Cosmic Power of the Infinite Shred Machine.
Aqui temos a despedida de Frédéric Leclercq, meu músico favorito da banda que foi para o Kreator. Ah sim, agora aquelas passagens mais thrash fazem sentido! E para coroar essa passagem bem humorada da banda, um cover para My Heart Will Go On, da guria lá do "Titanic", sei lá o nome, mas prefiro ainda o cover de Evil Dead do Death kkkk.
Se você for ouvir esse trabalho de mente aberta, pode até se divertir bastante e não seria esse um dos propósitos da música?