Entrevista #28: Cifer

O que eu mais gosto da música é a possibilidade de você criar projetos de forma única e as vezes sozinho, podendo trabalhar mais a fundo com a sua criatividade, dando mais espaço para se expressar e mostrar para o mundo o que você consegue produzir.
Eu tive o prazer de entrevistar o Henrique Perestrelo, guitarrista do Cemitério, que recentemente lançou seu projeto no estilo One Man Band que é o Cifer de Speed/Thrash Metal. Para quem não conhece ainda o som da banda, ta aí uma ótima oportunidade para ouvir, confiram a entrevista:




1 – Cifer é seu novo projeto solo, o que te incentivou a criar esse projeto?  

Henrique: Eu sempre gostei muito de compor e escrever letras, em todas as bandas que toquei eu procuro contribuir com composições, porém nem sempre uma ideia que você tem agrada a todos os integrantes da banda, então ter um projeto solo acaba sendo uma forma de poder expressar a sua criatividade sem ter que atender as expectativas dos outros integrantes da banda, isso acaba tornando um processo artístico mais livre e espontâneo. Hoje em dia eu toco somente no Cemitério, que é uma banda de Death Metal Old School onde as composições são feitas 100% pelo Hugo Golon, porém, eu já toquei em outras bandas de Thrash Metal (como por exemplo o Infected, Blasthrash e Heritage) onde eu cheguei a fazer algumas composições, mas quando você toca numa banda com um estilo já segmentado, como por exemplo uma banda de Thrash ou de Death Metal, você acaba limitando as suas composições para que a música não fuja daquele estilo, já num projeto solo você tem a liberdade total para compor o que você quiser, e isso é muito bom, é uma experiência que faz você evoluir muito, pois no projeto solo você é o musico, o compositor, o empresário, o produtor, tudo depende de você, e apesar do Cifer ser rotulado como Speed / Thrash Metal, eu não quero me prender a rótulo nenhum, pois eu tenho muitas influências fora do Metal, como por exemplo o Punk, o Hardcore, o Psychobilly, música clássica, música Flamenca (que eu gosto muito) e várias outras coisas, e eu quero ao longo do tempo poder incorporar essas influências no Cifer.

2 – Você já tinha feito algum projeto One Man Band antes do Cifer?

Henrique: Não, o Cifer foi minha primeira experiência assim.

3 – Como foi o processo de composição do primeiro álbum The Summoning? 

Henrique: Na verdade eu já tenho essas músicas prontas a muito tempo, porém só agora consegui gravar e lançar elas.
Algumas músicas eu tinha feito para outras bandas, porém, não cheguei a utilizar por não fazer muito o gênero da banda (como por exemplo a música The End of All) outras músicas, como por exemplo a Hex of the Night, são riffs que eu fiz pra outra banda e não foram utilizados, ai eu acabei reformulando a música e fazendo uma música nova, a única música que foi criada exclusivamente para o álbum, que inclusive eu criei ela na hora da gravação, fui compondo os riffs e gravando, foi a Revenge of the Witch. Mas para o segundo álbum eu pretendo fazer músicas “pensadas” exclusivamente para o Cifer, e provavelmente terão algumas influências um pouco diferente do primeiro álbum, mas sem perder essa linha de som Speed / Thrash Metal.




4 – Quais foram suas principais referências na hora de compor? 

Henrique: Em termos de bandas, acho que as principais influências do Cifer são: Exodus, Possessed, Mercyful Fate, Metal Church e algumas bandas atuais como o Enforcer, Antichrist, Mortyr.

5 – O que pode nos contar sobre as letras desse novo álbum?

Henrique: Apesar da situação política no Brasil e no mundo estar catastrófica com a ascensão da extrema direita, eu resolvi fazer letras mais voltadas ao ocultismo e anti-religião, pois o tema político acaba se tornando repetitivo e saturado caso você não aborde ele com inteligência e com críticas construtivas, talvez no próximo disco do Cifer eu aborde outros temas, mas de momento eu continuarei falando sobre essa temática mais voltada ao ocultismo.

6 – Pretende continuar com o projeto One Man Band dentro do Cifer? 

Henrique: Falar sobre o futuro do Cifer é algo meio difícil, pois não sei ao certo qual direção o projeto irá tomar, pode ser que se torne uma banda e faça shows ao vivo, pode ser que continue sendo somente um projeto de estúdio, tudo depende de como a galera do underground irá interagir, se haverá demanda de shows ou se alguém irá se interessar a tocar na banda, não sei bem ao certo o que irá acontecer, mas uma coisa é certa, eu pretendo lançar mais material e gravar mais álbuns.

7 – Recentemente foi iniciado o Lyric Video da música Creatures From The Chasm que será lançado em breve. Por que escolheu essa música para a produção do Lyric? 

Henrique: Escolhi esse som por ele ser mais “direto” e curto, existem outras músicas do álbum que eu pretendo fazer um vídeo clipe e até mesmo aqueles vídeos “playthrough” (onde aparece o músico tocando os riffs de guitarra e baixo enquanto a música toca), por isso escolhi a Creatures para o Lyric vídeo, para que ela também tenha relevância no disco.


8 - Quais os planos futuros para o Cifer? 

Henrique: Eu poderia dizer que tenho um plano A e um plano B para o Cifer, o plano A é continuar gravando e lançando material, pois grande parte desse processo de composição e lançar material novo depende mais da minha iniciativa, e o plano B seria estruturar uma banda com bons músicos para tocar ao vivo com a banda, mas isso fica em aberto ainda, tudo dependerá de como as coisas irão fluir.



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