Resenha #470: "Cut, Rip, Chop, Break" (2025) - Sepülcro

Depois da ótima impressão deixada pelo EP, eis que o apodrecimento atinge um novo estágio na sonoridade do Sepülcro. "Cut, Rip, Chop, Break" pega toda a essência que a banda de Florianópolis havia apresentado em "Post-Mortem Dreams" e a torna ainda mais crua, bruta e cheia de personalidade, fazendo total sentido com as influências que citaram na entrevista para o fanzine (no caso, death metal old school mesclado com elementos mais modernos).
A abertura com Predator's Evisceration e Cut já comprovam isso: os vocais guturais de Guilherme “Necrobraço” Schulte puxam a banda para o death metal clássico, algo que deixaria John McEntee (do Incantation) feliz ao ver seus discípulos. Já a parte instrumental se aventura por outros caminhos, mantendo um clima de imprevisibilidade — e isso é ótimo quando se trata de metal extremo.
Justified Imprudence é minha favorita. Seu início mais calmo esconde uma tempestade de riffs diretos e um trabalho de bateria que prova que não é preciso martelar o pedal duplo o tempo todo para ser brutal. Excelente faixa.
Creed of Pain traz as influências modernas que mencionei, mas com uma levada hipnótica que te joga em um vortex sonoro poderoso. Já Anguish mergulha em um death/doom metal próximo do Incantation, enquanto Napalm Third-Degree Burn encerra o disco da maneira mais desgraçada possível — exatamente como começou.
Unindo personalidade e respeito às tradições do estilo, o Sepülcro prova que minha aposta neles estava certa: são um dos grandes nomes do underground nacional.
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TRACKLIST:
1) Predator's Evisceration
2) Cut
3) Justified Imprudence
4) Creed of Pain
5) Anguish
6) Carnivores
7) Napalm Third-Degree Burn
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FORMAÇÃO: 
Théo Luna Marques de Melo - bateria; 
Pedro Vargas Halfen - guitarras;
Lucas Medeiros - guitarras;
Necrobraço - vocais e baixo.