Resenha #471: "Synchronized Abductions" (2020) - TSN

No nosso fanzine #01 e também aqui no site, você encontra a resenha do álbum "I Am Presence" (2023) do Thou Shall Not. Mas agora, vamos voltar um pouco no tempo e analisar o primeiro trabalho desse supergrupo: "Synchronized Abductions".
Para quem não os conhece e não conseguiu assistir à sua brilhante apresentação no "Laguna Metal Fest 2025", saiba que estamos diante de músicos com uma longa trajetória a serviço do metal, com um pé no metal extremo, mas é a paixão pelo metal tradicional que os move. Ulysses Freire (baixo), Everton “Caos” Borges (guitarra), Luxyahak (vocal) e Sidney CJ Dubiella (bateria) formam essa máquina sonora.
Neste primeiro trabalho, temos a mistura perfeita de técnica — e olha, muita técnica! — aliada a passagens de heavy, hard e prog. Ou seja, tudo de bom que foi feito no metal oitentista, sintetizado aqui em um álbum que, pasmem, é o debut.
Vessels cumpre o papel de intro e já te transporta para o ambiente que "Synchronized Abductions" pretende criar. Scanning Souls abre o trabalho com guitarras executando um riff à la Accept, e quando os vocais entram, é impossível não lembrar do Queensrÿche ou do Crimson Glory do saudoso Midnight. Só por essas referências, você já percebe o nível que Luxyahak nos oferece.
Obsolete Societies surpreende nos primeiros segundos com uma técnica de guitarra impressionante. O que difere isso dos trabalhos de Malmsteen da vida é que, aqui, a virtuosidade está a serviço da música, e não o contrário. Só de ouvir isso, já é um grande acerto. O mesmo vale para a pesada Rebel Higher Level, uma das minhas favoritas. Há algo de Judas Priest aqui, e remeter ao Priest é sempre um baita acerto, não é mesmo?
Depois de acelerar as coisas, que tal mostrar o lado mais hard da TSN? Ele vem com Black Sun Vortex. E, não contentes com isso, ainda enveredam pelo blues em Reptile Blues, conseguindo voltar ao aço em The Handler — um momento em que nenhum hater pode meter defeito. Finalizo esta resenha com as palavras do grande Daniel Bala: "Essa banda é um deboche… Palhaçada, o que eles fazem no palco é assustador!" E eu assino embaixo.
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TRACKLIST:
1) Vessels
2) Scanning Souls
3) Obsolete Societies
4) Rebel Higher Level
5) Black Sun Vortex
6) From Thy Vanity
7) Scary Mass Hysteria
8) Reptile Blues
9) Calmness in a Minor
10) The Handler
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FORMAÇÃO:
Ulysses Freire - baixo;
Sidney CJ - bateria;
Everton "Caos" Borges - guitarras; 
Luxyahak - vocais.