Salve, headbangers! "A guerra é nossa, mas a vitória é de Satã!". Esse sempre foi um dos lemas principais da Justabeli, um grupo que vem há mais de duas décadas cravando a ferro e fogo seu nome no nosso underground. Conheço a banda desde a época de sua primeira demo, "Eternal War" (2001) e a acompanhei algumas vezes ao vivo. Mesmo com mudanças de formação, isso não tirou seu ímpeto de poder e fúria.
A prova disso veio em 2023, quando lançaram um de seus artefatos mais potentes, ao qual esta resenha se refere: "Screaming Triumph", que ocupa a posição de quarto full length e não à toa apareceu em nossa lista de destaques. Entre vários motivos para isso, está a diversidade que esse registro apresenta.
Death to the Weak invoca a verdadeira classe demoníaca. Sua introdução é um chamado para a guerra, para um black metal com passagens de death. O nome que me veio como referência é o Marduk, e isso não poderia ser um elogio maior. Note como esse som se difere dos outros: lembra que falei da diversidade de um álbum que se deixa ouvir sem soar cansativo? É essa a ideia aqui. Mérito também para as guitarras, que criam uma cadência ao som sem perder a extremidade. E esse termo, extremidade, chega ao seu ápice com Kneel Before Satan.
Na faixa título, temos um dos grandes pontos fortes da sonoridade que a Justabeli conquistou: os vocais épicos. Algo que sempre vejo serem executados ao vivo de forma impressionante. Ver isso em português, para mim, foi no mínimo marcante. Por isso, Baphomet é, para mim, uma faixa que nunca mais pode sair do set list da banda.
É possível mostrar beleza na extremidade? A resposta é sim, e vem em forma de duas faixas: Hell’s Lireres Attack e Clemency is not our Way, sendo que esta última tem um forte acento de heavy metal, o que aprecio muito. E isso se expande em It’s Time to Fight.
Não posso deixar de elogiar a homenagem ao grande Beherit, que vem na forma de The Gate of Nanna. E, nessa versão, os brasileiros conseguiram colocar sua personalidade em um som lendário. O fato de destacar este álbum em 2023 e, agora, ao ouvi-lo novamente, é possível dizer que ele passa no teste do tempo e se consolida como mais um dos pilares recentes do black/death brasileiro.
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TRACKLIST:
1) Death to the Weak (T.E.S.T.T.)
2) Screaming Triumph
3) Kneel Down Before Satan
4) Baphomet
5) Hell's Lireres Attack
6) Clemency Is Not Our Way
7) It's Time to Fight
8) The Gate of Nanna (Beherit Cover)
9)White as the Snow
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FORMAÇÃO:
War Pherys - baixo e vocais;
Igor Nogueira - bateria.
War Pherys - baixo e vocais;
Igor Nogueira - bateria.